UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS (III)

Continuando com os comentários sobre o título acima, desta feita vamos para o livro de Ezequiel, Capitulo quatorze.

Enquanto Jeremias levava sua mensagem profética de exortação para o povo de Judá, antes da invasão babilônica, Ezequiel já profetizava para os cativos. Ezequiel iniciou o seu ministério profético, aproximadamente em 571 a. C., basicamente no quinto ano do cativeiro de Jeoaquim rei de Judá. Ez. 1:2.

Segundo a história, Ezequiel se preparava para ser Sacerdote, seguindo, evidentemente, a vocação de seu pai. Porém Deus deu-lhe uma palavra profética, quando se encontrava entre os exilados, na terra dos caldeus, junto ao Rio Quebar. Foi exatamente nesse lugar que Deus se comunicou com Ezequiel através de uma visão. Segundo o capítulo primeiro de seu livro, aquela visão foi tão forte que ele não resistiu e caiu sobre o seu rosto. No Capítulo dois, Deus exortou-o soberanamente e mandou que ele ficasse em pé, e a mensagem que ele recebeu de Deus foi endereçado aos filhos rebeldes da casa de Israel.

Precisamente, no capitulo quatorze de seu livro, Deus mostrou a situação dos filhos de Judá que ainda se encontravam em Jerusalém, quando alguns homens de Judá fizeram uma visita ao Profeta que se encontrava na terra dos Caldeus. Deus, porém, fez-lhe saber que o motivo de toda aquela destruição foi por causa da idolatria e outros fatores, como corrupção que se envolveram os filhos de Judá. Deus disse ainda para o Profeta: “Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais”. Ez. 14: 13.

Mas o pior estava por vir do que Deus pretendia dizer ao profeta. Então falou mais uma vez o Senhor: “Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová”. Ez.14: 14.

Noé foi um homem que achou graça diante de Deus. Noé passou de uma geração para outra e povoou a terra. Noé demonstrou tanta confiança em Deus que, embora, jamais tenha ouvido falar em chuvas torrenciais, todavia, creu pela palavra de Deus que o mundo de sua época seria totalmente destruído por um dilúvio.

Noé demonstrou ser um autêntico governante, pois antes do dilúvio a violência era sem precedente e cada uma fazia a sua própria lei de proteção. Lameque, por exemplo, foi um elemento que matou um cidadão e um jovem, onde um simples pedido desculpa resolveria o problema, mas Lameque foi cruel, matou os dois e editou sua lei de proteção. Gn. 4: 23 -24.

Porém, depois do dilúvio, quando o governo humano estava sob a responsabilidade de Noé, nenhum episódio da espécie foi registrado, dando a entender, que o povo estava em paz.

O ofício da fé de Noé, foi tão impactante, que o escritor da epístola aos Hebreus, fez menção de seu nome junto aos heróis da fé. Todavia, Noé, caso existisse por ocasião do cativeiro babilônico sobre Judá, não seria capaz de mediar junto a Deus, livrando assim, os judeus do castigo que lhe reservara o Senhor por causa do seu pecado.

Jó, a bíblia diz que Jó era um homem singular, ninguém na terra era semelhante a ele. Jó era servo de Deus, um homem sincero, reto, temente a Deus e se desviava do mal.

Jó era um homem paciente, sofreu os ardis das investidas de Satanás, de tal forma que, perdera tudo quanto tinha, pois era rico, além de perder todos os seus filhos, os quais desfrutavam de um bom relacionamento entre eles. Entretanto, Jó, não perdeu a fé e não se rebelou contra Deus, porém disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor deu e o Senhor tomou; bendito seja o nome do Senhor”. Jo. 1:21. Jó escreveu sobre o maior compêndio da psicologia da dor.

Jó, todavia, com toda esse seu exemplo de homem fiel e demente a Deus, também, não seria capaz de ser um mediador entre Deus e o povo de Judá para livrar-lhe do seu justo castigo que o Senhor já havia reservado para ele.

Daniel, um jovem, pertencente a nobreza de Judá, levado cativo para a Babilônia por causa do pecado de seu povo, porém, mesmo sendo exilado, não se contaminou com as iguarias do rei. Deu exemplo de fidelidade para com Deus. Ao Daniel, Deus deu graça e inteligência. Daniel era um homem sábio que ocupou cargos importantes no primeiro escalão dos governos babilônicos, além do mais, Deus deu capacidade para interpretar sonhos e visões, e apesar das perseguições de alguns integrantes da corte babilônica, jamais deu motivos para ser apanhado em falta.

Daniel escreveu uma das maiores obras sobre a escatologia. Embora convivesse no meio dos cativos de Judá e ter toda intimidade com Deus, não seria capaz mediar junto a Deus requerendo a revogação do castigo reservado por Deus para aquele povo rebelde. Porque só existe um só mediador entre o homem e Deus, Jesus Cristo o homem.

Luís Gonçalves
Enviado por Luís Gonçalves em 12/07/2014
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