O DÍZIMO À LUZ DA CONSCIÊNCIA ("Religião é demência coletiva." Bakunin)

O Dízimo à Luz da Consciência

Apresentação

A Vigilância do Escolhido

Nesta dissertação, quero compartilhar uma história intrigante sobre a importância da vigilância. Em meio a uma cidade movimentada, surge uma missão crucial: alertar os escolhidos por Deus, que permanecem fiéis em meio à escuridão. Devemos estar atentos aos desfrutadores da religião, que encobrem a verdade e desviam o propósito da oferta voluntária e do dízimo. É preciso discernimento para encontrar a verdadeira conexão com o divino. Que essa crônica seja um farol, iluminando o caminho daqueles que buscam a verdade e a devoção autêntica. Sejamos guardiões da fé, buscando a paz e a realização em cada escolha que fazemos.

É verdade que o dinheiro não melhora nossa forma particular de cultuar nosso Deus, porque depende da proporção da fé de cada um, porém ajuda-nos nas circunstâncias externas de adoração, na pregação das doutrinas de YehôshuahaMashiach e no atendimento ao necessitado. Entretanto, vemos em cada esquina um conjunto de fiéis unidos pela mesma fé, sujeitos aos mesmos guias espirituais que estão oferecendo a presença de Deus por dinheiro. “Vocês Me encontrarão sempre que Me procurarem; mas para isso, precisam Me procurar de todo o coração” (Jr 29:13 BV). E outros mais que estão aparecendo de repente, pondo em prática o interesse exagerado no tráfico da fé, aliciando pessoas, as quais são pobres demais para entender o processo e continuam em completo desamparo. Isto é uma prova do mau direcionamento da boa fé dessas pessoas. Acompanhamos de perto “pastores” que não operam devidamente, mergulhados nos dízimos sem a mínima preocupação em trazer adequadamente, pelo menos, o subsídio espiritual ao irmão. Se é que o tem!

Portanto, caro leitor, é digno de apreço que este artigo seja examinado e aplainado com a Bíblia para que fique claro o próprio fim a que visamos. “E Jesus falou a estes que crerem: ‘Vocês são verdadeiramente meus seguidores se viverem como Eu digo, e conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês’”(Jo 8:31-32 BV). Só assim, extinguiremos a escravidão religiosa. “Um dos característicos das religiões falsas é a ausência de liberdade de consciência” (VENDEN, 1981, p.333).

Claudeci Ferreira de Andrade

INTRODUÇÃO

Podemos iniciar os argumentos que manejaremos nesta publicação, dizendo um pensamento que já a muito é do agrado do povo: “Só o conhecimento dá poder”. E tornada firme a necessidade absoluta de conhecer a vontade de Deus, o profeta Oséias escreveu: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitando o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”(Os 4:6 BVN). Há aqui uma reprovação da carreira eclesiástica e de qualquer personagem que assenhorear-se dessa disposição: empregar-se inutilmente dos preceitos emanados da autoridade divina. Assim, sendo, por não saber ver distintivamente a instituição a que está realmente desempenhando quaisquer funções, é que os inocentes pagam pelos culpados. “Na hora, porém, em que os homens repousavam... os filhos do maligno. O inimigo, que o semeia, é o demônio...” (Mt 13:25.38-39 BSMM). E veja que se torna artificioso e enganoso todo o comportamento daqueles que estão dando passos em falsos, criando doutrinas infundadas baseadas em profetas falíveis e imaginosos, ou ainda, pela interpretação solitária e separada do encadeamento de boas idéias preexistentes, usando unicamente o texto isolado do resto das Escrituras. “Ora nós não recebemos o espírito deste mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos as coisas que por Deus nos foram dadas, as quais também anunciamos, não com palavras doutas de humana sabedoria, mas com a doutrina do Espírito, adaptando as coisas espirituais às coisas espirituais”(I Co 2:12-13 BSEP).

Diante desta crua realidade, ratifico que este empreendimento tem o propósito maior de lhe sanar a consciência e lhe dar conhecimento, poder, e, com a ajuda do Espírito Santo, dar-lhe coragem para tirar as máscaras dos falsos profetas1 que estão em desacordo com a palavra de Deus. Eles dizem: “Há somente um lugar para os dízimos do Senhor serem depositados: a tesouraria da igreja.” (HOLBROOK,1988, p 11).

Esse mesmo autor de artigos para a Revista Adventista, com ampla comunicação social, para fortalecer seu modo de vida afeiçoado à escravatura, cita sua prognosticadora preferida.

“Ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo segundo seu próprio juízo. Não devem servir-se dele numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que possam

considerar como obra do Senhor...” ( apud HOLBROOK, 1988, P 11).

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1 O Didache (pronuncie didachê), escrito por volta de 120 D.C., é provavelmente o mais antigo manual da igreja existente. Seu nome em grego significa “o ensino dos doze”, e o documento passa por ser regras para a organização e governo da igreja formuladas pelos próprios apóstolos. Isto é o que ele diz a respeito daqueles que procuram benefício monetário de sua associação com a igreja:“Capítulo XI4.Que cada apóstolo que vem a vós seja recebido como o Senhor;5.Porém ele não permanecerá (mais que) um dia, se for necessário, também outro (dia), mas se ele ficar três (dias), é falso profeta;6.E quando o apóstolo partir, que ele não leve nada exceto pão (suficiente) até que ele cegue ao seu alojamento (quartos noturnos). Mas se ele pedir dinheiro é um falso profeta, (...);12.Mas qualquer que diz no espírito: Dá-me dinheiro ou qualquer outra coisa, não lhes dareis ouvidos, porém se ele apela-vos a dar para outros que têm necessidade, que ninguém o julgue, (...).Capítulo XII5.E se ele não agir assim, é um traficante de Cristo. Cuidado co,m o tal” (Apud SETON, 1992, P.91).

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É uma citação Completamente inconveniente ao ensinamento bíblico, confira: “Mas vocês dizem: ‘Mesmo que seus pais estejam passando necessidade, você pode dar o dinheiro do sustento deles para a igreja, em lugar de dar a eles’. E assim, por meio da sua regra feita pelos homens, vocês anulam a ordem direta de Deus para que honrem e cuidem dos seus pais”(Mt 15:5-6 BV).

É por que ainda não chegaram ao estado de pleno desenvolvimento e por que lhes falta o conhecimento bíblico, por isso muitos entram facilmente em decadência como objeto tomado ao inimigo; são vítimas fáceis de falsas doutrinas, como as que ensinam por aí, escravizando-os nas voltas formadas pelos fios do poder satânico, ou melhor, em uma malha difícil de sair; como quem embriagados e acostumados a proceder mal, porém, sobre tudo, viciados e amoldados no amor excessivo à “Grande Babilônia”1. Esse conjunto de elemantos rotulados que foi desenvolvido por diversas religiões, afunila-se em um só movimento para tornar prestigiosa a “Besta”.

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1 “Como está empregada no Apocalipse, o nome é simbólico de todas as organizações religiosas apóstatas e sua liderança, desde a antigüidade até o encerramento do tempo” (apud ZURCHER, 1980, P 78).

