BABÁ

BABÁ – Lusmar Thomas da Silva

Fui apenas seu conterrâneo e não era seu vizinho. Conheci-o apenas superficialmente tendo poucas informações a seu respeito, em seu tempo. Em suma, a minha contemporaneidade com o “Babá” reputo-a frágil e passageira, pois, naquela época este articulista era criança ainda.

Tinha o apelido de “babá” e era filho do senhor Elói Ferreira da Silva, um tropeiro muito conhecido nestas plagas.

Vi-o jogar e treinar no Estádio “Fernando Lúcio” do Comercial Sport Club, nos idos de 1965, onde eu, posteriormente a esta data, desfrutei do divertimento de muitas “peladas de futebol”.

Era, segundo a minha fonte de consultas, um futebolista de classe, um goleador, apesar de sempre jogar no meio-de-campo. Até hoje é lembrado nas rodas dos amantes do futebol, como um craque, uma estrela cintilante dos times de amador que esse município sempre formou e conserva, como é o hobby quase que principal desse Brasil – o país do futebol. Jogava muito bem e com aquela categoria que pertence a quem não somente se dedica, mas que também nasce com aquele traquejo peculiar para a coisa artística, de alguém que não aprendeu no berço, mas concretiza nos estádios, fazendo parecer que a magia está no sangue.

Morreu aos anos de idade, vitimado por uma queda de cavalo, a montaria mais da grife de antão.

O fato aconteceu na Rua “Américo Mignone”, desta cidade, próximo ao açougue do então senhor José Herculano (comércio este que depois passou aos domínios do senhor Idílio Rabelo).

A queda foi fatal e, por estar preso aos estribos ou cabresto, o animal acabou por arrastá-lo pelo chão batido (sem calçamento), rua abaixo. Após ser examinado, constatou-se tratar-se de incremento (crescimento) do coração, vindo a falecer três (03) meses depois do ocorrido.

Calcula-se até hoje que seu quadro tenha se agravado pelo fato de ter sido também acometido de Leucemia, que, à época, não se verificava tantos casos e os recursos por aqui (pelo menos para correr em busca de melhores e mais afinados tratamentos) não estivessem tão à altura.

Foi-se o “Babá”, o amigo, o desportista, mas a saudade de quem o conheceu e com ele conviveu, sente-a apertar e os olhos lacrimejarem, quando dele se faz menção, como foi o caso de seu mano, ao nos fornecer dados a seu respeito para esta modesta crônica.

MUNIZ FREIRE (ES), 11 de março de 2006

Fernandinho do forum

FONTE:

- Édis Ferreira da Silva (Edinho)- irmão do nosso personagem

- (Por coincidência ou não, nesta semana, aproveitando as férias em Vitória, dia 06-03-2006, escrevi um artigo sobre sua irmã Mirtes que felecera em sala de aula, num dos colégios desta cidade).