A rosa

 

Era uma rosa tão bela,

qual pintura em aquarela,

exalava doce perfume

que inebriava feito lume!

 

Mas o tempo, esse vilão,

a fez murchar, triste destino,

fiz pra ela uma canção

como um réquiem em violino...

 

Jogaram a rosa ao vento,

ninguém ouviu seu lamento!

 A chuva caiu e a levou

e um rio que passava a arrastou...

 

-'Alguém pode me salvar?'

Gritava a rosa chorosa,

e o rio sem dó levava ao mar,

 aquela rosa tão formosa...

 

A vida é assim, célere passa,

e a beleza perde a graça,

mas a bondade não perece,

a doçura ninguém esquece!

 

Somos frágeis como a rosa,

quando nasce é gloriosa,

mas só o amor verdadeiro 

permanece o tempo inteiro!

 

 

Esse poema é inspirado em 'A flor e a fonte'

de Vicente de Carvalho, poeta santista.

 

'Deixa-me fonte!' Dizia

A flor, tonta de terror.

E a fonte, sonora e fria,

Cantava levando a flor.

 

'Deixa-me, deixa-me, fonte!'

Dizia a flor a chorar:

'Eu fui nascida no monte...

Não me leves para o mar.'

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Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 02/06/2023
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