SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA
( 13 a 20/08 )




Artigo


Mensagem de D. Filippo Santoro
pela Semana Nacional da Família


'' Família, fonte de vida e construtora da paz ''
Dom Filippo Santoro
Bispo de Petrópolis



Este é o lema da Semana Nacional da Família que a Igreja Católica no Brasil vai celebrar do dia 13 a 19 de agosto.
O lema nos leva a uma reflexão sobre a importância da família tanto no aspecto espiritual e da formação do ser humano, quanto construtora de uma sociedade justa e solidária.

Nos vários momentos em que teve a oportunidade de falar sobre a família, o saudoso Papa João Paulo II afirmou: “A família é base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida". Já o Papa Bento XVI ao chegar em Valência, Espanha, no dia 9 de julho para o Encontro Mundial das Famílias, afirmou que “Esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus, e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.

As duas afirmações, ditas em momentos distintos, completam o pensamento da Igreja, pois a família, desde a sua origem, com a criação do homem e da mulher está nos planos de amor de Deus, por isso, através desta união “se tornam uma só carne” (Gn 2,24). Mas esta união (uma só carne) não acontece por acaso, ela se dá através do Sacramento do Matrimônio, diante de Deus e de uma comunidade, por isso, o homem e a mulher não são apenas duas pessoas vivendo juntas, formam uma família, que se completa com a chegada dos filhos.

Esta união exige compromissos e deveres. Compromisso um com o outro, por isso Jesus afirma “eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mt 19,3). Não podemos conceber que depois do laço matrimonial, homem e mulher queiram viver como se estivessem solteiros, cada um com sua liberdade e com suas vontades, sem olhar para o outro, sem partilhar os momentos e lamentavelmente, alguns casais nem o dinheiro colocam em comum.

A verdadeira família, tendo consciência da responsabilidade assumida com o Sacramento do Matrimônio, vive como se fosse “uma só carne”, partilhando tudo, alegria e tristeza, sonhos e projetos, a educação dos filhos, os recursos financeiros e dedicando-se a serem testemunha de amor e da presença de Deus na sociedade.

A união do homem e da mulher não foi gerada por Deus para que vivam fechados em si mesmo, mas que ajudem na construção de uma sociedade justa e fraterna. O matrimônio é uma vocação. Por isso, o João Paulo II não se cansava de afirmar que a família é à base da sociedade e o local onde se aprende os verdadeiros valores. Infelizmente, por causa de diversos fatores, nos deparamos com muitas famílias desestruturadas, formando seus filhos sobre falsos valores, permitindo que sejam totalmente influenciados pelo meio em que vivem.

Diante deste quadro, tomo as palavras de Bento XVI: “Para progredir nesse caminho de maturidade humana, a Igreja ensina-nos a respeitar e a promover a maravilhosa realidade do matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, que é, além disso, a origem da família. Portanto, reconhecer e ajudar esta instituição é um dos maiores serviços que se possam prestar hoje ao bem comum e ao verdadeiro desenvolvimento dos homens e das sociedades, assim como a melhor garantia para assegurar a dignidade, a igualdade e a verdadeira liberdade da pessoa humana” , para afirmar que não podemos abrir mão da família constituída pela união do homem e da mulher, cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e por isso vem denunciando ao longo dos últimos anos as ideologias que tentam por todos os meios destruir a verdadeira família. Mas, se no dia-a-dia nos deparamos com estas dificuldades, nos alegramos, pois em nossas celebrações temos a alegria de celebrar bodas de prata (25 anos) e de ouro (50 anos) de casais que agradecem e renovam as promessas de amor.

Fonte: Dia-a-Dia – CNBB (11/8/06)