PALAVRAS

“ A ponte reúne enquanto passagem que atravessa”. Heidegger

A palavra enquanto matéria de comunicação privilegiada, pela maioria dos povos existentes no mundo, quer pela sua manifestação oral, quer pela sua manifestação escrita, exerce grande fascínio sobre estudiosos, principalmente os que se dedicam à área da comunicação; o que tem proporcionado fecundos debates entre os pesquisadores. Todavia, sua importância não fica restrita aos meios acadêmicos; ela permeia as diversas camadas sociais, culturais e, não raro, serve como instrumento mediador que facilita ou dificulta o desenvolvimento humano e social.

Definir os limites enquanto objeto de integração das mais diversas áreas, bem como as interferências plurais que ela pode gerar, ampliando ou reduzindo os nossos horizontes, não é tarefa fácil, pois o seu uso correto envolve uma série de fatores, tais como: a razão, a emoção e a adequação da linguagem.

A palavra é um tecido que costuramos e que nos veste frente aos olhares daqueles com quem dialogamos, e se faz necessário utilizar a roupa certa no lugar certo, expressando muitas vezes os nossos gostos pessoais, nossa maneira de pensar e até o nosso caráter, caso não a utilizemos como atores, apenas vestindo um figurino no palco onde atuamos para depois assumirmos a nossa verdadeira identidade; fato também comum nos meios políticos.

O cabo de força que é o diálogo pode deixar profundas marcas ou alivia-las, em conformidade com os seus usuários, quer pelo seu exercício, quer pela sua ausência: o Silêncio.

Milenar, a palavra é um potente instrumento das sociedades que, como diversas invenções de grande importância, pode ser boa ou ruim; não carregando por si só nenhum dos dois atributos, ela é dependente exclusiva dos seus usuários, das associações feitas, das condições e locais onde se insere.

Ruberval Cunha
Enviado por Ruberval Cunha em 27/01/2006
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