GENTE DO MORRO

GENTE DO MORRO

Desci do morro outro dia

trazendo um samba no pé,

na cabeça a poesia

e grande exemplo de fé.

No morro o povo acredita

que a sorte virá um dia.

O vento sopra a desdita

e traz de longe a alegria.

Aqui, ali um parente,

ali, aqui um irmão.

E o barraco, de repente,

vai virando multidão.

Sabedoria de escola,

como é difícil encontrar!

Mas todos nascem com a “cola”

das provas que vão passar.

Nas contas todos aprendem

o sabor da divisão.

Se as lutas um pão lhes rendem,

lembram da fome do irmão.

No barraco tem goteira?

Há sempre uma voz irmã:

-Calma, a chuva é passageira,

haverá sol amanhã!

Quem foge à regra, entretanto,

não vinga. O pobre infeliz,

quando não troca de canto,

Do capim, come a raiz.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 30/01/2010
Código do texto: T2059030
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.