DUPLICIDADE

DUPLICIDADE

A DUPLICIDADE é um problema mundial, secular, milenar, moral, ético, jurídico e está em quase todas as esferas da vida.

A DUPLICIDADE se vê do ponto de vista escatológico, quando se depara no profeta Daniel a estátua vislumbrada no sonho daquele monarca babilônico, Nabucodonozor, que nada mais é que a previsão do profeta que lhe foi dada por revelação divina de que o quarto império mundial que adviria (e veio!) posteriormente como continuidade da história mundial. A estátua do sonho com duas pernas, prefigurava o reino dividido – o quarto reino do futuro, antítipo do império romano: o império mais monstruoso, espantoso, terrível e mais conquistador que o mundo já viu. Mas sempre foi dividido.

A DUPLICIDADE de cidadania foi inventada não sei por quem! Às vezes sou forçado a crer que nasceu de Roma, onde os cidadãos do mundo inteiro têm oportunidade de, em sendo descendente de italianos, possuírem, duas cidadanias de forma simultânea (os direitos de cidadãos, com seus deveres e privilégios a serem usufruídos) dentro do seu país de nascimento e do país onde nasceram seus ancestrais.

A DUPLICIDADE eleitoral que, em passado recente, neste país, se conhecia, pelos registros de dados conferidos manualmente através dos cartórios ou pelos Tribunais Eleitorais, quando se constatava, tardiamente, que um eleitor possuía dois ou mais números de títulos eleitorais.

A DUPLICIDADE moral é a incoerência humana, da personalidade pequena, frágil, de pecaminosidade latente e silente, que se desgoverna e pratica atos contrários aos padrões da moral, sendo que aprendeu o bom e o belo, mas perde o referencial (ou se desnivela), passando a praticar o mal.

A DUPLICIDADE de identidade é uma violação das leis, prevista nos sistemas jurídicos (Código Penal), com conseqüências ferrenhas contra quem a pratica.

A DUPLICIDADE de consciência dentre os muitos casos que se conhece, verifica-se no caso do apóstolo Pedro que, perfilhando o caminho dos circuncisos (os judeus que guardavam a lei), foi visto comendo com os “gentios” ou “incircuncisos”, mas quando aqueles se aproximaram dele, certa feita, foragiu, para não ser apanhado em contradição com o que ensinavam os judeus, já que este apóstolo fora designado para ensinar e pregar aos judeus.

A DUPLICIDADE de testemunho ou de palavra é, não somente vergonhoso, como incoerente e, quem assim procede, revela fraqueza e falta de confiança, pois a palavra empenhada deve ter somente um sentido: ou sim ou não!

A DUPLICIDADE de caráter também, sendo uma desvirtude do mal caratismo, acontece com aqueles que, não querendo mudar, entendem que poderão levar vantagem em tudo e que no final, não lhe será cobrado nada. O que é ledo engano!

E assim se vai! A DUPLICIDADE é uma realidade da vida, quer seja do lado do bem, da lei ou do mal e da incoerência!

Muniz Freire, 08 de fevereiro de 2006

Fernando Lúcio Júnior