Dor que alivia

Misturo tua lembrança com descrença

Ao mais leve buscar de tua presença...

Revolta-me o sentir que não te apaga.

Como se apenas não pensar bastasse,

Insisto em lutas vãs diante do impasse!

Ah, como me ver livre desta chaga?

Mas inda que esta dor me rasgue ao meio

Ou mostre um mundo agora sem sentido,

Revela-se, no entanto, como um esteio...

E então me abrigo nela, agradecido.

Impede que de te ti eu sinta o vazio,

Reacende o meu calor, o nosso cio...

Ajuda e me sentir por ti acolhido!

Dentre esquecer de ti, para ser livre,

Este doer presente te revive!

Levado pela dor quase te toco...

Inspiro até teu cheiro... de tão perto!

Me envolves como outrora, e eu me desloco

Até onde estás, que é quando eu me liberto!

Obras publicadas: www.lojasingular.com.br

Luiz Roberto Bodstein
Enviado por Luiz Roberto Bodstein em 11/12/2010
Reeditado em 19/03/2012
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