MULHERES NA HISTÓRIA DA MEDICINA

Ao longo da história, o papel social das mulheres tem sido legado ao lar, submissa aos seus maridos e privadas de oportunidades de trabalho e aprendizado, situação que começou a mudar com os movimentos feministas do século XIX. Não só na medicina mas em muitas áreas da ciência a mulher tem encontrado dificuldades devido ao seu gênero, mas muitas conseguiram contornar essas dificuldades e dar a volta por cima.

Um exemplo foi Agnodice na Grécia Antiga que, precisou se disfarçar de homem para aprender e poder exercer as artes médicas num período em que mulheres e escravos eram proibidos de exercer a medicina, ela ajudou a realizar o parto e a tratar de várias mulheres que, por uma questão de pudor, não se consultavam com médicos homens e, quando Agnodice foi levada à julgamento, encontrou o apoio das mulheres presentes no Aerópago de modo que os atenienses tiveram que mudar a lei, permitindo o acesso das mulheres ao curso de medicina.

Na Idade Média, mulheres que se dedicavam ao aprendizado muitas vezes foram taxadas de bruxas e queimadas na fogueira, isso quando não foram submetidas aos grotescos métodos de tortura da inquisição, porém algumas mulheres conseguiram vencer esse tabu como Dorotea Bucca que ocupou a cadeira de medicina em Bolonha no século XV.

E não só antigamente, mas até meados do século XX as mulheres tem encontrado dificuldades na busca por reconhecimento por seus feitos na área médica no qual apenas sete mulheres receberam o Prêmio Nobel na categoria Fisiologia e Medicina: 1947 – Gerty Cori (médica); 1977 – Rosalyn Yalow (física nuclear); 1983 – Barbara McClintock (citogeneticista); 1986 – Rita Levi-Montalcini (médica); 1988 – Gertrude B. Elion (química); 1995 – Christiane Nüsslein-Volhard (bioquímica, bióloga molecular); 2004 – Linda B. Buck (neurobióloga).

É até difícil de entender, como aquelas que tem o dom natural de cuidar foram privadas dessa arte. Sem querer traçar um estereótipo, mas as mulheres são muito mais sensíveis ao sofrimento humano do que os homens, de modo que, creio eu, se não tivesse existido essas restrições ao ensino e exercício da medicina para as mulheres, talvez a anestesia tivesse surgido muito antes e seria muito mais eficiente do que é nos dias de hoje e os conhecimentos acerca de ginecologia e obstetrícia seriam muito mais avançados do que são hoje.

Porém essa situação começou a mudar, pois hoje mulheres já são maioria nos cursos de medicina e por isso, num futuro não muito distante, teremos muito mais mulheres sendo destaque nesse universo em miniatura que é a medicina, contribuindo assim para o avanço da ciência e para o progresso da humanidade.

Obrigado pela atenção!