Por mais que se vista de modo disfarçado com variadas denominações, se avaliarmos bem, ele apresenta características próprias. “Esta é a razão da existência desta igreja, porque deveria ser diferente de outras corporações cristãs” ZURCHER, 1980, p 69). Babilônia é o nome mais convencedor, empregado significativamente pelo Apocalipse, para expor minuciosamente algumas faltas e embaraços causados pelo vergonhoso mundanismo; confusão religiosa deste tempo, ou melhor, a pregação e a pronunciação de poder próprio para perdoar através das condescendências e indulgências disfarçadas: “pague o dízimo para prosperar”. Só há uma saída: tomar em consideração e atender ao pedido de comparecimento, ou seja, atender o convite que Deus faz para nós neste tempo em que vivemos; nesta época de acontecimentos notáveis: “...Saiam dela, meu povo, não tomem parte nos seus pecados, senão vocês serão castigados juntamente com ela” (Ap 18:4 BV). Essa é uma convocação, uma invocação especial e irrecusável para cada indivíduo. Ela leva a entender e pressupõe uma questão controvertida de vida ou morte eterna. Mas os selecionados e escolhidos não serão enganados e ludibriados, mas terão que fazer sua parte com subterfúgios próprios, cada um usando o seu livre-arbítrio, a faculdade de determinar-se a si mesmo, e decidir a quem servir com o seu tempo, tesouro, templo e talentos: a Deus ou ao tirano, aquele que abusa de seu poder para submeter o povo a um domínio arbitrário.

Contrariando e fazendo oposição a palavra de Deus, todas as igrejas tornaram-se instrumento de explícita dominação, ou melhor, converteram-se em um meio de aplicabilidade de poder absoluto, diferenciando-se apenas nas circunstâncias e na maneira de oprimir, mas de uma forma ou de outra, exigindo, requerendo com suposto direito a submissão ao poder humano, atormentando os simples com autoritarismo e violência, levando-o cada vez mais a um estado de rebaixamento servil. Esta faz diferença de roupa, aquela qualifica a falta de eqüidade na designação genérica das peças do vestuário, outras fazem diferença daquilo que se come, outras de dias, e até observam a medida da duração dos seres, sem falar da pressão exercida sobre os membros para freqüentarem todas as reuniões, que são de uma a três por dia, todos os dias, enfim são iguais. Há pastores que vendem ou alienam mediante certo preço suas congregações como prova de domínio, isto é, vendem a companhia dos anciãos, dos diáconos, dos porteiros serventes e de todos os irmãos leigos, como se vende um lugar em que se junta e recolhe o gado, um curral: “de porteira fechada” – é assim que costumam dizer. Nessa situação os homens são comparados com animais, foram colocados sem a imagem e semelhança de Deus; assim os membros e todas as pessoas que fazem parte da corporação não passam de mercadoria. Entretanto argumenta Winn a nosso favor: “Mas se na experiência religiosa de alguém existe tal sentimento de opressão, de pesadas exigências pela submissão ao poder, então podemos ter certeza de o Espírito Santo do Senhor não está ali. Ele não está envolvido em tal religião. Porque o Espírito Santo do Senhor não opera pela força”(WINN,1987, p 7). E complementa: “... Muito mais sutil do que a força física (e portanto mais eficaz) é a força emocional” (WINN, 1987, p7). Essa força emocional, essa agitação passageira causada pela mistura de surpresa, medo e “alegria”, sutilmente feita com arte e delicadeza, tem se manifestado para reprimir por motivos impostos e proibir, pela ameaça ou pelo castigo, os membros que não se submeterem cegamente a seus Pastores, logo injustamente. Alguns desses pobres sedentos que ainda alimentam grande desejo de liberdade são chamados, portanto, de “antidenominacionais”. Então, para estes diz a Palavra de Deus: “Meus filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que faz o que é direito é justo, assim como Cristo é justo. Quem continua pecando pertence ao Diabo porque o Diabo peca desde a criação do mundo. E o Filho de Deus veio para isto: para destruir o que o Diabo tem feito” (I Jo 3:7-8 BLH).

Aqui está a verdade irrefutável para o homem de sã consciência que valoriza a sua liberdade, “pois o Senhor é o Espírito, e, onde se acha o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (II Co 3:17 BJ).

Capítulo I

percebendo a transição do velho para o novo acordo

Na velha dispensação Deus exigia e requeria, com direitos fundados, um procedimento de modelo oficial, padrão, adequado para aquela época e aquele largo lapso. Procedimento baseado e fundamentado em formalidades, prática apenas exterior, para a Sua veneração de culto, porque o Deus do Velho Testamento se apresentava, ou melhor, se oferecia para ser visto ou recebido como a fonte geradora, manancial de todas as bênçãos. “O Pai é a fonte, o Filho o intermediário e o Espírito o meio pelo qual a criação veio à existência” (TREZZA, 1968, p. 42). “O próprio Pai deu início ao plano de nossa redenção. O Filho de Deus desceu à Terra para nos reconciliar com o Pai e nos redimir para Ele. O Espírito Santo tira-nos das mãos de Satanás, sustenta-nos e nos fortalece. Ele faz em nós Sua habitação, purifica-nos, muda toda a nossa natureza, enche-nos de amor, gozo e paz. Ele nos dá coragem e poder espiritual”1 (HEPPENSTALL, 1976, p215).

Agora para o Novo Testamento, o Próprio Deus encarnado pede para Si um culto de procedimento espontâneo, porque é fonte de toda Graça, e convida os adoradores como estão: “Vinde a mim todos, todos os que estais labutando e que estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei”(Mt 11:28 TNMES). Não é necessário priorizar formalidades para cultuar o Deus Salvador, pois, estando Ele adaptado e ajustado ao meio social dos humanos, para ajudar o homem pecador, preocupa-se muito mais com a transformação dele, metamorfoseando a alma que a sua aparência. Não estamos falando que Deus mudou ou que se trata de outro Deus, não nos ocupamos disso. Deus é um ser essencial, completo em Si, totalmente perfeito. Ele não muda Sua natureza, caráter, atributos e vontade, apenas mudou o conjunto de meios para um novo tratamento e o acolhimento do homem. A imutabilidade de Deus não

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1Grifo nosso

consiste em agir sempre da mesma maneira, do mesmo feitio com Suas criaturas, seja qual for o caso ou a circunstância, ou ainda o estado das coisas, Ele sempre faz o que é correto. Deus apenas adapta e coloca em harmonia o tratamento às Suas criaturas, que, às vezes, nos faz acomodar uma visão de variação de Suas ações e caráter. Por exemplo, quando um ímpio morre, não foi Deus quem mudou, mas Sua criatura que, então, passou a receber tratamento ou acolhimento diferenciado, com um conjunto de medidas terapêuticas à Sua vontade. Todas as promessas e ameaças são feitas dependendo das circunstâncias externas, isso é, condicionalmente e presume uma mudança na criatura e não em Deus.

I.1-Quais os Limites da Mensagem de Malaquias?

