A LÍBIA QUE EXPLODA...

No mapa da África a Líbia é como um recorte em forma de U; à frente está o Mediterrâneo e cercando às áreas de terra está à Tunísia, Argélia, Niger, Chade, Sudão e Egito. A frente do Mediterrâneo está Grécia e Itália e mais um pouco para o lado, a Turquia. Uma zona de exclusão aérea é determinada pela ONU a fim de garantir, em tese, a integridade de um povo, para que civis possam sair sem as tensões em uma área de guerra. Nesta zona não se pode haver movimentação militar de artilharia, para que outras nações, por determinação da ONU, consigam supervisionar as questões de direitos humanos.

Isso já ocorreu antes no Iraque após a Guerra do Golfo e durou entre 1991 até 2003. Oficialmente os aviões militares dos Estados Unidos e Grã Bretanha faziam constantes patrulhas neste perímetro sob alegação de proteção às minorias étnicas como curdos e xiitas. No Iraque apenas o meio do mapa ficou livre das patrulhas da ONU; uma faixa no Norte e outra no Sul eram consideradas como eliminadas do domínio do ditador Saddam Hussein até o dia de sua derrocada do Poder.

O que propuseram na ONU e foi aprovado para a Líbia é praticamente o mesmo que no Iraque; isto é, sem os votos de alguns membros, dentre eles o Brasil que se absteve. A justificativa brasileira é “o Brasil não está convencido de que o uso da força levará ao objetivo primordial de defesa ao povo líbio”, declarou a Maria Luiza Ribeiro Viotti, nas Nações Unidas. A representante de Dilma Rousseff acredita que Kadafi não está cometendo nenhuma atrocidade ao povo líbio e que uma medida deste porte por parte da ONU é uso desproporcional de força.

Eu gostaria que a Embaixadora Maria Luiza Viotti e a própria Presidenta Dilma Rousseff fosse ficar uma semana em Benghazi e nas outras cidades sitiadas pelas forçar letais de Muammar Kadafi; como elas não têm coragem e precisam mostrar ao mundo que o Brasil apóia os tiranos e os déspotas, agiram desta forma na ONU.

O mundo inteiro estava ligado nas ações da Revolução de Jasmim, no qual o povo árabe começou pela Tunísia a dizer “NÃO” aos regimes mais tiranos do Oriente; depois veio o advento lastimoso que matou milhares de japoneses e a bola da vez se chama tsunami e ameaça atômica da usina nuclear japonesa. Os países que fizeram crescer os movimentos insurgentes contra a tirania passaram do olho do furacão à margem plebéia; enquanto isso, fazendo-se valer da memória curta, Kadafi mandou bala em todo mundo e não poupou esforços para dizimar quem quer que se rotule contrário ao seu regime.

No dia em que mais de 500 pessoas morreram na Líbia através de uma ação nefasta de Kadafi, nem os telejornais daqui noticiaram, porque as cenas de morte japonesa eram mais lucrativas. A grande diferença entre noticiar uma morte na Líbia e outra no Japão é que nós brasileiros temos mais laços afetivos com os nipônicos do que com os líbios e desta forma, vende-se mais propaganda quando se mostra a miséria natural japonesa, do que simplesmente noticiar algo tão pequeno e distante, como o genocídio patrocinado na Líbia!

Depois da aprovação de uma zona de exclusão no país de Kadafi, passados 24 horas da decisão, ainda não ficou determinado em quais áreas serão feitas as varreduras militares de outras nações, muito menos em quais circunstâncias isso vai ocorrer. Do meu ponto de vista, esta decisão da ONU está mais para a célebre frase que diz que “cão que ladra demais não morde”!

Ao que parece, nações como o Brasil querem que o povo líbio exploda; interessante mesmo é manter Kadafi no poder, para que os negócios com o petróleo dele se mantenham em riste para todos que lucrem com isso; pelo menos foi esta a idéia passada pelos que não votaram pela criação de uma zona de exclusão, porque 10 votaram pelo “SIM” e 5 abstiveram do voto; se tivessem mesmo convalidados com a proteção do povo líbio, teriam pelo menos exposto isso!

