A biblioteca Manoel de Abreu do Centro Acadêmico Sir Alexander Fleming, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

BIMA – A Biblioteca Manoel de Abreu

A vida é plano B

Quando A não funciona

E a diferença cabe

Entre o órgão e a sanfona.

Stanislaw Balner

Antes de falar qualquer coisa sobre a Biblioteca Manoel de Abreu, lembremos que aquele a dar nome à BIMA foi o inventor da abreugrafia, hoje em desuso por conta da carga de radiatividade usada, mas de muita utilidade em exames periciais e em rastreamento da tuberculose em seu tempo de uso e epidemia dessa doença. Também dizer que as relações entre a medicina e a literatura ainda não foram anotadas no contexto da literatura brasileira, conforme o Professor de Literatura Brasileira da Universidade do Rio de Janeiro, Marcus Salgado escreveu em prefácio do livro Algo sem gesso, deste coautor junto com Alberto Daflon,filho; vejamos:

“Se a vida literária no Brasil adquire caráter visivelmente sistêmico apenas no começo do século IXX, não nos espanta que justamente o iniciador do romantismo entre nós, Gonçalves de Magalhães, fosse médico. A este poeta devemos nada menos que Confederação dos Tamoios, marco pioneiro entre os românticos de criação de uma epopeia nacional legitimadora de nossa independência cultural. O que não é pouco.

Médico também foi Joaquim Manoel de Macedo, autor de A moreninha, folhetinista notável, seu Passeio pela cidade do Rio de Janeiro e suas Memórias da Rua do Ouvidor são marcos na linhagem dos cronistas do Rio Antigo.

A lista dos que transitaram entre a literatura e a medicina é longa.

Fácil elencar nomes mais ou menos conhecidos, como o poeta Jorge de Lima, autor de Invenção do Orfeu, poema de grande fôlego que o inscreveu definitivamente entre os mais expressivos criadores do século XX.

Ou Madeira de Freitas que assinava páginas satíricas e charges como Mendes Fradique – um dos mais importantes e mordazes humoristas brasileiros do começo do século XX.

Idêntico testemunho faz Pedro Nava que, além de emprestar seu nome à biblioteca no Rio de Janeiro, se revelaria nada menos que o maior memorialista da literatura brasileira, ou ainda Hélio Pellegrino, que além de especialista em medicina psiquiátrica, integrou junto com Fernando Sabino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, o “Grupo dos Quatro Mineiros”, bons de prosa e de poesia.”.

Oportuno dizer que grande parte dos médicos da velha-guarda cultivava uma cultura humanística e não seria difícil estender a lista disposta até aqui. Rolando Monteiro publicou um estudo sobre Os lusíadas, de Luís de Camões; Ítalo Suassuna já publicou um livro de poemas. Jussara Valverde, também da UERJ, é membro da Academia Brasileira de Médicos Escritores.

O livro que melhor fala da cultura dos anos 60 é Verdade Tropical, de Caetano Veloso, nos dando um panorama dos comportamentos, do tropicalismo, das drogas, da Música Popular Brasileira.

Na literatura, nos anos 70, aconteceu a chamada geração mimeógrafo, que, sem poder publicar com a facilidade que existe hoje, onde mesmo maus autores pagam pela edição dos seus livros ou postam seus textos na internet. Daquela geração mimeógrafo o nome, por justiça, mais conhecido é o de Paulo Leminski. Entretanto, ler em folha solta um poema recém saído dos porões, como foram alguns dos compostos por Alex Polari Alverga, tinha muito peso na consciência de quem lia. Em poesia, até hoje, os poemas de Alverga talvez sejam aqueles que melhor representem o zênite do governo militar de vários ditadores, na falsa democracia relativa, apenas porque se sucediam no trono. O livro Inventário de cicatrizes, de Alex Polari Alverga é fundamental como literatura de testemunho.

Em 1971, a BIMA funcionava no segundo andar do prédio do CR. Estava em escombros. No período de 1971 a 1976 foi resgatada. O acervo foi recomposto com doação dos alunos e as estantes refeitas pela carpintaria do HUPE_UERJ. Nomes como Cristina Schneider, Sergio Voronof, Virgínia Alonso Hortale, Heloísa Lube Novaes, Áurea Cristina Torres, entre outros, ajudaram muito no resgate da BIMA.

