BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO DE “SANTOS”

A “beatificação” de pessoas no catolicismo se dá, calcada em alguns argumentos, a fim de que tais pessoas “santas”, no sentido que os teólogos e dentro do catecismo romano dão ao termo, para serem adoradas/veneradas no lugar onde a pessoa conviveu e, a “canonização”, para serem, com a mesma finalidade, em todo o mundo.

O assunto é vasto, mas vou resumir minhas contrariedades a esses expedientes, resultado de interpretações dessa religião, da seguinte maneira:

Os teólogos católicos entendem que quem está mais perto de Deus (na dimensão superior), podem pedir e interceder em favor dos que estão vivos aqui na terra, pois creem, eles, na comunhão dos santos (vivos e mortos).

Argumentando contrariamente, pergunto: desde quando a distância (perto ou longe) faz mover a graça de Deus? Desde quando a distância nos aproxima (para perto ou para longe)? Ou seja, que a distância aproxima os que estão na dimensão de baixo (aqui neste mundo, do “lado de cá da Glória”) com os que se encontram no “estado desincorporado”, os mortos, que já se foram para a “outra vida” – a vida no além? Quais textos bíblicos? Quem move o coração de Deus é a Sua graça infinita, vinda dEle mesmo e o que temos da parte dos homens, é a fé, nos corações desses homens para, de Deus, nos aproximarmos (Hb 11.6). Quanto a este texto de Hebreus, aprendemos o seguinte: (1) que a FÉ é uma das formas de nos aproximarmos de Deus; a outra, pela experiência de vida, aprendemos que é a DOR e, ainda uma terceira forma, conforme o teólogo e apologeta calvinista, Norman Geisler (falecido recentemente), é pelo INTELECTO. Segundo ele, dificilmente Deus criaria o intelecto humano e não usaria esse mesmo intelecto para que o homem se aproximasse dEle. Quantos, são atualmente, os intelectuais que, sendo ateus, agnósticos e materialistas, hoje defendem a fé, Cristo e seus ensinos de forma escorreita! Um número sem conta! Graças a Deus! (2) Que, para exercitar a fé é só aqui neste mundo, pois lá, ninguém precisará ter fé, para se aproximar de Deus. Ela (a fé) não estará instalada no coração de ninguém. Então, o ensino aos Hebreus (11.6) diz respeito somente aos vivos, neste mundo presente. Nada de mortos!

E, em caso positivo, o que adiantaria essa aproximação (dos santos mortos), se a nossa comunhão deve ser sempre com o Nosso Deus e com os SANTOS VIVOS e não com os mortos? – O que nos é ensinado claramente nas Escrituras Sagradas. Leiam os textos a seguir: – nossa comunhão é com os co-irmãos vivos (1ª João 1.3). Com Jesus (João 15.4-6; 1ª Coríntios 1.9). Com Deus e Jesus (João 17.l1, 20-23). JAMAIS COM MORTOS! Como manter comunhão com os mortos no texto de Romanos 12.13? Alguém hospeda defunto, por acaso? Aqui, neste texto de Romanos se vê uma necessidade dos santos (vivos): a hospitalidade. Antigamente, quando se “preparava um defunto” tudo era feito nas casas, onde residiam. O defunto tinha uma estada provisória para o velório ali. Hoje tudo fica por conta das “capelas mortuárias” (particulares ou públicas), onde ficam provisoriamente, mas JAMAIS HOSPEDA-SE DEFUNTO! Então, não se pode estabelecer, jamais, comunhão com santos falecidos! Deus nos livre!

Entendem também, que este assunto passa por outro ensino católico romano (Doutrina e/ou Dogma) da “acumulação de méritos”, que alguém alcança. Mas pelas Escrituras, aprendemos que os méritos são todos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Dentre muitos textos, transcrevpo apenas dois: (“... A Ele, pois, a glória eternamente. Amém”! – Romanos 11.36) e (“... A Ele seja a glória tanto agora como no dia eterno” – 2ª Pedro 3.18). Jesus veio, se encarnou, humilhou-se, teve morte de cruz, pagou o preço com seu sangue – os méritos são todos Dele. Dividir seus méritos com outros, com obras, etc., é desvalorizar tudo o que Ele fez. É transformá-lo num Cristo capenga, raquítico e molenga! É ridicularizá-Lo!

O que cada salvo por Jesus Cristo terá, na eternidade é o galardão (recompensa) pelas obras (as boas) praticadas neste mundo, como conseqüência e gratidão pela maior das bênçãos: a salvação. (Efésios 2.10). (O galardão receberemos, no céu (glorificação) após a salvação que nos ocorre aqui e agora, por meio da eficácia do sacrifício de Jesus, no Calvário.

Por último, quero lembrar que o teólogo da “Canção Nova”, na Rede Vida – Filipe Aquino, disse há um bom tempo, que a ICAR “não cassa defunto”. (Ele estava ministrando sobre suposta cassação de santos).

Ora, para ser coerente, não só esse teólogo midiático, mas todos os que advogam a “beatificação/canonização” de pessoas que já morreram, deveriam pensar que não podem realmente fazê-lo (beatificar/canonizar), porque tais pessoas (beatificadas/canonizadas) são pessoas defuntas,

já falecidas de fato. Se não podem “cassar” defuntos, também não podem beatificar/canonizar. Esta é a coerência lógica, racional e bíblica!

E, de mais, quem quer que seja que se dá ao direito de “canonizar/beatificar” os que já partiram deste mundo, está sendo arrogante, pois esta competência é só de Jesus, pois só Ele tem a jurisdição estendida até a eternidade. Ele é quem há de julgar os vivos e mortos. Confiram em Atos 10.42 e 2ª Tm 4.2.

Rive (ES), 21 – 10 – 2019

Fernandinho do Forum