NAVIO NEGREIRO
Nau singrando mares de saudade
Atravessa oceanos de distância
Vai buscar o canto da liberdade
Ignorando seu choro de criança
Ouvindo os ruídos do navio
Negro forte rema sofrimento
Espera confiante um milagre tardio
Grilhão que lhe fere o sentimento
Reza aos Orixás em silêncio profundo
Enquanto o chicote açoita seu corpo inteiro
Inimaginável é seu futuro neste mundo
Repousa agora o sofrido africaneiro
Ondas levam, distante, o navio negreiro