Em 24 de setembro de 1975, foi realizada uma feira de livros na portaria principal da entrada do hospital, com a presença de várias editoras importantes, entre elas a Civilização Brasileira, José Olympio Editora, com grande participação de mestres e alunos.

Muito tempo se passou desde aquele ano em que o general Ernesto Geisel começava seu governo. Tempo em que começava, no dizer do próprio ditador, uma reabertura “Lenta, gradual e segura.”.

Entre 1975 e os dias atuais, não podemos, no momento, fazer outros registros das atividades da BIMA. Cuja inserção na era digital seria interessante, a colher registros de alunos escritores, ou ex-alunos. Registrar a memória de cada Gestão CASAF. O petróleo e o ferro são o sangue e os ossos da civilização, escreveu Monteiro Lobato; podemos acrescentar agora que a fibra óptica é a nervura. Livros digitais ou digitalizáveis, pouco espaço a ser ocupado por muita coisa. Escritores são homens em geral sem público; por que não aprender um pouco mais sobre literatura? Inclusive com o registro de e-mail dos alunos que quisessem receber correspondência em mala direta com um jornal digital.

O Manifesto dos Intelectuais 1977, assinado por mil intelectuais foi o primeiro documento da sociedade civil a reclamar a oxigenação dos espaços públicos; a abolição da censura, a abertura democrática, a restauração do estado de direito; ademais de outras franquias indispensáveis ao pleno exercício da cidadania.

Muitos romances tiveram extraordinária importância histórica e política no século XX, entre esses: Agosto, de Rubem Fonseca, um dos intelectuais e escritores signatários do Manifesto dos Mil. A contar do que representa o tempo mais antigo para o mais atual, podemos citar dez dos mais importantes:

Revolta da chibata_a vingança – moacir costa lopes

Subterrâneos da liberdade (três tomos) – jorge amado

Memórias do cárcere – graciliano ramos

Elza, a garota – sergio rodrigues

Olga – fernando moraes

Agosto – rubem fonseca

O senhor embaixador – érico veríssimo

Quarup – antônio callado

Em câmara lenta – renato tapajós

O que é isso, companheiro? – fernando gabeira

Pessach – a travessia, de Carlos Heitor Cony é hours concour! No romance o escritor se refere a uma palestra sobre a loucura nos personagens de Dostoyevski ministrada em uma faculdade de medicina, e essa faculdade é a Ciências Médicas. Aliás, é em Pessach encontrada a melhor crítica ao PCB feita por um dos personagens do romance, um guerrilheiro, cujo pensamento era o de o Clube ter uma estrutura acadêmica, isto é, centralizada em medalhões do comunismo, algo a nos permitir a ilação de a estudantada dissidente não suportar a política clubista também por essa se identificar com a estrutura da universidade arcaica combatida.

Em crítica literária publicada no Jornal do Brasil, citada de memória, Tristão de Athayde escreveu que os romances: Cabeça de papel e Cabeça de negro, principalmente o primeiro, ambos de Paulo Francis, foram os que melhor retrataram os anos 70, mas o que desafia um eventual leitor desses livros é ter o conhecimento das referências culturais daquela década, em relação às quais o autor Paulo Francis é na maior parte do texto um crítico acerbo.

O que é simbolismo? O que é modernismo? O que é pós-modernidade e multiculturalismo? O que é alteridade?!... Quem são os autores contemporâneos importantes na poesia e na prosa?

Há dois tipos de analfabetismo: o analfabetismo por exclusão social e o analfabetismo funcional, também chamado de analfabetismo técnico, onde o sujeito só lê artigos e livros atinentes ao seu trabalho específico – economia, medicina, fisioterapia, direito, etc. É importante que saibamos combater esses tipos de analfabetismos, só assim estaremos contribuindo para melhoria do status ontológico do povo ou das elites intelectuais, porque o povo tem lido mais, hoje em dia.

