Um isqueiro delicado

O amor que ela espera encontrar

Pode estar no bar da esquina

Esperando uma menina

Que nunca vai chegar...

Ele escreve versos tristes

Ela diante do espelho está a fumar

Lamentando as gorduchas pernas

Pelas quais, acredita, ninguém vai lhe aceitar

Ele olha pra estrada nua

E se sente um grão de sal

Pensa estar tão neurotico

Que arriscaria um transe narcotico

Ela deseja ser o pó da estrada

E bonita aos 50 pensa que

Não vale mais pra nada

Triste e sozinha dorme sem sonhar

Ele de tanto desmoronamento

Perde o melhor momento

Que é quando um anjo passa

E lhe sussurra um nome

Mas no dia seguinte, serviços do inconsciente

Estão os dois ao telefone

Pois como dizem os gregos

A noite é burra, a manhã inteligente

Seguem sua trajetória

De era uma vez uma história

Que nos tempos modernos

Muito se ousa, menos revelar o interno ...

Mais fácil falar com o mundo

Que revelar os sentimentos pr ´uma pessoa

Tudo é sexo, drogas e rock´n´roll

Adeus curtir o eu profundo

Logo se vai pra baixo do lençol

As relações são tão fugazes

Como toque no teclado

Nem se briga, nem se fazem as pazes

Muita intelectualidade

E pouca vivência

Todos temos cultura mas

Zero de realidade e consciência.

Inspirada em http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdetristeza/3102263 do imperdivel poeta Tiago do Valle.

profunda integração de Mestre Miguel Jacó:

O amor é uma banca,

Aonde se negociam,

Se a pessoa tem pelanca,

Ou se tem pernas macias./

Boa tarde Luciana, seus verso estão apropriados ao momento em que vivemos, parabens MJ

Reforçam o texto as palavras da sempre brilhante Priscila Silverio:

Teu texto é sincero, cada vez mais vemos relacionamentos fugazes. Fiz um esses tempos falava justamente disso... Saias curtas, créditos longos... A preferência por quantidade a qualidade, maioria ainda não nota que o essencial é invisível...

Maria Jose, a corujinha sabia que muito lê, chegou com esta sensivel como sempre e brilhante interação. Prestemos atenção:

O que fazer neste mundão

onde a vida vale menos

que um pão amanhecido

pois até já foi trocada

aí pelas estradas

por um naco de cocada!

Amor, quem diz que tem

precisa antes se amar

pois desejos que vem do ardor

de corpos a se entregar

estão longe de ser amor

os que assim possam pensar...

Bela composição Luciana! Bjs Paz e Luz!

Obrigada, Maria Jose, você disse melhor que eu o que eu queria dizer.

luciana vettorazzo cappelli
Enviado por luciana vettorazzo cappelli em 20/07/2011
Reeditado em 24/07/2011
Código do texto: T3108300