FÁBRICA DE TECELAGEM JAPY : Um Patrimônio Histórico de Jundiaí

A Fábrica do Japy, situada à Rua Lacerda Franco, Vila Arens, Jundiaí,SP, fundada em 1913 como fábrica de tecidos do Senador Antônio de Lacerda Franco, tendo iniciado suas atividades em 18 de novembro de 1914. Período de construção: início do século XX com um pavimento e uma chaminé. O imóvel foi muito importante para o período de início da industrialização na região de Jundiaí, do Estado e do País. Estudo realizado pela Secretaria Municipal do Planejamento e Meio Ambiente em 2004. A área tem aproximadamente 22 mil metros quadrados.

A referida fábrica, inicialmente começou fazendo sacos de estopa e funcionou na Revolução Industrial brasileira, além de participar também da Revolução Constitucionalista de 32, fazendo uniformes dos soldados paulistas. Entre as personalidades ilustres que ali trabalharam, foi do compositor Adoniran Barbosa, além de empregar quase a metade da mãos obra de Jundiaí, na época de atividade intensa.

O bairro de Vila Arens foi o celeiro da Revolução Industrial do Estado, e de Jundiaí, abrigava diversas indústrias no fim do século XIX e início do século XX, principalmente de tecidos, como a Fábrica São Bento ( já demolida e lamentada por todos), a Fábrica de tecidos Japy, (de todas as indústrias e prédios históricos que restam, é a única que mantém as características originais da época de sua construção) e a Argos S/A ( do grupo JJ. Abdalla Ltda).

Recentemente, houve pedido para o local, onde se localiza a Fábrica Japy, para a construção de um condomínio com quatro torres, deixando apenas a parede da fábrica que fica na Rua Senador Lacerda Franco, Vila Arens. O pedido foi protocolado na Prefeitura Municipal de Jundiaí pela N.R. Empreendimentos e Administração LTDA., em junho/2010 sob o nº.14.729/2010 e pedido de demolição processo nº24.385/2010, aguardando a aprovação.

É inegável a importância histórica, cultural e patrimonial da ex- Fábrica Japy para a cidade, para o Estado e para a União, devido a sua história, sua arquitetura, espaço e sua localização, e deve ser preservada a todo custo.

A Comunidade, quando unida e organizada, tem poder para impedir o que não deseja para seu Bairro, Município, Estado, União e Mundo, basta se mobilizar e cobrar o que almeja aos órgãos públicos.

Seu apoio urgente à preservação integral da Fábrica do Japy e todo seu entorno é vital, para que ela não seja quase que inteiramente demolida.

Texto de Jundiaí, março de 2011.

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Regina Dragiça Kalman – professora de História e Artes, socióloga, pedagoga e escritora