Não Sou

Não sou aquilo que fui

Nem sei se sou o que sou

Não sou aquilo que querem

Nem, sequer, sei onde estou

Não sou o marujo forte

Nem o poeta coitado

Não sou um homem de sorte

Nem, ao menos, azarado

Não sou o maldito armário

Que me dizia o que li:

- Confie em Deus, seu otário

Mas faça sempre por si

Não sou o capoeirista

Nem lateral, nem goleiro

Não sou também guitarrista

Nem sou eu um violeiro

Não sou produto do meio

Deste meio suburbano

Não sou bonito nem feio

Não sou cruel nem humano

Eu não sou nada de nada

Aceito sim, não me iludo

Mas sou nada, camarada

Que tem um pouco de tudo.

Tarcísio Mota
Enviado por Tarcísio Mota em 14/09/2015
Código do texto: T5382245
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