Como melhorar a memória

Existir está indiretamente associado ao trabalho. Mas o que seria de nós sem o trabalho da memória? Sem praticar atividades físicas somos sedentários. Sem memória não teríamos classificação nem atividade de qualquer tipo. Isso para se falar em diferenças. Mas nosso corpo tem muito a contribuir com esta que é uma poupança de dados que dispensa economia. Assim como nossos músculos, a memória precisa de exercícios para ganhar potência.

Essa atividade mental de recordar, utiliza diversas partes do cérebro e, basicamente, pode ser dividida em: memória curta e memória longa. A memória curta vai de segundos a poucos minutos e se destina às ações simples como guardar números de telefone, comparar preços de mercadorias, somar dados de pouca relevância ou mesmo escolher produtos em uma loja.

De fato, estudos apontam que nosso cérebro aprende numa sequência rápida, a média de sete itens por vez. O que explica lembrarmos números telefônicos de até oito dígitos sem grande dificuldade. Mas vale lembrar que cada um é um.

Segundo o Instituto de Desenvolvimento do Potencial Humano, todos nós somos bons de memória em algum aspecto. Guardar números, nomes, fisionomias, lugares, piadas e fantasias são algumas das habilidades que os cientistas acreditam que as pessoas, variavelmente, têm. E isso vale para os dois tipos de memória.

A memória longa é a maior prova de labor da memória. O exercício, de certa forma forçado, que fazemos por repetir nossa função no trabalho ou até mesmo no aprendizado dele, subsidia nosso cérebro de tal maneira que dificilmente esquecemos aquelas ações. É como a história de uma novela; quem assiste com frequência lembra-a todo, ou quase todo dia. E quanto mais capítulos, mais informação tem o (a) leitor (a) ou telespectador (a).

Mas a memória longa tem uma característica interessante. Muitas vezes é preciso fazer um grande esforço para acessá-la. Entretanto, é possível recordar, e isso é um diferencial de qualidade se você imaginar que com todo o esforço do mundo há raros casos de quem se lembre os números de um telefone que tenha lido ou ouvido uma única vez.

Ouvir ou ler pode ser pouco. Se quiser armazenar melhor qualquer informação use todos os sentidos possíveis. Escreva, leia, grave e ouça, assista a vídeos com o conteúdo que precisa e produza resumos seguidos de pausas e recomece o processo.

E mais, repita o que você precisa lembrar com muita emoção. O sistema límbico – que trata de nossas emoções e sexualidade – tem uma forte ligação com nossa memória. Prova é, que certamente haja fatos emocionantes de sua vida que “jamais” se apagarão. Ou não é assim?

O caminho da memória

Há três passos básicos para se armazenar um pensamento e todos dependem da concentração. Da mesma forma, todo pensamento é produto da memória. É o que confirma Iván Isquierdo, professor de Ciências Biomédicas da UFRGS. “Tudo no cérebro funciona através da memória. Caminhamos, falamos e nos comunicamos, porque nos lembramos de fazê-lo”.

A ‘aquisição’ é a primeira etapa do processo. As informações chegam e se você está concentrado, elas passam para a ‘consolidação’. A consolidação é favorecida por: concentração, associação com informações que você já tinha ou associação a um estímulo emocional. Aqui o hipocampo entra em ação sinalizando que aquela informação nova deve ser levada à memória de longo prazo.

O terceiro fator da memorização é a ‘recuperação’. Nesta fase o mesmo padrão de células nervosas usadas para armazenar (ou consolidar) é acionado. Quanto mais você precisa desses dados menos esforço é preciso para lembrar, o que você pode considerar até lógico.

Sua memória agradece

Mas há como melhorar esse processo? Segue uma pequena lista de hábitos recomendada por especialistas:

1 – Exercícios físicos reduzem o risco de doenças vasculares e diabetes, que prejudicam a memória; favorecem os efeitos das substâncias químicas e as células do cérebro e aumentam o oxigênio para o cérebro.

2 – Controlar o stress é uma forma de evitar o cortisol (hormônio do stress), nocivo ao hipocampo. Além disso, é muito difícil se concentrar quando se está estressado.

3 – Bons hábitos de sono favorecem a concentração.

4 – Não fumar é uma maneira de evitar um acidente vascular cerebral e mantém as artérias em boa condição para levar oxigênio ao seu cérebro.

Reforços naturais

Cereais integrais, legumes e frutas são reconhecidamente aliados da memória. Mas alguns elementos são também importantes:

1 – Ômega 3 e ácidos gordos – são encontrados em salmão, atum, cavala, nozes, óleo de noz, linhaça e óleo de linhaça.

2 – Vitaminas do complexo B, sobretudo “B6”, “B12” e ácido fólico – melhores fontes: feijão e outras leguminosas, frutas cítricas, aspargo, brócolis, melão, morango, soja e espinafre.

3 – Antioxidantes como as vitaminas “C” e “E” e beta-caroteno – onde encontrar: nozes e sementes, frutas cítricas, chá verde, fígado, tomate vermelho, batata-doce e espinafre.