Minha Infancia

Quando lembro daquela menina,

Cabelos encaracolados solto ao vento

Pés descalços, não lamento.

Por quê hei de lamentar ?

Quando me lembro daquela casinha feia,

de teto baixo, e teias de aranha a enfeitar.

Ah, quando me lembro !..

Quanto tempo passado e ainda hoje louvados,

Pois gosto de me lembrar.

Daquela casinha longe, caminho a percorrer...

Até que chegasse lá.

Passo a passo seguíamos.

Firmes a caminhar.

Depois de tanto tempo de espera,

Do dia desejado, dia de viajar.

Demora de trem, demora de tudo.

Ainda tem que caminhar...

No fim de tal caminhada, lá estava a tão velhinha amada.

Minha avó a me esperar.

Entre abraços e beijos, e tantos afagos feitos,

Feito coisa que o tempo nunca haveria de passar.

Volto no tempo velozmente, tão saudosa e envolvente,

Emoções que me fazem chorar.

Quisera eu novamente, reviver literalmente

O que hoje só posso lembrar.

A ansiedade da espera, contar os dia distantes

para uma pobre menina que sonha ser viajante,

Ainda que distante tivesse seu viajar.

Recordo-me emocionada,

Desse pouco quase nada.

Da sacada do meu quarto, de onde vim morar.

Nada se compara as lembranças,

Que invadem lentamente...

Sonhos lindos envolventes, de criança a esperar !

Recordações, que me restam vida afora.

Se fazem presente agora.

Pessoas que já não existem

Sonhos lindos, sonhos tristes.

Da vida de uma menina,

Que antes fora tão alegre

Cujo presente é RECORDAR.

Um elo partido no tempo,

Fatos levados pelo vento.

E a menina onde está ?

Guardada em mim por dentro...

Tudo, tudo o que mais lamento

É que trago em minhas lembranças,

Mas esse passado tão lindo,

Hoje não existe mais.

Eu só posso RECORDAR.

Gracia Fernandez
Enviado por Gracia Fernandez em 22/06/2013
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