ADOÇÃO


É uma maneira legal e definitiva de uma pessoa assumir como filho ou filha uma criança nascida de outra pessoa. É um gesto de profundo amor de dar a essa criança o direito concedido por lei, de viver em uma família e também o direito de herança. É uma responsabilidade social e ética. Adoção é ainda a inclusão de uma criança em uma outra família por questões várias, entre elas a ausência de filhos para os pais e ausência de pais para os filhos. Na primeira situação, a adoção visa dar continuidade à família, na segunda visa suprir uma necessidade do menos favorecido.
Adoção é uma questão social e pessoal, e que no Brasil, ainda está em passos lentos. Cada dia cresce o número de necessitados de adoção, e esta não deveria ser por pena ou dó, mas por amor verdadeiro a essa criança; desejando a ela uma vida melhor.
A visão sobre a adoção precisa ser amadurecida pelas autoridades brasileiras e pelas famílias. Ela ainda é um problema. Há uma burocracia muito grande, preceitos e preconceitos dificultam em muito o aspecto da adoção. Na verdade não deveria ser embaraçado o processo da adoção sob a desculpa de que é preciso proteger a criança. Apesar disso, é preciso que ela seja enfrentada por quem quer adotar. Os casais ao adotarem, não deveriam pensar só no aspecto de fazê-lo em face estarem esgotadas as chances de gerarem filhos, mas, sobretudo tornar possível a uma criança a possibilidade de ter uma vida digna. Muitas atitudes de adoções são valorizadas, em face o desprendimento de fazê-lo. Por outro lado, a família de alguns adotantes não recebem bem a esse comportamento e criam barreiras no relacionamento familiar, apresentam rejeições, porque, infelizmente, não respeitam e nem valorizam a liberdade de quem adota.
O Estatuto da Criança e do Adolescente atribui ao adotado as condições, os direitos, os deveres, proibindo qualquer tipo de discriminação. Aliás, qualquer pessoa ao adotar está obedecendo em primeiro lugar a lei do coração. Creio que sem amor ninguém faz uma adoção. Mesmo existindo outros filhos não há distinção.
S.T.F. autora de livros sobre adoção, e outros exemplos de pessoas, mesmo sem nenhum impedimento de ordem biológica, preferiram ser mães e pais adotivos, antes ou depois de possuírem filhos biológicos. Entretanto, de forma geral, os seres humanos comuns, só buscam a prática da adoção quando as suas possibilidades biológicas se mostram intransponíveis. A nossa atitude não deve ser meramente de adotar uma “criança”, mas de ter um “filho” com todos os direitos normais.
A escritora deste texto tem uma linda e envolvente experiência de adoção, cujo desenrolar foi de alegria e felicidade. Assim, ao escrevermos sobre o assunto o fazemos com propriedade.
Esse filho ou filha adotado/a traz uma herança genética desconhecida, e igualmente é desconhecido o seu potencial, que só o tempo nos permitirá conhecer. Ele traz uma lacuna afetiva e cheia de interrogações: “...quem é você que me adota”?, “Por que me adotou”? “O que devo fazer para corresponder”? Essa lacuna vai sendo preenchida com uma dose de muito amor e que o tempo também responde pela valorização que vai sendo brotada, enriquecendo os relacionamentos.
Dentro do aspecto de herança genética bem como o potencial que essa criança carrega, ela passa ser mais privilegiada ainda mais porquanto ela estará recebendo e aprendendo outras informações e/ou instruções, educação diferente, etc que serão somados ao que ela já tem. É interessante observar isso na vida do adotado ou adotada. É uma riqueza a mais que eles possuem.
A adoção para ser válida precisa estar protegida por critérios legais:

• Adotante precisa ser maior de 21 anos
• Ser mais velho que o adotado
• Ter família estável
• Ter consentimento legal

É importante e devido, o esclarecimento à criança, que ela é um filho adotado, para que não ocorram na fase adulta desajustes e desequilíbrio emocionais. Desde cedo esta realidade precisa ir sendo colocada na cabecinha dela de forma natural e verdadeira, pois toda pessoa tem o direito de conhecer a história de sua vida.
Logo que recebemos SPL, com 10 dias de vida, começamos o processo de comunicação com ela sobre a realidade de que ela era a nossa filha legítima cercada de amor e carinho, porém através da iniciativa de adoção. Ela cresceu consciente deste fato. Hoje é uma linda jovem inteligente, equilibrada e feliz.
A aceitação passa a ser natural e pacífica. Por isso, a adoção, quanto mais cedo melhor, ou quanto mais nova a criança melhor, para que os efeitos psicológicos de adaptação familiar não tragam conseqüências negativas. Se esta revelação não acontece, quando vier a ser descoberto, ocorrerá um verdadeiro transtorno, um clima de desconfiança em relação aos pais e com todos que a circundam. Isso traz também conseqüências para a vida adulta que refletirá no aprendizado escolar, na vida profissional e na constituição da futura família.
Viver uma mentira gera ansiedade, falta de confiança e insegurança à criança e aos pais.
O esclarecimento da adoção ao adotado é de suma importância para que não cresça ignorando o fato, sem contar que no meio familiar, nem todos aceitam plenamente o acontecimento e, sem misericórdia, alguns incrementam nocivamente a idéia causando desequilíbrio nos relacionamentos e insatisfações.
Mulheres, mulheres, famílias e famílias, todas têm o dom de Deus, do amor e todas se doam durante toda sua vida. Será que já fizemos o suficiente? Será que o nosso amor está todo absorvido por um marido e alguns filhos?
Vamos iniciar uma viagem no campo da adoção praticando os verdadeiros valores, o grande amor, e adoção sem barreiras.
Vamos adotar.