Quando o profeta Malaquias manifestou-se, ou melhor, deu a conhecer sua mensagem dizendo: “Trazei o dízimo integral para o tesouro a fim de que haja alimento em minha casa...” (Ml 3:10 BSV). O profeta estava olhando apenas para o momento, tempo de confusão durante a ausência de Neemias (Ne 12:6), o curto espaço de tempo entre os anos de 430a.C. E 420 a.C. Digamos, ele era o mensageiro para corrigir aquelas falhas presentes, vindas daquele pequeno grupo dos remanescente dos 70 anos de cativeiro. Portanto via a possibilidade de consertá-las de imediato. Só que o problema não foi resolvido por completo, pelo contrário, os “pastores” /sacerdotes usavam os dízimos da campanha de Malaquias para se infiltrarem e se impregnarem mais ainda no pecado, O povo, em completo desamparo, queixava-se: “... é inútil servir a Deus; e que lucro1 teremos se observarmos os seus preceitos e se andarmos de luto diante de Iahweh dos Exércitos?” (Ml 3:14 BJ). Exatamente como aconteceu no ministério de Jeremias. “Todos, pequenos e grandes, são gananciosos. Todos, profetas e sacerdotes, praticam a mentira. Querem tratar a desgraça do meu povo, superficialmente, dizendo: ‘Paz! Paz!’ quando não há paz” (Jr 6:13-14 BSV). É semelhante o que acontece hoje com os pregadores assalariados. Malaquias, consciente de seu fracasso e insucesso, anunciou antecipadamente a vinda de um novo acordo. “Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que

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1 Grifo nosso.

venha o dia grande e horrível do Senhor” (Ml 4:5 BSEP). Jesus Cristo reconheceu e estabeleceu legitimante o João Batista como o Elias que devia vir, falando claramente: “E se quiserdes aceitá-lo, ele é o Elias que há de vir” (Mt 11:14 BSV). João anunciava e fazia conhecido a Jesus, e não fórmula de exigências, modo já estabelecido pelos hipócritas do Templo. Essa última foi a parte da campanha de Malaquias que deu certo e sempre dará, até que o Rei do reis volte para completar a obra da redenção no homem. A outra parte, a inicial, foi temporária.

O tempo fez caducar a mensagem economista, ou melhor, de cobrança do profeta Malaquias. O templo que ele chamou de “casa de Deus”, para o depósito dos dízimos arrecadados, foi finalmente posto a baixo quando o véu se rasgou de cima para baixo. “pois o sol se escureceu. E o véu do templo rasgou-se pelo meio” (Lc 23:45 BRT). Bem pudera, limitar Deus ou restringi-Lo em um local físico, não era para durar muito tempo; mas os pastores viciaram os crentes a chamarem as pomposas igrejas de casa de Deus;. “Assim diz Iahweh: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me haveis de fazer?” (Is 66:1 BJ). Será que Malaquias não sabia disso? E agora, qual profeta verdadeiro pediria para o povo trazer os dízimos ou transportar os bens a um templo sem valor? Jesus (Yehôshua), depois de Sua ressurreição, que importância deu ao templo que antes havia purificado? Que consideração teve Ele para com a liderança templária?

Com a morte de Jesus (Yehôshua) na cruz, todo o sistema sacerdotal faliu. Foi cumprida, por completo, a profecia de Oséias: “...eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote...” (Os 4:6 JFA). As leis cerimoniais foram pregadas na cruz, ou melhor, foram invalidadas e desconsideradas com a cruz. “...Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz. E foi na cruz que cristo tirou o poder dos governos e das autoridades espirituais...” (Cl 2:14-15 BLH). Cada homem convertido a Cristo e transformado por Ele, agora, torna-se a casa, morada de Deus, como alguém que tem o Espírito, por conseguinte, autodomínio, ou seja, é livre para servir, também, à causa do Senhor Jesus (Yehôshua). “Não sabeis que vós sois templo de Deus e que o espírito de Deus mora em vós?” (I Co 3:16 TNMES). Ninguém pode negar esta verdade que: “Somente se vivermos em harmonia com a lei de Deus é que somos livres. Fora da verdade e da autoridade de Deus somos escravos. /.../ Só o homem controlado por Cristo é verdadeiramente livre” (HEPPENSTALL,

1976, P189). Para se ter uma abençoada vida cristã, ninguém precisa estar ligado a coisas materiais ou depender de “boas obras” para impressionar a Deus, desejando merecer e ganhar favores e/ou forçar a comunhão; Ele não Se deixa comover. Basta a fé genuína em Jesus Cristo. “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio do nosso Senhor Jesus...” (Rm 5:1-2 BVN). Sem esse relacionamento de amizade, sem essa fé em Cristo, qualquer esforço, para adquirir mérito ou valor moral, não passa de mero legalismo e mera formalidade destituída de valor espiritual. “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores O adorem em espírito e em verdade”(Jo 4:24 BVN). Ou então “A sua adoração não vale nada, porque ensinam suas leis feitas pelos homens, em lugar das leis que vêm de Deus”(Mt 15:9 BV).

I.2-Dízimos para quem?

O dízimo era uma taxa estipulada e ajustada, obrigatória, entregue no templo, para o sustento e conservação dos sacerdotes e levitas em geral e ao rei para sustento de seus funcionários. “Eis que aos filhos de Levi dou por herança todos os dízimos arrecadados em Israel, em compensação pelos seus serviços, isto é, o serviço que fazem na Tenda da Reunião” (Nm 18:21 BJ). “Ficará com a décima parte dos cereais e das uvas, para dar aos funcionários da corte e aos outros funcionários” (I Sm 8:15 BLH). Jesus não foi tão cumpridor das cerimônias e solenidades do templo, por isso, não temos nenhuma referência, dizendo que Ele pagou dízimo algum. A verdade é que “as referências à instituição Templo não são muito abundantes (com exceção dos sumos sacerdotes). Ocupam um espaço meramente marginal dentro do conjunto global do testemunho evangélico. Com relação ao sacrifício – não há nenhuma referência a um sacrifício oferecido por Jesus – isso é tanto mais marcante, considerando-se a importância que os sacrifícios têm na vida cúltica do povo. Além disso, não se pode ocultar a reserva de Jesus frente à didracma e à prática do Corbã, bem como a conotação negativa associada aos sacerdotes, ao menos duas passagens (Lc 10:31 e Jo 1:19). Já os sumos sacerdotes recebem grande destaque. Mas isto ocorre em sentido puramente negativo: Como autoridades dentro da comunidade templária, são os responsáveis pela condenação de Jesus”(VOLKMANN, 1992, p17). Seria bom levarmos em conta que o plano das autoridades do templo, de eliminar o Cristo, deveu-se à Sua intervenção para purificá-lo. “Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam o modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina” (Mc 11:15-18 BSVMM). A oferta única e cabal de Seu próprio corpo foi requisitado e muito solicitado para a nova aliança. Como vimos, uma vez desnecessários os compromissos sacerdotais, também para quem dízimos? “O livro de Hebreus apresenta tudo isso; como o sacerdócio aarônico faliu; como Jesus era plenamente Deus, mas tornou-Se plenamente homem, constituindo assim o elo vital entre a Terra e o Céu; como Ele foi investido numa ordem sacerdotal completamente diferente, que aumentava Sua superioridade singularidade; como Jesus ofereceu o único sacrifício aceitável: a Sua própria Pessoa sem pecado; e como entrou no único lugar em que poderia ser efetuada verdadeira propiciação pelo pecado: a presença do Pai” (WOOLSEY, 1979, p 112). Recomendamos uma leitura competente do mesmo.

I.3-Quem São os Ladrões de Deus?