Entre os romancistas atuais, há alguns muito interessantes como Adriana Lisboa, que, ao escrever o romance Azul-Corvo a partir de um leitmotiv novelesco dos mais simples: uma garota em busca do pai que nunca conheceu, Lisboa escreve um romance pungente que nos remete à guerrilha do Araguaia, à Lakewood no Colorado e mesmo à Costa do Marfim, mas não é um romance de fragmentação pós-moderna do personagem. A menina apenas quer conhecer sua verdadeira história, suas raízes, inclusive as sócio-políticas.

É interessante como a autora narra a guerrilha, com prosa rica em metáforas sempre pertinentes e leves, com domínio de fatos históricos e percuciência. No livro há personagem egresso dessa guerrilha, alguém que vislumbrou sua inviabilidade e soube sair a tempo, personagem nem herói nem anti-herói, colocado numa espécie de limbo para intermediar o encontro da garota Vanja com seu verdadeiro pai americano.

O livro de Adriana Lisboa é um livro de amor à história. De exigência da personagem garota em conhecer seu pai. Vai contra a tendência pós-moderna?!!!... De criar personagens sem raízes, contra o lirismo da individualidade absoluta.

Enquanto nos anos 60 o Centro Popular de Cultura da UNE buscava ir onde o povo estava, hoje a situação é bem diferente, artistas de bairros periféricos publicam suas obras e são estudados na academia. Alguns veem seus livros publicados no exterior, principalmente na França, e são pouco apresentados ao público interno do país.

“ É a periferia retratada por ela mesma. A gente falando da gente, de dentro. Isso é uma mudança tremenda. Nós somos o tema. Começamos nos livros, na rua falando poesia, agora estamos na internet “, nos diz Ferréz, autor do romance Capão Pecado.

Um dos mais instigantes estudiosos da literatura marginal dos anos 70 é o Professor Wilberth Salgueiro, da Universidade Federal do Espírito Santo, que considera os autores mais importantes daquele período Paulo Leminski, Glauco Mattoso, o já citado Alex Polari Alverga, Ana Cristina Cesar ( ou Ana C) e Leila Míccolis, essa última a escrever também sobre as minorias do segmento GLS, além das poesias de teor político.

Outras escritoras como Nélida Piñon e Lygia Fagundes Telles deram ênfase na participação feminina, nas dificuldades da mulher durante a ditadura militar. Lygia Fagundes Telles escreveu o romance As meninas, essencial ao entendimento da época sob um olhar semiengajado e de espanto, isto é, a contar a história de jovens comuns e de como o sistema as atingia.

Internacionalmente conhecido é o poema do antipsiquiatra Ronald Laing, que ousou fazer a viagem da travessia da esquizofrenia com alguns dos seus paciente; fica abaixo registrado o texto mais bonito e que melhor traduz a hipocrisia humana:

“Eles estão jogando o jogo deles.

Eles estão jogando de não jogar um jogo.

Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão,

quebrarei as regras do seu jogo

e receberei a sua punição.

O que eu devo, pois, é jogar o jogo deles,

o jogo de não ver o jogo que eles jogam”.

Dedico o poema acima a todos que se nortearam pela lógica da razão cínica, lógica da conveniência, do pensar em si acima de todas as coisas e causas.

No tangente à literatura médica propriamente dita temos O pulmão na prática médica, do Prof. Dr. Ismar Chaves da Silveira, ex-Titular de Pneumologia da UERJ, Medicina não é saúde, do Prof. Dr. Jayme Landmann, ex-Titular da Clínica Médica da UERJ, entre outros títulos da medicina interna. Entre os professores da área de saúde mental damos destaque aos autores Joel Birman e Jurandir Freire Costa, com várias publicações e um vasto público leitor mesmo fora da área médica.

Jurandir Freire Costa foi um dos homenageados da Turma-FCM-1978. Abaixo citamos alguns dos títulos..

