Artesão da viola e da vida

Fazer, se aprende fazendo

Foi assim que Caetano

Desenvolveu seu talento

Junto a seu pai, Cipriano

Este trabalhava e aprendia

Valores de grande estima

Do respeito em que se vivia

Adultos, crianças em rima

Todos em grande união

No ofício de bem viver

De geração em geração

Passava-se muito saber

Nas festas e nas romarias

De família, grande amizade

Forte fé nesse povo existia

Pescadores de humanidade

Entre rezas e nas cantorias

Mestres foram repassando

O conhecimento que havia

Para os futuros meninos

Artesãos do novo tempo

Os guardiões do ensino

Da arte bem pantaneira

Cantavam em coro, hinos

Nas rodas cururueiras

Viajou o tempo e os homens

E essa cultura andante

De antepassadas alianças

Foi passo a passo, adiante

Levando o riso, a esperança

Da rica tradição ancestral

De uma tão guerreira gente

Cheia de graça e vontade

Nos sonhos, uma força latente

Nas casas, cumplicidade

Entre rezas e cantorias

Nos quintais, fraternidade

De herança, deixou Caetano:

Um mestre bem aplicado.

Neto de Mestre Cipriano,

Alcides, um bom soldado.

Filho amado de D. Izabel

Já foi um pequeno aprendiz

Hoje ensina ao neto, Miguel

A fazer ganzá, remo e mocho

Transmitindo o seu legado

Na arte da viola-de-cocho

Símbolo de um povo festeiro

Marcando eras e histórias

Que seja fértil, esse canteiro

No coração e na memória.

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 22/11/2021
Reeditado em 22/12/2021
Código do texto: T7391432
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.