A rosa
Era uma rosa tão bela,
qual pintura em aquarela,
exalava doce perfume
que inebriava feito lume!
Mas o tempo, esse vilão,
a fez murchar, triste destino,
fiz pra ela uma canção
como um réquiem em violino...
Jogaram a rosa ao vento,
ninguém ouviu seu lamento!
A chuva caiu e a levou
e um rio que passava a arrastou...
-'Alguém pode me salvar?'
Gritava a rosa chorosa,
e o rio sem dó levava ao mar,
aquela rosa tão formosa...
A vida é assim, célere passa,
e a beleza perde a graça,
mas a bondade não perece,
a doçura ninguém esquece!
Somos frágeis como a rosa,
quando nasce é gloriosa,
mas só o amor verdadeiro
permanece o tempo inteiro!
Esse poema é inspirado em 'A flor e a fonte'
de Vicente de Carvalho, poeta santista.
'Deixa-me fonte!' Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava levando a flor.
'Deixa-me, deixa-me, fonte!'
Dizia a flor a chorar:
'Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar.'
......................................