Em resquícios da história, relembrando o Dr. Paulo Prata, do Pio XII e seu amor pela Vida.

Em resquícios da história, relembrando Dr. Paulo Prata, do Hospital Pio XII, e seu amor pela vida.

Hoje estou acompanhando minha esposa, Carmen Carneiro Pedroso, internada para tratamento de um linfoma no Hospital Pio XII, na cidade de Barretos/SP, maravilhado por toda aquela obra, vejo afixado na parede da sala de recepção na ala de Hemat, denominada Sandi & Junior, a foto de um senhor com microfone na mão. Trata-se do fundador daquela obra e foi quando me lembrei do fato e gostando de escrever histórias, sendo autor dos livros “Vivendo com otimismo para uma vida feliz e radiante” e “Síntese histórica da Maçonaria Frutalense”, descrevo como segue:

Precisamente no dia 30 de novembro de 1954, morávamos em propriedade rural denominada Fazenda Limeira, com antiga estrada de chão batido que fazia ligação de Barretos a Olímpia, a dezoito quilômetros de Barretos/SP, e ademais a nossa família já era numerosa e já emergia mais um irmão. Historicamente, não sei ao certo se o 6º ou o 7º filho começou o alvorecer e minha mãe já deu o sinal que buscasse a parteira, como era de costume, dado seus partos serem normais. Eu e os irmãos menores, já ouvíamos esta movimentação e mais as aves, galos cantando e o barulho do pular dos poleiros, se misturando aos cantos dos pássaros. Mais do que depressa foi trazida a Srª. Augustinha, parteira muito competente que atendia toda a região e desta feita fora trazida a cavalo, sendo uma senhora já idosa, mas excelente cavaleira, dado seu costume de estar sempre na estrada atendendo as parturientes. Porém desta vez as coisas não ocorreram às mil maravilhas como dantes. Minha mãe passou muito mal por várias horas e foi chamada mais uma parteira auxiliar, a Srª. Francisca Gonçalves, vizinha próxima e também com certa prática. Foi chamada também outra vizinha, a Srª. Aparecida Faustinoni, e nada podiam fazer. Foi quando a parteira chefa, a Srª. Augustinha ordenou: “chamem um médico que está complicado, na fazenda próxima há telefone. Corram lá a cavalo e chamem-no urgente, por favor,”.

Nós, as crianças, ficamos todos tensos, alguns menores ainda dormiam e nada viram. E eu ouvia todo aquele alvoroço e foi quando ouvi minha mãe chamar meu pai e dizer: “se eu morrer você busca sua irmã para cuidar das crianças”, no sentido de estar já jogando a toalha, dado tamanho sofrimento. A irmã dele morava no estado da Bahia, a mais de 1000 quilômetros. O cavaleiro em verdadeira corrida já havia ido à fazenda onde havia o telefone e pedido a vinda do médico, que logo em questão de menos de uma hora chegou em um táxi Ford Perfect, (tipo de veiculo Ford, fabricado na França e que as portas abriam da frente para traz), de onde desceu um senhor alto, com aparelho de medir pressão ao pescoço e uma maleta na mão. Sabem quem era o médico? Era o Dr. Paulo Prata, renomado doutor barretense. Somente que não precisou dos seus serviços, pois somente de saber da sua vinda, que estava a caminho, minha mãe já naqueles instantes, acabara de dar a luz ao Antonio José Pedroso, em um dos partos mais trabalhosos nas falas históricas dos familiares e vizinhos. Acredito que o Dr. Paulo tenha feito emanações de pensamentos positivos pelo caminho, sabendo da gravidade do caso e chegando, somente fizera alguns exames de praxe, como pressão arterial e outros. Ele se sentiu feliz e sorridente, desejando felicidade, boa sorte, não cobrando nada pelos seus serviços e dizendo ao meu pai, para pagar somente o táxi, e aconselhando em tom um tanto severo: “nos próximos, não façam aqui. Viram o risco que passaram, vamos para o hospital que é seguro”, e foi seguido seu conselho, pois os seis partos subsequentes foram realizados no hospital. “Espere um cafezinho, doutor”, retrucara meu pai? “Não, muito obrigado, fiquem todos com Deus, e já vou, pois deixei clientes esperando”.

Frutal/MG, aos 21 de julho de 2012.

José Pedroso

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 22/07/2012
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T3791220
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