Os lados da moeda real

A moeda atual chegou no afã de uma resposta ao que Collor não teria dado conta de realizar. Seus 20 anos de História se confundem com a hegemonia de apenas dois grupos no Brasil. Quem esteve e quem está no comando são os dois “lados” da mesma moeda, que com peso quase igual, dividem opiniões. Pois esta é uma nação repartida e inimiga de si, com militâncias antagônicas nas redes sociais em favor destes ou daqueles contemporâneos do Real.

Enquanto as forças populares se pulverizam – à eterna espera da reforma política – seus candidatos fazem campanha com dinheiro de quem não é nem oposição, nem situação, mas que ajudando a ambos têm mesa farta, no Legislativo e no Executivo. E é nas estatais que esses interesses “conversam”. Financiadores de campanha viram prestadores de serviços; partidários, passam a vida no poder; funcionários de alto escalão, tomam porre. E o povo, “até quando vai levando porrada”, se vender as estatais pode ser ainda mais lucrativo e definitivo?

De um lado da moeda o contribuinte pode esperar paradoxal consonância ao outro. São apenas formas diferentes de subtrair os dividendos, sendo a crítica de ambos o alicerce para o próximo “tomar” o poder. Estes senhores, sedentos de poder e do luxo que o poder proporciona neste País, naturalmente ficarão enfurecidos com qualquer ministro (ou qualquer político) que ouse deixar essa relação tão explícita como é. Depois de “colocar a moeda em pé e mostrar o quanto seus lados são iguais”, Cid Gomes não podia fazer mais (nem menos) do que pedir para sair.