VIDA...
ESSÊNCIA
Fui buscar no meu reverso
lá nas dobras da “arte-manha”,
estava em forma de verso
no topo de uma montanha.
PAZ
As flores do algodoeiro
lembram um mundo de paz...
utopia de um mineiro
com um coração audaz.
DESPEDIDA...
O chão me foge dos pés
um lenço acena no cais
pula um beijo do convés
vem da boca de meus pais.
FÉ
Prenda o mal com sua dor,
faça do fraco o seu forte,
transforme um espinho em flor,
plante a vida onde haja morte.
ENTARDECER DA VIDA
Jovem eu via o futuro,
meu lema era “conquistar”,
hoje, nada além do muro,
que está para desabar
LAMENTO
Chegando agora aos oitenta,
meu pai diz: - “eu vivi pouco”!
Vem a saudade e lamenta:
- “Não curti, eu fui um louco”!
FOME DA VIDA
Baixa a noite sem piedade
pintando a vida de escuro
chora a mãe na velha idade
geme a fome de um futuro.