Fim do mundo
Fim do mundo
Dizem que vai acabar
este mundo, mas não creio.
Minha vez há de chegar,
é uma questão de sorteio.
Pois se eu procuro o João,
vem alguém mais informado,
e diz: -Está no caixão,
porém fique conformado.
Pergunto pelo vizinho,
o meu amigo Tancredo,
alguém me diz com carinho:
-Coitado, subiu mais cedo!
Pergunto pelo Mané
ou procuro o Joaquim,
o padeiro, “seu” José,
o carteiro Serafim.
Partiram pra outra vida,
nem deu tempo de um abraço.
Sem adeus, sem despedida,
todos foram para o espaço.
A Magali, a Jurema,
Cacilda, Maria Inês,
a musa do meu poema...
Quando virá minha vez?
Gilson Faustino Maia