Onde mora o amor
 
Falar de amor desencadeia os sentidos, nutre a alma... Parece até frase pronta e acabada, uma ou outra expressão do tipo:

"Eu te amo! Não vivo sem você, nem você jamais me esquecerá!"

Mas onde é que mora o amor?Será que é alem do mar, no céu, submerso em terras profundas... Ah, penso que não é tão difícil assim de saber a resposta.

Falar em amor, de amor nunca é demais, concordo.

Entretanto, sentir amor, se permitir amor, abrir as portas do coração pra acolher amor e vivenciá-lo em situações cotidianas, nos pequenos/grandes gestos e atitudes, decorre de uma ação que se concebe verdadeiramente possível, quando se é natural, livre. Sem esperar o que supostamente se possa receber em troca, pelo simples fato, de o amor ser um sentimento que sobrevive a todas as coisas, ainda que cantado poeticamente em prantos pungentes, saudade dolorida, solidão e tantos outros atributos inspiradores...

Às vezes penso que o amor é confundido com possessividade, egoísmo ou algo assim, mas com o tempo passamos a perceber o amor por ângulos maiores. Não acredito em amor aprisionado, escondido, maligno.

Só se intensifica um amor em liberdade, respeito, afinidades,harmonia...Aceitação.

O pai, por exemplo, nem sempre ou quase nunca expressa em palavras que ama ao seu filho, mas se o ama, é capaz de dar a vida por ele e nem espera que seja reconhecido, se assim procede certamente, é pela forma natural que se sobrepõe a qualquer coisa.

Agora, na medida em que acreditamos que somos capazes de amar e sermos amados, a dádiva do amor se torna agradável em nossos corações.

Alguém certa vez me enviou por e-mail, a seguinte frase:

"Quem mais me ama, é quem mais me perdoa."

Honestamente, também não acredito, em amor pouco, ou amor muito... Ou ama, ou não se ama. A meu ver, o amor não deve ter dois pesos e nem duas medidas. Creio sim, que se pode amar verdadeiramente a várias pessoas e vice versa, principalmente, quando se trata de amor fraterno.

Até porque a humanidade pra viver o bem comum, necessita deste espírito fraterno. No entanto, quando se trata de casal,o que vai fazer a diferença, também a meu ver, são as escolhas, os procedimentos, o livre arbítrio, os valores que acreditam... Uma questão relativa, dependendo do ponto de vista de cada um. Uns optam por relacionamento sério, outros não, preferem relacionamentos paralelos, alguns, nenhuma coisa nem outra, por isso, repito, é relativo.

Mesmo assim, quem ousa definir o amor com um conceito absoluto?

Bobagem!

O amor não precisa ser compreendido, basta ser amor, de fato, vivido, sonhado, perceptível na sinceridade de um sorriso, na candura das palavras, na pureza  dos gestos e, sobretudo refletido na alma, ancorado ao coração, retratado na serenidade e reconhecido nos olhos de uma criança.

Não sei se é devido à convivência com as crianças, ou por conhecer a palavra divina, mas suponho que é onde o amor faz morada, na criança em nós que muitas vezes, está apenas adormecida, muito embora pela idade cronológica sejamos adultos, mas o verdadeiro amor, não tem maldade, nem frescuras...É livre!

Penso que precisamos aprender com as crianças a amadurecermos o amor, a doá-lo, senti-lo sem mágoas...O que proceder além disso, só nos faz crescer como ser humano.

 

Antonia Zilma
Enviado por Antonia Zilma em 03/08/2009
Reeditado em 19/09/2022
Código do texto: T1735309
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