O profeta Malaquias disse, lá no Velho Testamento, que os seus contemporâneos lideres religiosos estavam “roubando” de Deus, desviando as contribuições e trapaceando. Os congregados, por sua vez, roubavam porque deixavam de dar os dízimos e as ofertas. Mas, no Novo Testamento, perdura o princípio da compostura santificada, das maneiras que indicam modéstia e boa educação, porque Deus quer que tomemos nossa norma moral dEle e não de nós mesmos. “Homem algum se torna ladrão , assassino, mentiroso, num instante. Ele chega a isto pouco a pouco. Hazael1 havia alimentado cada vez mais o desejo de ser rei. Lúcifer começou assim quando manifestou sua intenção de ser ‘semelhante ao Altíssimo’” (HEPPENSTALL, 1976, p204). Foi por isso que o apóstolo Paulo considerou-se ladrão dos irmãos, pegando donativos das igrejas locais

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1 “Eliseu chorou ao predizer o que Hazael estava para fazer, a começar com o assassínio do rei da Síria(Ben-Hadade). Hazael respondeu com horror. Negou que viesse a fazer qualquer coisa das preditas. Mas fez. (II Rs 8)” (HEPPENSTALL, 1976, p204).

para ministrar em outro campo missionário. “A outras congregações roubei, por aceitar provisões, a fim de ministrar a vós” (II Co 11:8 TNMES). Agora que palavra mais apropriada poderíamos usar para rotular os pastores que pegam as ofertas e dízimos de um grupinho de irmãos que se reúnem em um salão alugado e os enviam a outros campos e para outros fins? Se é que enviam mesmo ou só fazem de conta! Lembremos que: “/.../ nem ladrões, nem avarentos, /../ nem os roubadores, possuirão o reino de Deus”(I Co 6:10 BSEP). Sugerimos que: só quando houver de sobra e nenhum empreendimento a mais para ser executado na sua congregação local, é que, então, enviem a ajuda a outros irmãos distantes (responsabilidade de outros mais próximos), ou ainda assim, quando tão urgente e necessário, Deus providenciará o deslocamento do missionário, como fazia com o apostolo Paulo e outros, dando os meios miraculosos e inesplicáveis sem pesar a ninguém. Mas, se eles enxergarem um palmo além do seu próprio narize, verão que não precisam desviar um centavo sequer do trabalho local para tão distante, e continuar perguntando: “em que Ti roubamos?” Impressionando os membros locais.

Esses pastores não só roubam a confiança genuína que os seus fiéis têm em Deus, como roubam, também, o direito deles conhecerem o verdadeiro caráter do Criador! Dizem de si, os únicos portadores da Verdade para o mundo. Vejam esta nota: “Os Adventistas do Sétimo Dia não são meramente outra igreja ou denominação religiosa. Representam o plano de Deus para os últimos dias, para restauração da original obra evangélica de Jesus” (TREZZA, 1972, p96). “Vós e eu não devemos hesitar nem ser tímidos em declarar que a igreja Adventista do Sétimo Dia é a verdadeira igreja de Deus no mundo hoje” (PIERSON, 1975, p100).(As citações acima são até irônicas para quem conhece a história da origem do movimento Adventista).

Capítulo II

A verdade requer

responsabilidade

Dizer-se portador de toda a verdade é desmerecê-la e dizer-se o único portador da verdade como pessoa física ou jurídica é pior. Os ditames da Verdade para merecer confiabilidade não precisam necessariamente ser antes hábito de uma denominação ou indivíduo credenciado. Eles são primeiramente teoria Divina, escrita no coração de cada pessoa na medida da responsabilidade a que pretende. Por que essa arrogância pecaminosa da parte de uma igreja ou de uma pessoa em se autonomeando: portadora privativa da verdade dos últimos dias para o mundo?

Infelizmente permanece ainda, neste mundo, na igreja e no coração de muitos pastores, um desejo quase irresistível, para o qual esses não oferecem resistência nenhuma, tomando a verdade falsificada e a representação infiel da realidade como coisas genuínas. A verdade tem sido comprometida e escondida sob falsa aparência, camuflada em trapos, apresentada em lugar-comum, em frases, palavras e afirmações dissimuladas. É este o erro, o equívoco que os levam a crer que estão na verdade pelas propriedade materiais, supostas excelências morais, saudáveis pensamentos e humanos raciocínios, antes que em virtude de rejuvenescimento espiritual da vida de cada um, pela presença íntima da Pessoa genuína de Cristo Jesus em cada coração.

A transformação interior, concernente à alma do ser humano em geral, não será realidade, não será alcançada ou encontrada, por decisiva coerência de lógica humana importante e considerável como isto possa ser. Tornar alguém verdadeiro cristão e professador do cristianismo original está além de nossa habilidade em meramente debater ou simplesmente discutir o assunto. O uso de uma inteligência brilhante e magnífica na investigação da verdade não assegura que a pessoa é cristã ou que um dia venha a sê-lo.

Mesmo que tenham muito merecimento, todas as nossas discussões e controvérsias a respeito da verdade, apenas nos tornamos genuínos cristãos quando conquistamos posição interior pela atividade salvadora de Cristo. A capacidade pessoal de conhecer o valor de uma total dedicação a Cristo e união com Ele é o único e distintivo aspecto da Sociedade Espiritual de Cristo. A realidade da salvação está em nossa relação de dependência com uma Pessoa viva antes que na aquiescência de opiniões e conclusões dos homens, só estamos de fato envolvidos e comprometidos com a verdade até onde estivermos ligados a Cristo como o dedo, ligado à mão.

É necessário tanto o nosso conhecimento intelectual da verdade quanto o nosso envolvimento e comprometimento com ela. Se conhecermos a verdade de apenas como informação e não experienciarmos, teremos uma visão apenas parcial e restrita da mesma. Não estaremos efetivamente vivendo a verdade. O problema para alguns não é que não creiam em Deus intelectualmente, mas não O encontrarem e adorarem na realidade, experimentarem uma extraordinária impressão de prazer pessoal.

II.1-Como se Revelam os Profissionais Medianeiros da “Verdade”?

Os pastores se julgam no direito de servir de consciência para os seus fiéis, não só no assunto do dízimo, mas também em usos e costumes e, assim como Lúcifer, estão construindo seus tronos acima de Deus. Porém aconselhamos a não copiar modelos humanos. “Se confiais noutras pessoas quanto a vossas informações, com toda probabilidade acabareis compreendendo mal a Deus. /.../ Ha igrejas cheias de pessoas hoje em dia que dependem dos pregadores quanto a suas informações. /.../ Os pregadores podem estar errados como qualquer outra pessoa. /.../ Orai para manter comunicação” (VENDEN, 1981, p42). “Não devemos esperar que o Espírito Santo use a consciência de outra pessoa para chegar até a nossa própria consciência” (WOOLSEY, 1979, p203). Ellen White diz: “Em questão de consciência, a alma deve ser deixada livre. Ninguém deve controlar o espírito de outro, julgar por outro, ou prescrever-lhe o dever. Deus dá a toda alma liberdade de pensar, e seguir suas próprias convicções” (apud WOOLSEY, 1979, P203). Com essas palavras e a Bíblia empunhada, a Teologia da sã consciência ganha respaldo. “Mas vocês receberam o espírito Santo, que vive em vocês, dentro dos seus corações, a fim de que não precisem de ninguém para ensinar-lhes o que é direito. Porque Ele lhes ensina todas as coisas, e ele é a Verdade, e não um mentiroso; portanto, tal como Ele disse, vocês devem viver em Cristo, e nunca afastar-se dEle” (I Jo 2:27 BV). De outro modo, a Verdadeira Mensagem Reformadora, título que abona a todos, realiza a novidade de vida sem pretender custar alguma coisa ao homem penitente. E ela se reserva a ele somente na condição de um relacionamento a sós com Deus e no envolvimento com a Graça sob a guia do Espírito Santo.