O risco de cada um - e outros ensaios de psicanálise e cultura

O vestígio e a aura: corpo e consumismo na moral do espetáculo

Razões Públicas, Emoções Privadas

Sem Fraude nem Favor: estudos sobre o amor romântico

A Face e o Verso: estudos sobre o homoerotismo II

Redescrições da Psicanálise

Ética e o Espelho da Cultura

A Inocência e o Vício: estudos sobre o homoerotismo

Psicanálise e Contexto Cultural: imaginário psicanalítico, grupos e psicoterapias

Violência e Psicanálise

Ordem Médica e Norma Familiar

História da Psiquiatria no Brasil

De Joel Birman..

Tausk e o aparelho de influenciar na psicose

Cadernos sobre o mal..agressividade, violência e crueldade

O sujeito na contemporaineidade

Gramáticas do erotismo

Freud e a interpretação psicanalítica

Arquivos do mal-estar e da resistência

Mal-estar na atualidde- a psicanálise e as novas formas de subjetivação.

E é em Mal-estar na atualidade- a psicanálise e as novas formas de subjetivação, que Joel Birman nos recomenda a leitura de dois livros de Whilhelm Reich – Escuta Zé Ninguém e Psicologia das massas do fascismo, que segundo Birman se aplicam muito ao momento atual vivido no Brasil, no que diz respeito a ninguém poder chegar perto de ninguém sem ter algum nível de suspeita ou algum desejo de aproveitamento, onde as relações gratuitas perderam espaço.

O livro O tempo e o cão, de Maria Rita Khell, um clássico sobre a malversação do tempo na vida contemporânea, numa sociedade onde só é rico quem tem tempo.

Quanto aos livros fundadores do Brasil, quem é brasileiro de verdade não deveria deixar de ler Casa Grande&Senzala de Gilberto Freire, Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda e Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado Junior, que, aliás, juntamente com Nelson Werneck Sodré fez o País começar a andar com as próprias pernas em relação às teses marxistas, sendo seu livro mais instigante o sob o título A revolução Brasileira.

À direita, quando a direita escrevia de forma inteligente, é recomendável o livro de título sugestivo A lanterna na popa, de Roberto Campos – o homem escrevia bem e soube iluminar sua memória, mas é um calhamaço. Se alguém pretender algo mais leve fica a sugestão do livro Tempo de mudar, de Severo Gomes, industrial que evoluiu e viu a necessidade de mudança, amigo de Ulysses Guimarães, falecido no mar em queda de helicóptero juntamente com D. Mora, esposa do político e sua própria esposa. A enciclopédia integralista e a poesia da ideologia musa dos galinhas-verdes é de péssima qualidade literária; mas uma exceção, pelo valor histórico e não das ideias é Miguel Reale, pelos dois volumes de suas memórias, Destinos cruzados (1986) e A balança e a espada (1987);

Amoz Oz, em seu livro Contra o Fanatismo, ensina que a ambivalência (aqui não vai nenhum sentido psicanalítico), isto é, a capacidade de se colocar no lugar do outro, mesmo o oponente, é a semente de tolerância que faz o homem ser capaz de negociações de paz. Não é um intelectual pacifista nem hipócrita. Declara que caso Israel entrasse em guerra, não o impedisse a idade, iria à luta por sua pátria.

Tarik Ali é um escritor e ativista (materialista histórico) paquistanês. Paquistão significa a terra dos puros. Escreve periodicamente para o jornal britânico The Guardian e para a revista New Left Review. Sua notoriedade teve início durante a Guerra do Vietnã, quando manteve debates com personagens centrais, tais como Henry Kissinger. Tornou-se um crítico ferrenho das políticas externas dos Estados Unidos e Israel. Ali é um crítico das políticas econômicas neoliberais e esteve presente nas edições de 2003 e 2005 do Fórum Social Mundial, tendo sido um dos dezenove signatários do Manifesto de Porto Alegre. Além de romancista é autor de dois clássicos políticos do século XXI : Bush na Babilônia: a Recolonização do Iraque, publicado no Brasil pela Editora Record, além de Confronto de fundamentalismos, este último livro essencial para compreensão das guerras e dos atos de terror fundamentalista.

Fundamental, aqui a redundância é propositada mesmo, para compreender as origens do fundamentalismo é o livro A cidade de Deus de Santo Agostinho:

“Dois amores erigiram duas cidades,

Babilônia e Jerusalém :

aquela é o amor de si até ao desprezo de Deus ;

esta, o amor de Deus até ao desprezo de si”.

