És luz de vela

Numa noite escura e fria,

Alguém tremendo de frio.

Barriga vazia, pés descalços,

Em trapos. Vida por um fio.

Passa em meio à multidão,

Que não percebe. Adiante,

Segue... Por que olhariam?

É apenas mais um, sem chance.

Estende a mão, fingem não ver.

Poderia dizer-lhes uma verdade:

Também sou teu irmão!

Mas a voz mais alta é a vaidade.

Insolência! Grita a multidão.

Ocupamos outra esfera.

Parece não sentir-se torrão.

Cuidado, és luz de vela.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 15/01/2010
Código do texto: T2031498
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