Hoje, em todo o mundo, o ser humano se deu conta de que contribuiu para a destruição do meio em que vive por causa da exploração irracional dos recursos naturais e a falta de políticas para o tratamento dos resíduos gerados. Com o passar do tempo, o homem vem percebendo o prejuízo ambiental causado através da diminuição da qualidade de vida. Por conta disso passou a mudar suas atitudes procurando reverter essa situação ou ao menos amenizar as consequências. Cada dia mais o mundo requer a utilização de materiais reciclados para explorar menos os recursos naturais. Isso se deve ao aumento populacional e à escassez do recurso a nossa volta, bem como as dificuldades de investimento e exploração para atender toda a demanda. Mudanças de atitudes, através de ações como segregação de resíduos para reciclagem, uso de madeiras certificadas, economia de água, tratamento de esgoto e de resíduos, contribuem para a diminuição na exploração dos recursos naturais. Padrões sustentáveis de produção e consumo tornam-se aliados dessa mudança no conceito humano. A Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei n. 12.305 de 2 de agosto de 2010 determina que até 2030 os estados terão metas para a eliminação e recuperação dos lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, destinando apenas aos rejeitos – resíduos sólidos que depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. Porém, até lá, ocorrerão inúmeros encerramentos de aterros, os quais ainda irão requer monitoramentos ambientais devido a grande problemática de ordem geotécnica, pneumática, paisagística e hidrológica que podem causar. A ideia de um mundo mais saudável, adequado à conservação da vida, à manutenção de um padrão de qualidade, justo para todos e por longo tempo traz-nos o conceito de sustentabilidade. Mas o que é sustentabilidade? “Sustentável, adj. Que se pode sustentar, capaz de se manter mais ou menos constante, ou estável, por longo período”. (“Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, p.837)”. “Sustentabilidade, então, define-se como a capacidade de ser sustentável. (www.ecologiaurbana.com.br)” Apesar de redundante, podemos entender que seu conceito, quando aplicado ao meio ambiente, é a capacidade de um indivíduo ou conjunto destes, de manterem-se inseridos num mesmo ambiente por um longo período, sem causar grandes danos ou impactar violentamente o mesmo. Foi buscando inserir o conceito de sustentabilidade, e colocá-lo em prática também na área da construção civil, que procuramos por alternativas que nos permitam construir de maneira menos prejudicial ao ambiente, e com maior economia. Em síntese, o objetivo de nossa pesquisa será aplicar o aspecto ambiental aliado ao sócio econômico na construção civil; uma aliança relativamente nova na área, porém que vem crescendo e adentrando ao mercado cada vez mais, e se tornado mais acessível e, portanto, mais procurada. A partir da união dos conceitos de sustentabilidade e economia, buscamos conhecer mais e melhor o mercado voltado para esta inovação na área, e assim pudemos constatar que são inúmeras as opções para uma “Moradia Ecologicamente Correta”, e que muitas dessas opções oferecem direta ou indiretamente operações de economias. São diretas as opções que apresentam baixo custo, portanto acesso facilitado. As indiretas se tratam de opções que não tem seu custo reduzido em relação aos produtos comumente utilizados que não são voltados para a ecologia, todavia quando aplicadas na construção essas opções proporcionam economia por exemplo por propiciar menos desperdício de materiais, por não resultarem grandes quantias de resíduos evitando gastos com caçambas, dentre outros. “Dentre tantos materiais disponíveis, o que mais nos chamou atenção foi o Tijolo Ecológico Modular de Solo Cimento”, pois o mesmo permite uma construção rápida, prática e sem desperdício de materiais. Além disso, os tijolos ecológicos não precisam ser queimados a forno como os tijolos cerâmicos convencionais, logo não proporcionam agressão ao ecossistema, por isso são considerados ecologicamente corretos. Diante de tal benefício ao meio ambiente optamos por fazer uso desse tijolo por acreditarmos ser ele uma alternativa para a construção civil dar sua contribuição para diminuir o impacto ambiental e, desta maneira, agir de acordo com o artigo 225 da Constituição Federal: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Dentre os autores que embasarão nossa pesquisa, podemos citar Sergi Costa Duran e Oscar Neto, dentre outros que atuam direta ou indiretamente na área, sendo estes arquitetos, engenheiros, ambientalistas ou que não tenham formação voltada para a construção civil ou a ecologia, mas que optaram por seguir essa área. Como é o caso de Kátia Aparecida Ribeiro Fuchs. Natural de Caçador-SC, filha de José Aristeu Ribeiro e Marlene Aparecida Ribeiro, artesã, bio construtora, mãe. Kátia, com graduação acadêmica em Tecnologia em Processamento de dados e Pós-Graduação em Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos, tem oito anos de experiência na área e vários profissionalizantes. No ano de 2007, teve suas habilidades manuais, adormecidas desde criança, despertadas após realizar um curso de imersão em Bio construção no Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado – IPEC, um centro de referência em construção natural, sustentabilidade e permacultura da América Latina, na cidade de Pirenópolis/GO. Desde então, passou a dedicar-se à Bioarquitetura, atuando no estudo do ciclo de vida e da aplicação de materiais sustentáveis para construção e acabamentos. Sua experiência é comprovada pela construção da sua própria casa ecológica. Projetou o Design Permacultural da propriedade e participou ativamente e decisivamente do projeto, do planejamento, da escolha dos materiais e da execução da casa. Erguida a cerca de 6 km do centro da cidade de Caçador, com aproximadamente 200m², a moradia reúne, além de técnicas de bio construção e sistemas sustentáveis, peças que fizeram parte da história da cidade e que iriam se tornar lixo. “Agora, são o charme da residência”, afirma Kátia. “Viver numa residência ecológica é muito mais do que preservar a natureza como algo que deve ficar distante, intacto. Como algo á parte do ser humano. Viver de maneira sustentável é viver de maneira integrada á natureza, é viver mais saudável, é viver com mais liberdade, é viver mais feliz. Mas também é viver mais responsável. Responsável por tudo aquilo que fazemos pelo que consumimos, pela maneira que nos alimentamos, por aquilo que não fazemos. (Kátia Ap. Ribeiro Fuchs, 2009).” Pretende-se expor as vantagens do Tijolo Ecológico Modular de Solo Cimento em seus aspectos socioeconômicos e ambientais, mostrando que esse tijolo garante redução no custo final da alvenaria pronta de cerca de 35 a 45% em relação a qualquer outro tipo de tijolo existente no mercado, pois favorece uma obra limpa com menor produção de entulho e perca de material, colaborando também para a conservação do meio ambiente. “O planeta exige nossa metamorfose em sujeitos amorosos e transformadores da história.” (Werneck,H. /Disponível em www.revista ecológico.com.br)

Texto elaborado no Curso Ténico de Construção na Escola SENAI-BAURU em 2012, sob orientação da professora que voz escreve.
Silvinhapoeta
Enviado por Silvinhapoeta em 10/11/2018
Código do texto: T6499508
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