CANTAROLA
CANTAROLA
A minha missão na terra
é cantar as maravilhas,
as dores que o peito encerra,
as flores das minhas trilhas.
Cantar a força que o mar
exerce sobre o rochedo.
É ter saudade e cantar,
de um grande amor, o segredo.
Ser poeta, eis a missão
que me deu o Criador
ao plantar meu coração
na rota de um grande amor.
Vim pra cantar a beleza
que foi criada por Deus,
a sublime natureza,
amores e sonhos meus.
Ó terra, jardim florido,
tudo o que eu sei é cantar!
no meu cantinho, esquecido,
tudo o que eu posso é sonhar.
Sonho que subo à colina,
somente pra namorar,
aquele amor de menina
à meiga luz do luar.
E, quando eu falo da lua,
a minh’alma se renova,
meu pensamento flutua
nas linhas da minha trova.
Nasci poeta? Não sei.
Ou foi o amor a razão.
Só sei que quando eu cheguei
trouxe um grande coração.
Enchi de amor o meu peito,
fui irmão e fui amigo,
fui paz, carinho e respeito,
fui consolo e fui abrigo.
Mas, também, já fui perverso,
já fiz o que não devia,
já iludi com meu verso,
conquistei com poesia.
Agora eu desço a ladeira
da história da minha vida,
mas não trago a companheira
que eu deixei lá na subida.