No Iraque a questão era de havia ou não os locais de fabricação de aparatos bélicos que envolviam materiais químicos de destruição em massa, o que ficou provado anos depois que não; antes disso os Estados Unidos invadiram o Iraque, depuseram Saddam Hussein e depois o encontraram e ajudaram a justiça iraquiana a enforcá-lo. Kadafi não carrega esta acusação de produzir armas químicas, mas está mais do que flagrante que ele manda matar e não esconde isso de ninguém; a demanda é entender que isso viola as Leis internacionais e que por isso ele pode sofrer uma intervenção com estas proporções.

Voltando a questão geográfica, Saddam estava entre o Kuwait, Irã, Turquia, Síria, Jordânia, Arábia Saudita e um trechinho do Golfo Pérsico; o ditador comprou briga com todo mundo e reuniu uma infinidade de inimigos; achava que seu petróleo podia mandar no mundo e um dia ele resolveu invadir o Kuwait, que era amigo do Ocidente e de outros vizinhos importantes; num piscar de olhos Saddam se viu literalmente com a corda no pescoço.

Já Kadafi tem contra si a mesma antipatia que possuía Saddam; os mesmos inimigos e a mesma força comercial que lhe manteve até hoje no trono; tão igualmente a Saddam, Kadafi é um sanguinário sem alma e juízo e do ladinho dele há os mais empolgados amigos do Ocidente e que há anos discordam de seus métodos dramáticos de manutenção no poder. Para Kadafi também se enxergar com uma corda no pescoço, resta muito pouco...

Vai demorar mais um pouco até o Japão voltar a ter controle do próprio país; eu ainda credito que menos tempo restará até que o restante da população líbia não suporte mais as atrocidades de Kadafi e faça justiça com as próprias mãos; Kadafi diz que anistia todo aquele que desistir da insurgência; a ONU abre um mar na Líbia para que todos possam navegar na direção que desejar; pelo menos esta é a tese; resta apenas sabermos se eles ambicionarão o poder ou a liberdade!

Com a criação da zona de exclusão aérea, após terem definido o perímetro, aviões de reconhecimento passarão a sobrevoar a região para operações de patrulhamento, sempre escoltados por artilharia aérea pesada; caso a Líbia intervenha nestas patrulhas os aviões de combate farão ataques de abrigo e restituição; são estes ataques que podem desencadear uma ofensiva mais consistente e deflagrar uma invasão por terra; nos dias de Saddam esta ofensiva se chamou “Raposa do Deserto”.

Acreditavam que o Iraque possuía um forte poder militar, mas em três dias Bagdá já estava dominada e na época, poucas baixas do lado dos aliados dos EUA; o efetivo militar líbio é ainda menor e pelo notável avanço que os insurgentes desorganizados tiveram, não será preciso muito esforço até que Muammar Kadafi esteja deposto, preso e morto; eu chamaria uma possível ação militar contra Kadafi de “Mula Manca”.

Muammar Kadafi hoje declarou que respeita as leis internacionais e se precipitou a informar que autorizou cessar-fogo contra seus opositores, mas as imagens que não param de chegar da Líbia mostra outra coisa completamente diferente e não precisamos nem deduzir quais são!

O ditador líbio de trouxa não tem nada; pode ser louco e tirano, mas ele sabe que sua vida e de sua família inteira está por um triz; tempo a mais é tudo que ele quer agora, afinal de contas, milagres também acontecem e caso este lhe chegue batendo a porta, com certeza o santo responsável é japonês! Como já aconselhava o astrólogo Raul Seixas à Al-Capone, Júlio Cesar, Lampião, Jimi Hendrix e Jesus Cristo; eu digo: - Ei! Muammar Kadafi; larga a Líbia já; usa a chance única e corre pra curtir no mar!

Esta é uma revolução necessária e marcará definitivamente a história deste século; eu permaneço chamando-a de “REVOLUÇÃO DE JASMIM”, pois foi como tudo começou e está se alastrando pelo mundo árabe...

Eu não sou astrólogo e vocês não precisam acreditar em mim; mas eu já conheço esta história do início ao fim...

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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Enviado por CHaMP Brasil em 19/03/2011
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