A parte a desempenhar do verdadeiro comunicador da Bíblia, como membro da Sociedade Espiritual de Cristo, é de facilitador. Do outro lado é indivíduo constrói seu próprio conhecimento, recebendo influência boas ou más; o ideal é que cada qual tenha sua própria experiência de salvação diretamente de Cristo. Sabemos que cada experiência é diferente da outra, bem como, a prática renovadora de cada dia. “Porém a senda dos justos é como a luz da aurora, que aumenta em claridade até o pleno dia. O caminho dos ímpios é tenebroso: não sabem onde vão tropeçar” (Pv 4:18-19).

Enquanto o irmão de igreja estiver preocupado em refletir os seus dirigentes “espirituais” (pastor etc.), não conseguirá refletir e ecoar a Glória de Deus. Não é possível olhar para os outros e para Cristo, em busca de exemplo, ao mesmo tempo. No momento em que desviamos o olhar de Cristo, as ondas se interpõem diretamente entre nós e Ele. Não queremos ser como Diótrefes, que favorecia seus próprios desígnios: está sempre na liderança: liderar por liderar. Satanás já dispõe de muitos instrumentos para enganar, o suficiente! “Em seu amor próprio, Diótrefes seguiu o precedente de Satanás, que quis ser o primeiro – acima até de Deus. Ver Isa.14 e Ezeq.28” (GALLANGHER, 1997, p4, lição 13). “Os que causam dificuldades aos fiéis mensageiros do Senhor, que os desanimam, que se colocam entre eles e o povo , para que sua mensagem não tenha a influência que Deus tencionava que tivesse, são responsáveis pelos enganos e heresias que penetram na igreja como resultado de sua conduta” (WHITE, 1980, p53). Devemos sair do meio e deixar que nosso adimiradores vejam a verdadeira fonte de luz.

Não estamos propondo, com isso, a criação de uma nova igreja verdadeira. Até porque, ela sempre existiu, hoje está apenas fragmentada e reduzida com partes em todos os lugares da terra. Nossa proposta é que saiam da “Babilônia”; é que não estejam coniventes e cúmplices com o sistema opressor, diversificado nos movimentos religiosos da atualidade; é que não se envolvam na confusão generalizada e falta de clareza pela mistura da verdade com o erro. Sabemos que não é fácil, mas é inteiramente possível viver na água (não por muito tempo), e não ser da água, e ainda ter o comportamento de pescador e não de peixe! Estamos lhe aconselhando procurar uma maneira social que favoreça ter Jesus no coração, guardar os mandamentos de Deus e/ou desviar-se do mal. “Não estou pedindo que os tires do mundo, mas que os guardes do mal...” (Jo 17:15-17).

Na parábola do joio, Jesus também deixou bem claro, fácil de entender que em qualquer lugar que estivermos, neste mundo, estaremos entre joio, contudo não escondeu que precisamos ser trigo para ter uma aprovação final. “Deixem que o trigo e o joio cresçam juntos até o tempo da colheita. Então eu direi aos trabalhadores que vão fazer a colheita: ‘Arranquem primeiro o joio, amarrem em feixes e joguem no fogo. Depois colham o trigo e ponham no seu depósito’” (Mt 13:30 BLH).

É perfeitamente normal uma pessoa com a Autoridade do Espírito Santo, com toda honestidade e toda sinceridade, levantar-se contra e andar em direção oposta ao mal. Bem, como é normal também apoiar, proteger esses cristãos valiosos que estão em todos os segmentos da sociedade, de fácil ou difícil aproximação e, às vezes, até em lugares longe da civilização. “Temos de denunciar todo mal e amar a retidão. /.../ Não parlamenteis com o pecado” (HEPPENSTALL, 1976, p204). Por conseguinte,são esses, os amadores de Cristo, os membros da Sociedade Espiritual de Cristo.

Capítulo III

A importância do Dízimo e do sacerdócio no Novo Testamento

No Novo Concerto, o sacerdote é o próprio Jesus (Yehôshua). O único, não há necessidade dos tantos que existem. “Porém Jesus se tornou sacerdote quando Deus Lhe disse: ‘O senhor jurou e não voltará atrás. O senhor disse: você será sacerdote para sempre.’

Portanto, essa diferença também faz de Jesus a garantia de um acordo melhor. Há ainda outra diferença: os outros sacerdotes foram muitos porque morriam e não podiam terminar o seu trabalho. Mas Jesus vive para sempre, e o seu sacerdócio não passa para nenhum outro” (Hb 7:21-24 BLH). “Temos de mostrar que Jesus é o único sacrifício, o único sacerdote, único juiz e rei” (HILLS, 1982, p165). Agora vejam, Jesus, com toda essa autonomia diante da Comunidade Universal dos Fiéis, não reivindica e nem intenta demanda a respeito do dízimo, – este sacrifício inútil – nem para Seu sustento próprio, nem para Sua causa. Em nenhum ponto da história sagrada da vida de Jesus Cristo, encontramos apoio para afirmar o contrário, ou seja, a favor do dízimo. Aliás Se submeteu às Suas próprias criaturas, sofreu toda espécie de afrontas e morreu em uma cruz, como um homem materialmente pobre.

A única vez em que Jesus referiu-se ao dízimo foi um pouco antes do véu do templo rasgar-se de cima para baixo, e não se tratava de confirmar norma para os cristãos. Ele falava aos Fariseus, repreendendo-os impetuosamente, por se esconderem atrás das mascaras da legalismo e do formalismo das cerimônias. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o décimo da hortelã, e do endro, e do cominho, mas desconsiderastes os assuntos mais importantes da Lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Estas eram as coisas obrigatórias a fazer, sem, contudo, desconsiderar as outras” ( Mt 23:23 TNMES). “O Novo Testamento não prescreve claramente o dízimo para os crentes (Mt 23:23 se dirige aos fariseus), mas deixa claro o fato de que alegria deve estar no coração do contribuinte. Os cristãos, conforme Atos, não davam o dízimo: davam tudo” (FILHO, 1988, p112).

Jesus ensinava aos fariseus e escribas a distância que eles estavam das virtudes cristãs, iludidos pela escravizaste obrigação de pagar o dízimo. O dizimar não podia mascarar a beleza da justiça, da misericórdia e da fidelidade. Estas últimas Jesus exige, aquela não (dar o dízimo). Na escala de valores de Jesus, a justiça, a misericórdia e a fidelidade ocupam os primeiros lugares. Então se pagar o dízimo em dia serve como prova de fidelidade, por que Jesus cobrou fidelidade dos bons dizimistas (Fariseus)? E atente para o versículo 28 de São Mateus 23 que diz: que a prática dos fariseus era para agradar a homens e esconder pecados, em outras palavras, o dízimo não agrada mais a Deus, Ele não precisa de Dinheiro, mas sim de homem desprendido e abnegado. Nada nos convence (nós iluminados) que uma taxa estimada em 10% deva continuar embaraçando os pés e servindo de obstáculo ao verdadeiro cristão e até bloqueando seu avanço espiritual, impedindo-lhe de prestar um serviço cada vez mais honroso a Deus. “Visto que temos uma multidão tão grande de homens de fé observando-nos da tribuna principal, afastemos de nós qualquer coisa que nos torna vagarosos ou nos atrasa, e especialmente aqueles pecados que se enroscam tão fortemente em nossos pés e nos derrubam; e corramos com perseverança a carreira especial que Deus pôs diante de nós. Mantenham o olhar firme em Jesus, nosso Líder e Orientador” (Hb 12:1-2 NTV).

