A Impostergável Rosa Acróstica
Restituo-lhe o carinho impressentido
Os abraços que se perderam num vão
Nosso único bem talvez construído
Ilhado por um oceano de decepção.
E o tempo haverá de sanar a ferida -
Ferida cruenta e fatídica da nossa alma
E então talvez a morte, (talvez a vida)
Retire da tempestade uma brisa calma...
Nada porém será como o que poderia
Antes da grande guerra ser deflagrada.
Nós dois enfim perdemos (e quem não perderia?)
Depois de errar tanto o caminho numa estrada!
Escrevo-te assim sabendo-nos condenados
Sem qualquer apelação pelo bem perdido.
Dedico -não para você, essa poesia triste
Entrecortada de desgaste e gritos de perdão
Já a dediquei à vida trapaceira que resiste
E que joga e aposta nos que sempre perderão.
Sonhemos e esperemos, meu triste e amado amigo
Um dia, quem sabe, reencontrando-me contigo
Silenciaremos nossas dores (e nossas almas cantarão!)