O CAVALHEIRO POÉTICO

Uma pista um rastro por onde passar

Era só o querer pro seu plano andar

Numa noite escondida viu o abraçar

Lamentou desagrado afim de encontrar.

Perdida nos vícios da doce lembrança

Suprindo a carência dos lábios molhados

Seguia aos prantos jurando vingança

Cravada com ódio esquecendo o amado.

Jurou de saber o tal jovem soberbo

Que no seu afago tornou-se ilusão

Traiu sua sombra ouvindo a ternura

E não deu valor, quanto a sua atenção.

Tão pouco inocente se fez a donzela

Que do seu olhar o dia anunciou

Matando a sede do tal cavalheiro

Que tanto esperava e logo chegou.

Tomou de um gole outro rumo a pureza

Pedindo aos céus uma explicação

No frio penetrante de uma companheira

Vingança profunda sorriu tentação.

Palavras tormento ferindo seu corpo

Talvez de um jeito quem sabe ou de outro

As lágrimas muitas caindo do rosto

De quem foi verdade e quis o seu troco.

Até que a memória por fim esquecida

Suspirou em seu âmago frígida e ferida

Mostrando a foto de sua irmã perdida

Segura e desprende do fio de sua vida.

Caiu na razão o engano perfeito

Arrependida e colada ao amado sofrendo

Perdida na fé do que não tem mais jeito

Brindou com a morte do mesmo veneno.

Quebrando as correntes que a angústia apertava

Provou do seu ódio a doce lição

Tão bela e desnuda leveza de pluma

De quem não tem alma e nem coração.

HugodePaula
Enviado por HugodePaula em 31/08/2011
Reeditado em 31/08/2011
Código do texto: T3192822
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.