PALESTRA SOBRE LITERATURA/POESIA DE CORDEL - APONTAMENTOS

Temas básicos por mim abordados durante apresentação de palestra sobre literatura/poesia de cordel. Conteúdo, em especial, para alunos do ensino fundamental. Cada tópico poderá se alongar na medida em que for explicado e exemplificado, mediante às questões apresentadas.

Bom dia, pessoal!

> Meu nome é Paulo Seixas, sou formado em Jornalismo e desde jovem me interesso pela poesia dos cordéis, chegando, inclusive, a ESCREVER OS MEUS PRÓPRIOS FOLHETOS.

> A pedido do professor(a)............. , venho aqui hoje falar pra vocês um pouco da HISTÓRIA SECULAR da poesia de cordel. Espero que esse nosso encontro seja bastante proveitoso.

> Sendo assim, vou dividir a minha fala em duas partes: Falarei primeiro sobre a HISTÓRIA DA POESIA DE CORDEL e depois, sobre a ESTRUTURA de um folheto de cordel.

> Esse TIPO DE POESIA E TAMBÉM DE LITERATURA, pois se trata de um gênero textual, é muito mais antiga do que vocês possam imaginar. Vem de muito tempo atrás.

> Ela SURGIU NA EUROPA, na França medieval, sendo mais tarde encontrada na obra dos escritores portugueses, Gil Vicente e Luís de Camões. Foi trazida ao Brasil pelos portugueses durante a época da colonização.

> DURANTE MUITO TEMPO, PERMANECEU EM SEU FORMATO ORIGINAL. Ou seja, na oralidade. A confecção de livros era algo muito caro e sofisticado para a época. Eles eram feitos um a um, escritos à mão, pois ainda não existia a prensa. E também nessa época apenas os mais ricos sabiam ler.

> Existiam, entretanto, os ANTIGOS TROVADORES, o equivalente aos repentistas e emboladores da atualidade. Em troca de algumas moedas, eles recitavam a sua POESIA OU TROVA nas feiras livres, nas praças e até diante de reis e governadores locais.

> Somente muito tempo depois, a partir do século XIX (1850), é que começaram a surgir OS PRIMEIROS FOLHETOS IMPRESSOS, devido à popularização da prensa. Livros e jornais eram agora comercializados ao público, e um maior número de pessoas já eram alfabetizadas. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo.

> Aqui no Brasil, A POESIA DE CORDEL ENCONTROU SEU ESPAÇO NA REGIÃO NORDESTE, em especial, nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, justamente por esses lugares apresentarem temas interessantes. O Sertão e as duras secas, o cangaço, as vaquejadas, os santos, os fazendeiros e coronéis, são assuntos como esses que dão asas à imaginação dos cordelistas (escritores de cordéis).

> Lembrando que O NORDESTE É QUEM MAIS PRODUZ CORDÉIS NO MUNDO, uma poesia que se adaptou ao lugar, atravessando gerações. O cordel escrito é uma “invenção”, digamos assim, de uma poesia antiga que nem existe mais em seu lugar de origem.

> Falar de grandes cordelistas como LEANDRO GOMES DE BARROS, ZÉ DA LUZ, MANOEL CAMILO DOS SANTOS, PATATIVA DO ASSARÉ, MANOEL MONTEIRO... os três primeiros, paraibanos.

> Afinal, POR QUE O NOME CORDEL? Referência à maneira como eram vendidos os folhetos no passado, pendurados em cordas, cordéis.

> O cordel demonstra sua importância em dois aspectos: Na questão da INFORMAÇÃO e na sua FUNÇÃO PARADIDÁTICA. Informativo, porque no passado tinha a função de jornal (lembrar cordel de Getúlio Vargas). E paradidático, por auxiliar na alfabetização em escolas (lembrar do passado, e Manoel Monteiro).

> A maior biblioteca de cordéis do mundo fica em Campina Grande, na UEPB. É a BIBLIOTECA ÁTILA ALMEIDA, com mais de dez mil (10.000) folhetos catalogados.

> Existe uma preocupação quanto ao futuro da poesia de cordel, na medida em que vários cordelistas da atualidade já publicam agora seus cordéis exclusivamente na internet, O CYBER CORDEL.