III.1-Jesus Cristo Tratou os Fiéis Dizimistas como A Igreja Trata, Hoje, os Infiéis a ela?

Quando se impõe a alguém que honre a Deus com os seus bens materiais, esse alguém é tentado em seus limites a comprar, inconscientemente ou não, sua própria salvação (como se fosse possível). É automático esperar méritos, por parte de quem faz tamanho sacrifício, como resultado de seu grande investimento. Assim, coloca Deus na obrigação de lhe favorecer, por sua pseudogenerosidade, com prosperidade. Reflita na seguinte pergunta: O pobre que dar pouco tem pouca honra? Jesus já respondeu ao elogiar o exemplo da viúva pobre. E estaria Jesus mais interessado nos dizimistas opulentos da atualidade do que na viúva pobre que, com duas moedinhas, contribuiu para fortalecer a igreja que foi um empecilho para a divulgação positiva do Seu Evangelho? Certamente o que Jesus exaltou na viúva pobre foi o mesmo que exaltou nas crianças ingênuas e inocentes: um atributo interno e nunca um ato externo – fragilidade, insignificância social, dependência, e enfim, humildade. Porque o Reino de Deus é regido por valores e préstimos que não correspondem a apreciação deste mundo. Cristo salva indivíduos e não denominações. “A verdade é que Deus toma em consideração apenas o indivíduo. A igreja é a menina do Seus olhos somente porque ela consiste de uma comunhão de seres individuais” (RITTENHOUSE, 1984. p220).

Há quem diga que dar o dízimo é dar a própria vida, tomando, assim, o dinheiro como representação da vida. Partindo desse pressuposto o indivíduo é seduzido a deixar de doar realmente a vida para dar o dízimo, pois é mais fácil. Imagine quão fácil é para quem ganha muito dinheiro facilmente, dar uma boa quantia ao invés de sair para o trabalho missionário de campo! Assim o homem se coloca como o seu próprio salvador. Jesus gostaria muito de salvar o “Jovem rico”, mas ele já tinha seu salvador. O Mestre quis deixar bem claro como era ineficaz o salvador dele, quando o recomendou que vendesse seus bens e doasse tudo aos pobres e partisse para o trabalho com Ele. É curioso por que Jesus não o mandou doar o seu dinheiro à sua igreja! Seria porque o benefício não chegaria aos pobres! Ou, talvez para o Mestre, o ideal seria a prática descentralizada! Bem, uma coisa sabemos, havia algo de errado com o sistema farisaico, se assim não fora, Jesus teria fortalecido os cofres das igrejas daquela comunidade. Talvez fosse como vemos no atual sistema religioso, em cada esquina existe uma igreja bonita, nela há pastores gordos e roliços, e o mundo, ao lado, esvaindo em miséria de toda natureza! Agora temos certeza que Jesus, nesse incidente do “Jovem rico”, estava propondo a descentralização econômica, porém até hoje não sabemos ao certo porque perdura a prática de centralização dos valores monetários da comunidade nas igrejas para benefício dos atravessadores que negociam com Deus a “salvação” e a honra dos seus fiéis. É espantoso como eles dirigem suas modernas igrejas na disputa para mostrar que se sai melhor na prática de arrecadação! Até os apóstolos se envergonhariam se lessem um texto opressor como este que se encontra no manual da igreja adventista do sétimo dia! “Os obreiros da Associação ou Missão e os anciãos e outros oficiais da igreja, bem como os diretores das instituições, devem reconhecer que é princípio de boa direção na obra de Deus, que se dê um bom exemplo deste assunto da entrega do dízimo. Ninguém que se não conforme com esta norma da igreja deve ser mantido no seu cargo, seja como oficial da igreja local ou obreiro da organização”1 (BUTLER & CONRADO, 1981, p165). Mais adiante, nas páginas 200 e 201 do mesmo manual citado acima, confirmamos a mesma aberração com a sagacidade do Lúcifer. Diz: “Nunca deve um membro ser eliminado do rol da igreja por motivo de sua incapacidade2 de prestar auxílio financeiro a qualquer dos empreendimentos da igreja, ou por haver deixado de fazê-lo. /.../, mas nunca deve ser privado de sua condição de membro simplesmente por não poder3 prestar auxílio financeiro a

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1 Grifo nosso

2 Grifo nosso

3 Grifo nosso

qualquer das causas da igreja, ou por não fazê-lo”. Ora, na condição de membro, como um ser humano poderá deixar de dar o dízimo se está preso pelo o voto batismal, no qual, prometeu solenemente sustentar a igreja com seus dízimos e ofertas! Se simplesmente deixar de fazê-lo, automaticamente será excluído, discriminado e qualificado de “ladrão de Deus”. É digno de nota que lá não fala por quanto tempo seria considerando a incapacidade do membro, mas está bem presumível. Entenda, quando alguém “não pode” esse alguém é escravo de uma circunstância, logo, não está neste estado porque opinou, então fica valendo o “efeito suspensivo”, até que saindo do espeto caia na brasa. “Uma religião que condena seus membros a um perpétuo sentimento de culpa é uma religião fútil4 ” (HEPPENSTALL, 1976, P192).

III.2-Como e Por que o Apóstolo Paulo Evitava a Aparência do Mal?

Todo bom cristão deve perguntar a si mesmo: Que qualidade de inspiração estou fazendo vir à mente daqueles com quem me comunico? “Todos nós, quer o percebamos quer não, lançamos sombras — isto é, exercemos influência sobre os outros. Segundo declara o apóstolo Paulo, ‘nenhum de nós vive para si mesmo’ (Rm. 14:7). Isso não pode ser evitado. Mas podemos determinar que espécie de sombra será lançada por nós” (MANSELL, 1982, P205).

Tudo que tem a aparência do mal é compreendido a princípio como mal e, sendo assim, desenvolverá resistência, porque ninguém o quer, insolentemente, até que se prove que isto ou aquilo é bem, leva muito tempo. Poderá ser tarde demais! Foi no mesmo raciocínio que o Apóstolo Paulo falou do considerado direito de pregador, como uma coisa lícita, ganhar o seu sustento do Evangelho, e não o fazia. Com certeza porque lhe parecia mal e também, ele estava lembrando-se do que já havia dito muitas vezes: “todas as cousas me são lícitas, mas nem todas convêm. /.../” (I Co 6:12 BA). Ele falou desse direito ao sustento do pregador como se tratasse de uma gratificação voluntária, de um presente, porém nunca como um direito adquirido por legislação trabalhista. Se não ele mesmo estaria deixando um mau exemplo, quando se recusou receber pagamento. “/.../ Nunca exigimos pagamento de qualquer espécie temendo que, se o fizéssemos, vocês pudessem ficar menos interessados na nossa mensagem da parte de Cristo para vocês” (I Co 9:12 BV). Não deveriam os pastores e/ou pregadores do Evangelho terem a mesma preocupação? Esse honesto homem de Deus se recusou a explorar os seus irmãos! Aliás, é bem claro em todos os escritos de Paulo que seu sustento era tirado da sua profissão, ele que era um exímio fazedor de tendas, e não pregador profissional. “E em razão de serem da mesma profissão, ficou no lar deles, e trabalhavam, pois eram fabricantes de tendas por profissão”(At 18:3 TNMES). Então levar as boas novas do Evangelho sempre foi e será uma missão cristã, nunca uma profissão. “Paulo, como os rabinos, fez questão de não lucrar materialmente do seu ensino”1 . “Anunciar o evangelho não é título de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!” (I Co 9:16 BJ). Como

