POESIA EM FUGA

POESIA EM FUGA

As lágrimas serenaram

e as que ainda caem

se alastram, já quase secas

cavando pequenos caminhos

na folha lívida

onde escrevo o poema.

Restam grafismos dissolvidos

profanações semânticas

barbarismos, mesóclises

estados alterados pelas

irrelevantes gotas da alma.

A lírica, em clara vantagem

dá-se em fuga pela clarabóia

tornada paloma branca

arredia moradora de beirais.

Ricardo S Reis
Enviado por Ricardo S Reis em 14/02/2007
Código do texto: T380607