Sangue nos lixinhos, sangue nos lixões
RESÍDUOS COMUNS são todos os resíduos gerados nos serviços de saúde que por suas características, não necessitam de processos diferenciados relacionados ao acondicionamento, identificação e tratamento, devendo ser considerados resíduos sólidos urbanos (RSU). Tais como: gesso, luvas, esparadrapo, algodão, gazes, compressas, sobras de alimentos, resíduos provenientes de áreas administrativas, resíduos de varrição, podas e jardins; materiais passíveis de reciclagem, embalagens em geral, inclusive equipo de soro e outros similares, que tenham tido contato ou não com sangue, com exceção dos que envolvem riscos de infecção e têm importância epidemiológica, no que tange aos riscos representados pelos resíduos hospitalares, exceto para os profissionais de saúde e pessoal da higiene hospitalar, não há estudos epidemiológicos que comprovem ser o “lixo hospitalar” o mais perigoso e/ou importante para a população em geral, pois O MAIOR PERCENTUAL DE SANGUE ENCONTRADO NOS LIXÕES E ATERROS SANITÁRIOS ESTÁ NOS MATERIAIS DE HIGIENE ÍNTIMA FEMININA USADOS PARA CONTENCIOSO DO FLUXO MENSTRUAL.
Façamos alerta de que o HIV permanece ativo, isto é, com capacidade infectante até por três dias no sangue seco. Embora o risco de infecção seja mínimo, não é inexistente.
Há uma necessidade de reclassificação do que é lixo hospitalar, por exemplo, uma maternidade pode diminuir em até 40% seu lixo hospitalar se passar a considerar as fraldas dos neonatos lixo urbano. Mesmo as bolsas de sangue com resíduos podem ser considerados lixo urbano, respeitada a premissa de que tal sangue destinado ao uso humano em transfusões é previamente analisado por laboratórios, não constituindo risco para a população.
Agulhas hospitalares não têm destinação comum ao lixo urbano, visto que são contratadas firmas coletoras para tratamento seguro desses materiais. Acidentes com agulhas perfuro-cortantes com sangue infectado podem ocorrer decorrentes de usuários de drogas injetáveis, principalmente por vírus da hepatite B, que além de ser uma Doença Sexualmente Transmissível, permanece com seu vírus ativo mesmo em temperaturas elevadas. Leiam o soneto O pornô e a hepatite B.
O esgoto sanitário dos hospitais pode ter seus efluentes despejados no esgoto urbano das cidades que o têm tratado, caso contrário não, pois assim aumentará a possibilidade de transmissão de doenças potencialmente transmissíveis, inclusive a hepatite B, doença que pode evoluir para cronicidade e mesmo câncer. Como apenas 20% dos municípios brasileiros possuem tratamento de seus esgotos, a transmissão fecal oral da hepatite B, tal como ocorre usualmente na hepatite A, pode ocorrer. Embora haja vacinas que previnem essas doenças, exceto profissionais de saúde, os segmentos de trabalhadores que se expõem ao risco dessas infecções não são vacinados.
Dentro dos hospitais todo o pessoal que lida com resíduos de serviços de saúde, lavando materiais ou coletando tem que usar Equipamento de Proteção Individual (EPI), istó é, máscara, óculos, luvas e botas.
Nos aterros sanitários os catadores de lixo, profissão que destina-se à coleta seletiva dos materiais para reciclagem comercial encontram dois óbices:

1) não há mercado interno para os produtos de reciclagem;

2) vivem em péssimas condições sanitárias e assim não vêem muita diferença entre suas habitações e o próprio ambiente de trabalho, assim resistem muito a usar Equipamentos de Proteção Individual.
No que concerne ao risco de infestação parasitária, a ascaridíase, parasitose intestinal causada pelo Ascaris Lumbricoides, é a mais presente com ovos do parasita mostrando grande sobrevida no ambiente.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 13/12/2008
Reeditado em 30/08/2018
Código do texto: T1333439
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