Dom Cláudio Hummes e o desafio da igreja católica 

     Tenho escrito alguns textos sobre o grande problema da diminuição de cristãos católicos. Gostaria mais uma vez de entrar neste tema haja vista o convite feito pelo papa Bento XVI à D. Cláudio Hummes, cardeal e arcebispo da cidade de São Paulo. 

     Quero colocar entre outros, três fatores importantíssimos ao meu ver que tem causado esta diminuição de fieis católicos e a migração para outras entidades cristãs. 

     1. A falta de prioridade aos sacramentos e fundamentos evangélicos

     2. A distancia entre igreja instituição e lideranças leigas aos cristãos que vivem as dificuldades cotidianamente, drogas, doenças, adultério, etc. 

     3. O envolvimento político partidário

     Penso que o ponto inicial deste tema passa pela igreja católica assumir que a grande maioria dos que se dizem ser católicos são apenas de batismo, ou diria, são de tradição, isto é, são católicos de carteirinha, mas que vivem sobre a margem de sua doutrina. A grande maioria são cristãos católicos pagãos. Isto se deve ao relativismo, que parte do clero se dá ao evangelho e sobre tudo aos sacramentos. 

     A igreja deve e precisa ser contemporânea, isto é, falar a linguagem da atualidade, porem, isto necessariamente não significa colocar em segundo plano fundamentos importantes para a pratica do cristão como os sacramentos e outros anúncios transmitido por Jesus, mantido pelo Magistério da igreja como pontos essências para a pratica espiritual. Jesus é atual, e seus ensinamentos não são ultrapassados, sendo assim, precisam ser sempre colocados em primeiro plano, se assim ela quiser ser a guardiã deste tesouro. Este penso ser um ponto essencial de reflexão da igreja. 

     Outro ponto também que sem duvida leva as pessoas a não viverem a pratica de sua fé, causando o afastamento da igreja católica e freqüentar outras denominações cristãs está na ausência da igreja à carência emocionais da sociedade. A ausência da igreja no momento de dificuldade do cristão. Muito embora, vemos a igreja envolvidas nos movimentos sociais, se vê que esta presença se dá mais no sentido coletivo, porem mantendo distante do homem particular que sofre. É comum, ouvirmos das pessoas que passam por tribulações encontrarem apoio espiritual em cristãos que não são católicos, abrindo uma grande lacuna entre a igreja instituição e a ovelha desgarrada ou sofredora. Certamente, isto somente poderá ocorrer num trabalho de maior formação do clero e também das lideranças leigas. 

     Outro fato importante também para a reflexão da igreja está na sua atuação como evangelizadora, esta é sua verdadeira missão. A igreja não deve fazer política partidária apoiando de maneira explicitas determinadas pessoas a cargos eletivos – ainda bem, que ela fez um exame de meia culpa, e este ano se manteve na descrição quanto assumir ideologias partidárias. Infelizmente é comum vermos igreja tomando partidos ideológicos. A igreja não pode ser ingênua; a sabedoria do evangelho deve levá-la a entender que ela também pode ser usada pelos políticos, se corrompendo no dando que se recebe se tornando escrava do político. O político conhece a força da igreja e a busca como cabo eleitoral. 

     A política que deve ser exercida pela igreja é a política feita por Jesus, denunciando a injustiça, promovendo o crescimento espiritual do homem, para que estando no poder sua atuação seja segundo os princípios evangélicos. A sociedade é feita de homens e, ela (sociedade) somente será melhor quando o homem for melhor e aqui cabe o papel da igreja fomentar o crescimento interior do homem pela força do evangelho.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 03/11/2006
Reeditado em 03/11/2006
Código do texto: T281083