Hoje sem estrelas.

Às vezes o cheiro de asfalto molhado depois da chuva me convida a sair.

Aproveitar a noite, uma caminhada no friozinho, ir até a conveniência tomar um café.

Tomado de nostalgia, sorrio para estrelas (mesmo que não possa ver no céu nublado).

Tento convencer a todos que estou bem, que gosto da solidão, que ser cínico faz parte do meu DNA. Nem eu acredito.

Procuro motivos para não ser tão triste. Entender o quê sou.

Eu vivo o velho clichê, “cercado por todos os lados, e profundamente solitário”. Me fecho no quarto por semanas, leio uma dezena de livros, seguidos sem pausa.

Me afasto dos amigos. Me sinto confuso e insensível, no meu “mundo particular”.

Tento ser diferente. Tento ser menos eu. É como tentar segurar o vento.

Hoje faz frio, tanto frio, tanto frio.

Hoje a insônia chamou,

hoje a noite é vazia, e uma voz me chamou,

meus sonhos vazios, meus medos vazios.

hoje eu sorri, por sorrir, por sorrir.

O café acabou, a conveniência estava fechada.

Hoje sem estrelas.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 29/04/2009
Reeditado em 29/04/2009
Código do texto: T1565816