Estado laico e o aborto

 

            Muitas vezes se levanta a questão de que o Brasil é um país laico, sendo assim, ele não pode pender por determinadas espiritualidades, que seus parlamentares ao legislar não podem olhar o aspecto religioso de determinada religião e, ainda deve coibir praticas religiosas como, por exemplo, ter crucifixo em repartições públicas.       

 

            Pois bem, entendo que um Estado ser laico, não significa que ele deve coibir praticas e ações religiosas dentro de repartições públicas se tal procedimento é feito em consenso, isto é, se todos aprovam como no caso citado acima. 

 

            É importante que tenhamos claro em mente que Estado ser laico, não significa dizer que é um Estado ateu, pois se pensar assim, ele não é laico. Ser laico é respeitar todas as diversidades de espiritualidades sem interferência.

            Conheço cidades que antes de iniciar uma reunião no legislativo todos os vereadores rezam um Pai Nosso e uma Ave Maria, é errado? Creio que não, pois desde que todos os vereadores professam a mesma doutrina, ou mesmo, se algum parlamentar não se importe, não vejo nada de mais. 

            Outro ponto fundamental é; quando falamos que o Estado é laico, ele sim, no entanto, os parlamentares e sociedade não. Sendo assim, toda decisão política a ser tomada reflete a espiritualidade dos parlamentares que de certa forma representam a sociedade. 

 

            Quando falamos sobre determinados temas polêmicos como o aborto e outros que estão ligados diretamente a educação religiosa recebida pelo parlamentar, evidentemente tal decisão se esbarra nesta educação religiosa. Pois, ainda que, muitos fatores são levados em conta, ao se tomar uma decisão política o fator religioso também é considerado. Por exemplo, jamais um parlamentar que tem uma vivencia praticante de sua fé vai desconsiderar a vida em relação a proposta de Deus, para levar em conta outros conceitos. Enfim, para este, o que sua fé determina será sua posição a favor ou contra determinada Lei.

            Não se separa o homem em partes. Ele é um todo, é um Ser bio-psico-social e espiritual, desta forma todas as suas posições e decisões estarão pautadas dentro desta subjetividade e individualidade de cada um. Acreditar que ele vai passar por cima de suas convicções principalmente espirituais é um erro de calculo. 

            Recentemente, tivemos uma batalha jurídica sobre as células embrionárias – células já descartadas – os ministros se dividiram, e a aprovação se deu por um voto, onde a discussão foi, qual o momento que se inicia a concepção, e ainda que, tais juizes não diziam formalmente sobre espiritualidade, era visível que suas decisões pautaram nela. Este exemplo  nos mostra que dificilmente a Lei em favor do aborto passe no Brasil. 

           Finalizando, ainda que haja simpatizante que defendem o aborto por vários motivos, inclusive sobe o aspecto da saúde, dificilmente aprovará esta Lei no Brasil, partindo das primícias que a maioria da população é cristã. E que segundo entendimento cristão o aborto é um atentado a vida indefesa, e que, todos tem direito a ela. Certamente, este conceito para os cristãos é dogma e jamais cederá. 

 

 

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 11/07/2008
Reeditado em 12/07/2008
Código do texto: T1076268
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