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1 Rodapé da Bíblia Vida Nova, comentando At. 18:3.

estratégia de trabalho, Deus antes mesmo de apresentar Seus escolhidos para o trabalho de profeta, ou apóstolo, ou evangelista, ou pastore ou instrutore ( Ef 4:11 TNMES), Ele os chamou para diversas ocupações paralelas: Amós era boiadeiro, Sofonias era um príncipe etc. “Isaías, como outros escritores bíblicos, era poeta, e muito do seu livro tem forma poética. Deus tem dado dons e talentos a cada pessoa, e se Lho permitirmos Ele usará esses dons e talentos para ajudar outros a encontrar o caminho da salvação” (HILLS, 1982, p205). Em muitos casos não sabemos qual era o trabalho do profeta ou evangelista, além de sua Vocação Sagrada, mas sabemos com toda segurança que eles não recebiam salário para ministrar a Palavra de Deus, Ele não chama desocupado. Até porque, falar de Deus não era, não é e nunca deverá ser uma “profissão” reconhecida por lei, porque evangelizar é uma compulsão Divina; obrigação de todos os fiéis servos do Pai Universal. Nossa profissão ou ocupação secular é um trampolim para a realização do trabalho missionário. Tudo o que fazemos torna-se, deste modo, um instrumento e uma expressão de nosso chamado para adorar a Deus, amar nosso próximo e fazer avançar a abra do Senhor em todo mundo. Cada crente que atende ao chamado seriamente torna-se um obreiro de Deus, seja qual for sua ocupação secular. “Paulo temia que se vivesse da pregação do evangelho, poderiam supor que tivesse motivos egoístas para fazê-lo. /.../ Não queria dar a pessoa alguma um pretexto para desabonar a obra do evangelho imputando motivos de egoísmo aos que pregavam a Palavra./.../ Como poderia conduzir as pessoas a Cristo, se extorquisse delas tudo que pudesse? Paulo decidiu que não daria a esses cambistas perspicazes, críticos e inescrupulosos o ensejo de suporem que os servos de Deus estavam trabalhando tão astutamente e seguindo métodos tão desonestos1 como eles”(WHITE, 1980, p212).

Agora perguntamos: Receber dízimos para pagar o salário dos pastores, anciãos, diáconos e obreiros em geral parece “método tão desonesto” ou não? “O trabalho religioso não configura um contrato de emprego. Tal se dá porque o trabalho religioso não é considerado profissional, no sentido técnico do termo. Os seus propósitos são ideais, o

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1 Grifo nosso

exercício de uma vocação1 . O fim a que se destina é de ordem espiritual e não profissional. A atividade religiosa é desenvolvida desinteressadamente e não como meio de obtenção de utilidades econômicas. Paul Durand salienta que o trabalho dos religiosos para suas ordens não visa a obtenção de um salário. ‘A retribuição que se paga não constitui salário, mas pagamento de um serviço, comumente prestado por quem comparte iguais sentimentos religiosos2 que o sacerdote ou a congregação que remunera as atividades’. Dispõe o acórdão que ‘as normas que disciplinam as relações entre o Pastor, o templo e seus fiéis têm sua fonte de inspiração no Poder Espiritual /.../ Confundir espórtulas com salários, contraprestação de serviço, importa em deformação da crença religiosa, em farsa de princípios, no reconhecimento de trabalho mercenário’”3 (NASCIMENTO, 1992, pp336-337).

2Grifo nosso

3Grifo nosso

Hoje acontece tudo ao contrário, os “pastores” dedicam tempo integral, com qualidade ou não, e exigem um teto

salarial para um sustento VIP( Very Important Person). Esses terminam trabalhando para ganhar adeptos para si mesmos porque quanto mais é melhor.

Jesus falou do sustento daqueles que saem para pregar. Na recomendação dEle, não é para levar sacola. Por conseguinte fica claro que não é para acumular riqueza material às custas do Evangelho. A ambição é um tropeço para aqueles que militam na causa de Deus. O exemplo está no caso dos doze: “Não levem mala com roupas e calçados, nem bordão; pois aqueles que vocês ajudarem devem alimentar e cuidar de vocês” (Mt 10:10 BV). Temos a profunda impressão de que Jesus os enviou não para construir novas igrejas ou incrementá-las, mas para alicerçar e estabelecer lares sólidos. Confirmamos também com o exemplo dos setenta: “Não levem dinheiro nenhum, nem sacola, nem mesmo um par de calçados a mais. E não percam tempo pelo caminho” (Lc 10:4 BV). Ninguém pode fazer da obra de Deus, ou seja, a pregação do Evangelho um cabide de “empregos”. Nada mais gera desordem e perturbação do que está empregado num lugar instável, para vender o que deve ser oferecido gratuitamente.

Capítulo IV

A Empresa da Fé Ridicularizando o Dom da Pregação

Por que aderir e apoiar com doações um sistema empresarial em todos os seus moldes de uma firma com fim lucrativo, como o é a igreja institucional e secularizada dos nossos dias? Fazem exame de seleção para empregar seus obreiros. Estes são “sindicalizados”, tiram férias, aposentam por tempo de serviço e ganham um salário executivo. Estúpida mordomia! Por falar em concurso, como desclassificar alguém que quer se empenhar na obra da pregação? Pois muitos, porém, foram desclassificados oficialmente porque esses não tiveram a proteção de parentes, amigos e outros poderosos departamentais que já estão dentro da organização! Pelo contrário a própria natureza do Evangelho pressupõe a pregação criativa e personalizada sem vínculo formal a qualquer entidade empregatícia. Os anjos são voluntários e assim se fizeram, e todos que nascerem no Reino de Deus nascerão com a obrigação sublime de ser voluntário para testemunhar as Boas Novas de Salvação. Não há quem possa impedir, visto que o conteúdo importa mais que a forma, qualquer um está devidamente habilitado para fazer um bom trabalho missionário. Quantos servos de Deus, simples e humildes que sejam, têm impressionado o mundo com o poder da Palavra!

IV.1-Comete Pecado Quem não Paga Dízimos?

Não, pecado seria continuar pagando em prejuízo ou com dano no trabalho individual! Agora chegamos à essência da visão evangélica de Paulo, quanto ao mercado da Palavra, ele previa que cobrar o dízimo era um tropeço para o Evangelho, por isso não o fez. Atualmente imaginemos um “crente” dirigindo-se aos apóstolos, seus pastores, para entregar o seu dinheiro, e eles dissessem ao “crente”: não vamos recebê-lo porque “nunca exigimos pagamento de qualquer espécie /.../” (I Co 9:12 BV). O “crente” estaria pecando por voltar para casa com o seu dinheiro? Se fosse pecado o apóstolo Paulo não deixava de maneira nenhuma de recebê-lo, para não incentivá-lo à inadimplência. E veja que este comportamento "antimissionário" não era exclusivo de Paulo, mas dos outros apóstolos também. Prova é que no verso citado, imediatamente acima, os verbos estão flexionados na primeira pessoa do plural: usamos, atendemos, exigimos, fizéssemos; todos conheciam bem os resultados morais na vida dos dizimistas farisaicos: “...pareceis por fora justos aos homens,...”(Mt 23:28 TNMES). Esse é o grande retorno esperado da sistemática do dizimar: a ostentação!

