O orvalho de Hermon - Maçonaria

Lêem sempre o salmo 133, na abertura dos trabalhos da Loja de Aprendiz em momento místico de vibrações mágicas onde todos os símbolos no Templo se espiritualizam formando a conhecida Cadeia de União, na tradição dos mistérios ocultos da Maçonaria.

Salmo ligado ao amor fraterno encontrado e cultivado pelo Aprendiz. Compara o salmista com o amor fraterno com o óleo precioso e o orvalho do Hermon. Para o óleo precioso logo encontramos a explicação.

Ungia-o a mão dos sacerdotes, prática essa preservada até nossos dias no catolicismo. Quanto ao orvalho de Hermon, tem a Maçonaria suas deduções, ao comparar ele à pureza do amor fraternal.

Na Palestina, onde raramente chove, o orvalho é recebido sempre como grande dádiva porque mantém a vida de muitas plantas. Quando não se verifica a existência do orvalho nas regiões secas e áridas, por tradição o povo palestino considera a situação como sendo de calamidade pública.

Por isso mesmo nas Sagradas Escrituras, sempre no Velho Testamento, o orvalho é mencionado algumas vezes como símbolo da fertilidade e de riqueza. Assim já vemos no primeiro Livro de Gênesis, na benção de Isac a seu filho Jacó os seguintes dizeres: “Deus dá o orvalho do céu e a gordura da terra”.

Na benção das tribos, retratada no Deuteronimo, Moisés disse a José: “Sua terra é abençoada pelo Senhor com os dons do Céu e do orvalho”. No livro de Isaías, para revelar a misericórdia e a vontade de Deus, também se referia o Escritor Sagrado ao orvalho assim dizendo: “Eu olho com serenidade do lugar onde me encontro como a nuvem que dá o orvalho durante o calor”. O monte é Místico e o Orvalho Sagrado!

Entretanto, a passagem mais marcante do símbolo do orvalho, é aquele do salmo 133, quando diz o salmista que a fraternidade e a união entre os Irmãos é tão boa quanto o orvalho do Hermon que desce sobre os montes de Siao, porque ali o Senhor ordena sua benção e a vida para sempre.

Hernmon é a mais alta montanha do norte da Palestina. Em razão de sua altitude, seu cume raramente se apresenta sem neve. Essa neve, derretendo, corre sobre as encostas formando mananciais que se dirigem ao Rio Jordão. Da evaporação dos mananciais, forma-se o orvalho que dá vida à vegetação rasteira, uma das maravilhas do povo palestino. Esse mesmo orvalho é conduzido pelos ventos até os Montes de Sião e cai sobre Jerusalém como benção divina, permitindo a umidade na região seca.

Portanto, em razão de seu aspecto majestoso, é útil à vida. O orvalho do Hermon passou a ser considerado como orvalho sagrado do povo hebreu.

O orvalho é sagrado e o monte é místico. Grande parte dos palestinos acredita que a transfiguração de Cristo se deu no monte Hermon e não no Tambor. Porque, como narra o Evangelho, ao transfigurar suas vestes se tornaram brancas como a neve. Evidentemente, o evangelista compara como a neve existente no pico do monte Hermon, pois o Tabor não tem tal propriedade.

Daí a importância do Hermon e de seu orvalho. E a Maçonaria compara o amor fraterno com esse próprio orvalho. A fraternidade que é a meta do desempenho do Aprendiz é lembrada na abertura do Livro Sagrado, quando o misticismo envolve os símbolos materiais, que são cultuados coletivamente pela Maçonaria visando o aperfeiçoamento social e familiar com a eficiência do amor fraterno.

Esse amor é igualado à benção com o óleo precioso, é comparado com o orvalho do Hermon que desce sobre os Montes de Sião, porque ali o Senhor ordena sua benção e a vida para sempre.

José Pedroso

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 27/06/2009
Reeditado em 09/07/2023
Código do texto: T1669530
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