Santo Agostinho, A Cidade de Deus,

2, L. XIV, XXVIII

Na prática uma cidade jamais excluiu a outra. Tristão de Athayde, em seu racionalismo cristão, “definia” o ódio como a ausência do amor; aqui, na mesma forma do pensamento de Jurandir Freire Costa, fica assumida a filiação ao racionalismo grego e à herança judaico-cristã, essa última em uma perspectiva habermasiana. Possível de ser compreendida por meio da leitura do livro Compreender Habermas; de Alexandre Dupeyrix, Edições Loyola, 2012.

O racionalismo grego como pensamento é superior ao racionalismo cristão por ter o sentimento do trágico que o cristianismo nunca teve. Tristão de Athayde, citado de memória, escreveu que a prudência é a aplicação dos princípios aos fatos, tal axioma só seria perfeito se não houvesse subjetividade nas pessoas, então seria desnecessária a existência de homens como Sigmund Freud na historiografia do pensamento e da ontogênese humanas.

A cidade de Deus é um dos livros mais amados pela direita no mundo, ao menos a direita com veleidades intelectuais para além das áreas técnicas da economia punguista do capitalismo selvagem cuja face monstruosa foi mostrada ao mundo na crise econômica de 2008.

Monteiro Lobato escreveu que o petróleo e o ferro são o sangue e os ossos da civilização. Podemos acrescentar que a fibra óptica é a nervura. Mas em muitas situações sempre é melhor optar por um bom livro, mesmo que seja um e-book. Mario Vargas Llosa, por sua vez, escreveu que devemos manter de joelhos os monstros que existem em nós. Concordo com o escritor peruano. Somos o potencial do monstro, e da transcendência humana. Donathiem Alfhonse François é o nome verdadeiro do Marques de Sade, verdadeiramente apenas Conde; Leopold Von Sacher Masoch é o nome do escritor eslavo que, junto com Sade, ensejou Krafft Ebing, ao estudar suas obras, como psiquiatra, a escrever trabalhos científicos sobre o sadismo e o masoquismo. Adicionemos a isso tudo as compulsões, os vícios, o voyeurismo, os rituais macabros de seitas secretas, os deprimidos, os panicados, os deserotizados, as pessoas que fazem uso patológico da internet, onde se permitem ao sexo sem parceiro e sem afeto – mormente aquelas que se negam a tratamento. Enquanto nos cursos de educação a distância, ao invés de lidarmos apenas com o hardware, lidamos também com o peopleware, com quem compartilhamos nosso software, em aprendizagem mútua e sã.

Nos anos 60 do século XX, havia o mote: Make love not war; um bom mote hoje seria o Make love not selfie. De fato, há dias um jornal noticiou a morte de uma jovem porque no momento da selfie foi tragada pelo mar, mar que queria apenas que fosse pano de fundo.

É certo que a geração dos anos 60 e 70 tiveram seus gurus: - especialmente Marx, Marcuse, entre outros. Cremos que a atual deveria adotar Jürgen Habermas, entre os diversos motivos o mais decisivo é compreender que seus antecessores não deram a devida atenção à democracia. No projeto habermasiano os procedimentos democráticos trazem consigo, em seu sentido mais amplo, um potencial de emancipação, porque nenhuma forma de emancipação pode se justificar com supressão de liberdade.

Hoje a uma guerra pelo domínio da narrativa, isto é, tanto a esquerda quanto a direita escrevem não só em defesa das suas posições, como também no ataque. O domínio da narrativa estabelece “a verdade”. A direita tem reagido com seus guias politicamente incorretos, entre outras boas e instigantes produções, dentre essas o livro Os 10 mandamentos + 1, de Luiz Felipe Pondé, no qual o 12º mandamento é o Não perder a esperança.

A BIMA foi criada na gestão de Presidência do CASAF de Hésio Cordeiro, até então a Faculdade de Ciências Médicas da UERJ não tinha nenhuma biblioteca. Continua a ter uma nobre missão a cumprir.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 04/09/2016
Código do texto: T5749930
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