(((** Doutor Negro João** )))


Negro João ,filho de escravos
Do Sinhô Manuel de Castro
Na manhã o sol mal surgia
Pro trabalho João saia

Trabalhava duro Negro João
Prá enriquecer seu patrão
E quando o trabalho findava
Aos outros ,na favela se juntava.

O moleque de nome Fausto
Filho do Sinhô Zéca de Castro
Vivia peraltagens fazendo
E com Negro João mexendo.

Certo dia Negro João
Encontra o menino levado
Na beira da ribanceira
Em um galho dependurado

Negro João arriscou a vida
E a do moleque salvou
O Sinhô como recompensa
Ao Negro João libertou

O negro não sendo mais escravo
Na casa do Sinhô foi morar
Mas todas as noites saia
Prá ir na sensala cantar

Enquanto Negro João cantava
Junto a seus irmão de cor
Transmitia a todos eles
Sua bondade e seu amor

Negro João foi logo estudar
A pedido do seu sinhô
Ele conseguiu se formar
Negro João virou ...Doutor!

Foi difici, mas conseguiu
Colocar o canudo na mão
E na sensala inteira se ouviu
Muitas hurras à Negro João.

Vaidoso não ficou ,não!
Feliz viveu sempre assim
Grande amigo do patrão
Morou com ele...até o fim!

E na lapide foi escrita
Uma frase muito bonita
"Aqui jaz Doutor Negro João
Que nunca foi escravo não"



          Estes versos, escrevi em 1973 ,em homenagem a um homem 
tão maravilhoso que sua cor reluzia, junto a linda alma ,que possuia.
























Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 12/03/2009
Reeditado em 14/03/2009
Código do texto: T1482051