IV.2-Como valorizar o ministério individual?

Somos verdadeiros mordomos de Deus, e Ele autorizou Seus mordomos a administrarem pessoalmente Seus bens, para usufruir de uma real experiência direta e particular com seus semelhantes. “Aquele que experimenta o poder salvador de Deus deve participar da vida dos que o cercam, tomando sobre si as necessidades e encargos daqueles que não conhecem a Cristo” (HEPPENSTALL, 1976, p133).

Jesus mesmo disse que, quando atendemos as necessidades do nosso próximo humilde, quer seja espiritual ou material, Ele conta com essa ação como se estivéssemos fazendo à Sua própria pessoa. “... O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25:34-40 BNV).

IV.3-Qual Deve Ser Nosso Envolvimento com a Tesouraria da Igreja Local?

É pecado confiar parte do que temos à tesouraria de qualquer igreja local para viabilizar um projeto conhecido de ajuda ao pobre de sua vizinhança? Digamos que não, se esta contribuição for usada como Deus deseja ou se os carentes congregados estão vendo “mantimento”, ou ainda se qualquer doador faria o que está sendo feito sem qualquer peso de consciência. Mas, sobretudo, não podemos transferir a nossa responsabilidade cristã para a tesouraria ou para o tesoureiro responsável. Digo melhor a você que quanto a sua responsabilidade de dar e direcionar os tesouros a você confiados, não pode ser cobrada do tesoureiro de sua igreja.

Daria você, caro leitor, esmola em dinheiro a um pedinte viciado, sabendo que ele usará a doação em troca de bebida alcoólica ou outras drogas etc.? O apóstolo Paulo nos adverte a respeito dessa situação, dizendo, na Carta aos Romanos, que não só quem faz o mal peca, como também quem aplaude ou propicia o meio para tal. Esse é um grande pecado: de estar conivente com o mau. “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais cousas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1:32 BVN). Muitos membros da igreja estão fazendo exatamente isso, e, cometendo tão grande pecado! É incrível como pessoas “inteligentes” continuam levando seus dízimos e ofertas, cevando seus pastores e ainda dizem: “fiz a minha parte se eles fazem mau uso, se verão com Deus!” E ainda encontram respaldo em livro cujo autor, de dupla personalidade, digo isso, considerando outras citações de apoio contrário já utilizadas neste trabalho de pesquisa, incentiva ao mesmo erro da conivência irresponsável: “Não é nossa responsabilidade, a menos que tenhamos sido encarregados de cuidar dos fundos da casa do Senhor, julgar e decidir se esse fundos estão sendo usados de modo apropriado ou não” (VENDEN, 1981, p292).

Esses “crentes” inconsequentes estão se omitindo da responsabilidade individual de administrar seus próprios talentos, tesouros e seu tempo. Deus lhes autorizou para essa tarefa quando os chamou de “servo”: a cada um dos conversos ao Reino de Deus. Na parábola dos talentos, Deus também ensina fidelidade individual. “Disse-lhe o Senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu Senhor!’” (Mt 25:21 BJ).

“Dar dinheiro à igreja como substituto do cuidado pelo povo, é negação daquilo que significa ser cristão. /.../. O dinheiro que temos, a habilidade que temos, a experiência cristã que temos, jamais devem ser um escape de qualquer situação humana, mas deve representar real amor e compaixão por outrem” (HAPPENSTALL, 1976, p133). Agora é oportuno perguntarmos mais uma vez: Cristo, nosso grande exemplo, fez papel de omisso, jogando Suas responsabilidades nos tesoureiros do templo ou em qualquer outra pessoa? É claro que não, Cristo não pecou e a omissão é pecado. “Lembrem-se também de que, saber o que deve ser feito e não fazer, é pecado” (Tg 4:17 BV).

Portanto, com a mesma alegria e liberdade para decidir quanto você vai dar, também, deve decidir quando, onde e como dar. Isto é uma responsabilidade inteiramente sua e prova da fidelidade individual, todavia muitos vão perder a Vida eterna por jogar a sua responsabilidade para outros. “Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14:12 BSV).

Deus é o dono de tudo! “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam” (Sl 24:1 BRT). Ele confia tudo a Seus mordomos. Se Deus confiou ao homem simples a responsabilidade de pregar diretamente a outras pessoas Sua Palavra, também lhe confiou automaticamente o emprego dos meios para viabilizar o trabalho missionário, quer seja tesouros (dinheiro), talentos (habilidade), tempo (quanta dedicação) e templo(esforço corporal). Sendo o conteúdo, dizemos melhor, a Palavra mais importante do que os meios, o simples indivíduo, uma vez proibido pela igreja de empregar seus “dízimos” no que possa considerar como obra do Senhor, como ele acha que facilita a sua pregação, automaticamente esta igreja está impossibilitando-o à evangelização! A igreja passa a ser um tropeço. “A comissão do Salvador aos discípulos incluía todos os crentes. Abrange todos os crestes em Cristo até ao fim dos séculos. É um erro fatal supor que a obra de salvar almas depende apenas do ministro ordenado. Todos a quem veio a celestial inspiração, são depositários do evangelho. Todos quantos recebem a vida de Cristo são mandados trabalhar pela salvação de seus semelhantes. Para essa obra foi estabelecida a igreja, e todos quantos tomam sobre si os seus sagrados votos, comprometem-se, assim a ser coobreiros de Cristo”(WHITE, s/data, p611). Visto que a evangelização não está só na responsabilidade do pastor da igreja, até porque, também, a capacidade não está só nele, isso é claramente reconhecido. Então seria irônico demais só o pastor ter seu salário, e os irmãos pagarem para trabalhar! Como a ação missionária cabe a todo o povo de Deus, nesse caso, cada irmão, por mais simples que seja, tem autonomia do espírito Santo para ministrar a Palavra de Deus em qualquer local e empregar o "dinheiro de Deus" e todos os meios que estão ao seu alcance para cumprir bem a sua obrigação cristã.

Quando Jesus Cristo ordenou os Seus discípulos: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28:19 BJ), será que Ele estava sugerindo a construção de uma Associação formal, ONG (Organização não-governamental) ou melhor, uma grande empresa com presidentes e tesoureiros e tudo o mais, para vender a Sua Graça? O que O Juiz dirá à cada mordomo do Senhor naquele grande dia? Certamente todo indivíduo prestará conta de cada centavo que deveria ser empregado na pregação do Evangelho, mas foi enterrado infrutiferamente na tesouraria da igreja e nos bolsos de “profissionais” da religião, donos de avolumado status social e rede de televisão. Com toda segurança, esses desavisados ou mal- avisados, serão condenados, como o escravo “mau e preguiçoso”, da parábola dos talentos, foi. “/.../. Quanto ao servo inútil, lançai-o lá fora nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!” (Mt 25:25.30 BJ).