(Col.Agro) - O QUE CONTÉM UM SACO DE ADUBO

O QUE CONTÉM UM SACO DE ADUBO ?

Seja uma mistura de grânulos com fórmula comercialmente vendida como 05-30-15.

Isto quer dizer que esta mistura contém:

5% de Nitrogênio

30% de Fósforo (P2O5)

15% de Potássio (K2O)

Ou em cada 100 kg deste adubo (2 sacos) teremos

5 kg de N

30 kg de P2O5

15 kg de K2O

em 1.000 kg ou 1 tonelada teremos:

50 kg de N

300 kg de P2O5

150 kg de K2O

Se somarmos os nutrientes da fórmula acima veremos que existe 50% de nutrientes ou seja 50 kg de NPK em 100 kg de adubo ou 500 kg de NPK numa tonelada.

Então vem a pergunta: Eu compro 100 kg de adubo e têm somente 50 kg de NPK. E os restantes 50 kg ?

Como não existem matérias primas que possuem 100% de N, 100% de P2O5 e 100% de K20, os restantes 50% são outros nutrientes que fazem parte da composição das mesmas. Por exemplo: o sulfato de amônio não contém somente nitrogênio (N) mas contém, também, na sua composição carbono (C.) e oxigênio (O).

O superfosfato simples além do fósforo (P) contém cálcio (Ca), hidrogênio (H) e oxigênio (O). O cloreto de potássio contém também, além do potássio, o cloro (Cl). Outros txtos sobre fertilizantes, acidez, calagem, formulas, etc... podem ser encontrados no blog (agronomiacomgismonti.blogspot.com).

ESCOLHA DAS FÓRMULAS DE ADUBO BASEADO NA RELAÇÃO DE NUTRIENTES:

1. Vamos escolher uma cultura de milho e dentro das recomendações para o RS+SC, referente a um solo, com 2% de matéria orgânica, baixo teor de fósforo e muito baixo teor de potássio, correção gradual (1° cultivo).

Os valores encontrados foram:

Nitrogênio: 80 kg/ha ou seja 20 kg no plantio e 60 kg em cobertura;

Fósforo (P2O5): 85 kg/ha

Potássio (K2O): 110 kg/ha

Teremos então no plantio, na seqüência NPK :

20 (N) – 85 (P2O5) – 110 (K2O)

Dividindo estes números pelo menor (20), teremos uma relação:

1 - 4,25 -5,5

Multiplicando-se estes índices por coeficientes, teremos diversas fórmulas NPK compatíveis que poderão ser usadas mas, é claro, em quantidades diferentes.

X 4 = 4x(1-4,25-5,5) = 4 – 17 – 22

X 5 = ......................... 5 – 22 – 28

X 6 = ......................... 6 – 26 – 33

Todas são formulações compatíveis que podem ser usadas pois estão numa relação perfeita com as necessidades de nutrientes.

Se permite uma variação de ± 10% nas quantidades recomendadas para se adequarem às formulações de adubos existentes no mercado.

Para saber a quantidade de cada uma destas formulações para ser aplicada por hectare a operação é a seguinte:

Como os números das fórmulas estão numa relação perfeita entre eles, podemos usar qualquer um deles para calcular a quantidade.

Relembramos, como já vimos anteriormente, uma fórmula 5-30-15 quer dizer que em cada 100 kg teremos 5 kg de N, 30 kg de P2O5 e 15 kg de K2O .

Por exemplo a fórmula 04 – 17 – 22 encontrada acima, tem 4 kg de N, 17 kg de P2O5 e 22 kg de K2O em cada 100 quilos.

N.A (kg/ha) = necessidade de adubo (em kg/ha).

A fórmula a ser empregada é:

N.A (kg/ha) = (Dose de nutriente recomendada x 100) dividido pelo

teor do nutriente na fórmula (%)

N.A (kg/ha) = (20 X 100) dividido por 4 = 500 /ha

Portanto teríamos que usar 500 kg/ha desta formulação.

Se utilizarmos o teor de fósforo na formulação chegaríamos ao mesmo resultado.

N.A (kg/ha) = (85 X 100) dividido por 17 = 500 kg/ha

E se a escolha for a fórmula 5 – 22 – 28 ?

N.A (kg/ha) = (20 x 100) dividido por 5 = 400 kg/ha (baseado no teor de N)

E se a escolha for a fórmula 6 – 26 – 33 ?

N.A (kg/ha) = (20 x 100) dividido por 6 = 335 kg/ha (baseado no teor de N)

Quanto mais concentrada a fórmula menor a quantidade de adubo por hectare.

2. Qual a quantidade de adubo nitrogenado necessário para aplicação em cobertura visando atender as necessidades do milho (60 kg/ha de N), neste tipo de solo com 2% de matéria orgânica ? Os adubos nitrogenados serão o sulfato de amônio com 20% de nitrogênio ou a uréia com 45% de nitrogênio.

Usando o sulfato de amônio:

Em 100 kg de sulfato de amônio temos 20 kg de N

X temos 60 kg de N

X = (60 x 100) dividido por 20 = 300 kg/ha sulfato de amônio.

Usando a uréia:

Em 100 kg de uréia temos 45 kg de N

Y temos 60 kg de N

Y = (60 x 100) dividido por 45 = 133,3 kg/ha uréia.

3. No plantio da soja em solo com 2,6% de matéria orgânica, fósforo e potássio baixos, quais as formulas de adubo possíveis de serem usadas e as quantidades por hectare numa correção gradual (1º cultivo) ?

Vimos que a soja dispensa a aplicação de nitrogênio por causa das bactérias Rhysobium fixadoras de N.

As doses recomendadas de fósforo e potássio são:

Fósforo (P) – 70 kg/ha

Potássio (K) – 85 kg/ha

Usando o mesmo raciocínio anterior teremos:

0 – 70 – 85

dividindo por 70 teremos a relação:

0 - 1 - 1,2

Multiplicando por coeficientes encontramos as fórmulas segui

X 20 = 0 – 20 – 24

X 25 = 0 – 25 – 30

N.A (kg/ha) = (70 x 100) dividido por 20 = 350 kg/ha (0-20-24)

N.A (kg/ha) = (70 x 100) dividido por 25 = 280 kg/ha (0-25-24)

4. Supondo que a tonelada de sulfato de amônio custa R$ 1.000,00 e a de uréia R$ 1.500,00 (FOB), qual o custo da unidade de N destes dois produtos ?

Em 1.000 kg de sulfato de amônio temos 200 kg de N

Logo:

200 kg de N Custa R$ 1.000,00

1 kg de N X

X = Custo kg de N = (1 x 1.000,00) dividido por 200 = R$ 5,00

Em 1.000 kg de uréia temos 450 kg de N

1.000 kg de uréia Custa R$ 1.500,00

1 kg de N Y

Y = Custo kg de N = 1 x 1.500,00 dividido por 450 = R$ 3,33

Comparando as duas matérias primas verificamos que o custo da unidade de nitrogênio (kg) é mais econômica na uréia.

A próxima publicação será " Como se calcula uma fórmula de fertilizante "

Gismonti - Eng°. Agrônomo

http://agronomiacomgismonti.blogspot.com