CONTRACULTURA NA EDUCAÇÃO EM MAGÉ

A contracultura mageense, protagonizada pelo poder público local é rigidamente seguida pelas escolas públicas, tanto municipais quanto estaduais. E pasmem, principalmente pelas escolas estaduais, que deveriam ser mais resistentes às influências maléficas dos nossos ocupantes de cargos públicos.

Pasmem de novo... A verdade é que neste caso, nem se faz necessária essa influência hierárquica. Os diretores das escoas estaduais de que dispomos, há muito cristalizaram esse espírito avesso à cultura. Adquiriram o hábito de fechar as portas à comunidade, aos fazedores culturais próximos. Desprezam arte, literatura e cidadania, se vão além das palavras; dos discursos. Quando forçosamente abrem as portas para um evento cultural envolvendo música, letras, dança ou qualquer outra manifestação, invariavelmente é porque são ordenadas pelos órgãos superiores da SEEDUC ou porque as pessoas envolvidas são de alguma fama ou prestígio, o que se configura uma promessa de reconhecimento burocrático, pelas matérias posteriores que sairão em algum órgão de mídia.

Em alguns casos, raros mesmo, há escolas que até toleram projetos de professores mais corajosos, desses que afrontam suas chefias com a realização de alguns momentos culturais internos, sem qualquer apoio dessas chefias. Ao olhar para tais educadores - chefes, não consigo imaginá-los formados por uma instituição de ensino superior; muitas vezes, nem mesmo por uma cadeira do ensino médio.

Ultimamente, ando assombrado com a percepção de que depois do trágico episódio na escola Tasso da Silveira em Realengo, essas escolas que já não abriam mesmo as portas, estão usando a tragédia como endosso para a clausura. Realizam, finalmente, o sonho da livre contracultura; da anticidadania. Estão mais anti-sociais do que nunca e passam esse conceito para seus alunos, arrimados pelo terror.

Lamento. Não creio que a SEEDUC tenha dado ordens expressas para que as escolas sejam esconderijos onde educadores e educandos se ocultam da sociedade enquanto se preparam apenas, e parcamente, para o mercado de trabalho... Não para o mundo, a vida, o novo, a sociedade contemporânea.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 02/05/2011
Código do texto: T2944535
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