CASAMENTO E SEUS CONCEITOS

Os antigos diziam que, antes de se casar, os pares deveriam primeiramente “comer juntos um saco de sal” na fase do namoro. É preciso deixar que o tempo flua, antes de se contrair núpcias, mesmo em nossos “tempos modernos”, onde a espera dificilmente existe e os jovens estão mais acelerados e escolados em tudo. As idéias deveriam amadurecer primeiro, bem assim o relacionamento dos pretendentes deveriam ter o objetivo de se adaptarem nos costumes um do outro – interagindo bem com “os pés no chão”. Afinal de contas não seriam somente uma fileira de malas que haveriam de se juntar, mas as filosofias de vidas e as incógnitas atitudes do futuro de ambos ainda não concretizado.

Outros, minha mãe era uma dos tais, sempre dizia: “Quem pensa bem, casa bem”.

Ainda outros, previdentes, diziam: “Melhor ficar só do que mal acompanhado”.

Cabia e ainda vem a calhar os palpites dos pessimistas que diziam (e ainda dizem): “Quem pensa muito (demorando), não casa”. “Lidar e/ou conviver com ser humano é mais complicado do que cuidar de animais”.

Todos nós temos as nossas complicações e idiossincrasias, uns mais outros menos. Em certo sentido ESTA ÚLTIMA FRASE vem a calhar. Mas falta, aos que assim pensam, uma dose de psicologia, tato, paciência e certa vocação, porque da convivência e dos conflitos é que nascem as virtudes, e, dentre elas, a tolerância para com as limitações alheias, que nem sempre tais virtudes nos assistem.

É preciso saber com antecedência, aonde se vai “amarrar o seu burro” ou estacionar sua condução, ou seja, a quem você está se apegando, a quem está conquistando ou com quem pretende passar o “resto da vida” nos liames do compromisso mais sagrado que ainda existe!

Alguém já disse (Malba Tahan, talvez), que uma pessoa demonstra seu caráter dependendo aonde vai amarrar sua montaria para conviver ou freqüentar, quando chega numa cidade desconhecida: na igreja? No colégio? Na delegacia? Em outras repartições sociais sadias ou nos cantos e becos onde são assíduos os de mau caráter?

Antes de se tomar decisão sentimental profunda, é preciso pensar melhor e com a melhor maturidade possível.

Seria falta de minha parte, se não dissesse que, na “vida a dois” deve haver um tempero fundamental: a comunicação. Portanto, leia este: “Quando a boca se fecha, o amor está morrendo”. E, para ilustrar este subtema – a comunicação, recordo que, na TV “Bandeirantes” (em 11-05-2000) captei uma notícia de que um casal de mineiros que conviviam há muitos anos – ela, desde os 13 anos de idade e ele, desde os 21). Eles estavam comemorando as suas “bodas de ouro” de convivência, mas não se falavam. Tiveram 12 filhos. Seis deles nasceram naquele período de silêncio. (O marido tomou esta atitude de silêncio, porque um dos filhos dizia não ser dele!). A comunicação ali se “quebrou”.

Para terminar, cito mais um adágio e um conselho:

(1) “Quem casa, quer casa longe de onde se casa”. Nem todos podem se adaptar cem por cento a este adágio popular.

(2) “Melhor casar do que abrasar-se”. Esta frase não se trata de provérbio popular, mas de um dos ótimos conselhos do apóstolo Paulo, contida na 1ª Epístola dirigida aos Coríntios (1ª Co 7.9 fine). Um dos melhores e que serve para todas as gerações, principalmente para a presente geração que pauta pelo descompromisso, pelo “fiquei com fulano (a)”, cujo epílogo da filmagem todos conhecem perfeitamente onde e como poderá findar – o desgosto e o vazio de alma!

É bom, então, recordarmos outro adágio: “Antes que cases, vê o que fazes”.

Muniz Freire (ES), 21 de novembro de 2016

Fernandinho do forum