Artesão da viola e da vida
Fazer, se aprende fazendo
Foi assim que Caetano
Desenvolveu seu talento
Junto a seu pai, Cipriano
Este trabalhava e aprendia
Valores de grande estima
Do respeito em que se vivia
Adultos, crianças em rima
Todos em grande união
No ofício de bem viver
De geração em geração
Passava-se muito saber
Nas festas e nas romarias
De família, grande amizade
Forte fé nesse povo existia
Pescadores de humanidade
Entre rezas e nas cantorias
Mestres foram repassando
O conhecimento que havia
Para os futuros meninos
Artesãos do novo tempo
Os guardiões do ensino
Da arte bem pantaneira
Cantavam em coro, hinos
Nas rodas cururueiras
Viajou o tempo e os homens
E essa cultura andante
De antepassadas alianças
Foi passo a passo, adiante
Levando o riso, a esperança
Da rica tradição ancestral
De uma tão guerreira gente
Cheia de graça e vontade
Nos sonhos, uma força latente
Nas casas, cumplicidade
Entre rezas e cantorias
Nos quintais, fraternidade
De herança, deixou Caetano:
Um mestre bem aplicado.
Neto de Mestre Cipriano,
Alcides, um bom soldado.
Filho amado de D. Izabel
Já foi um pequeno aprendiz
Hoje ensina ao neto, Miguel
A fazer ganzá, remo e mocho
Transmitindo o seu legado
Na arte da viola-de-cocho
Símbolo de um povo festeiro
Marcando eras e histórias
Que seja fértil, esse canteiro
No coração e na memória.