A EXPECTATIVA

A expectativa é sempre resultante de algo que se queira fazer, em benefício próprio ou do próximo. E quando esse algo é posto em prática, ficamos expectantes, esperançosos para que a ação pensada possa dar certo. E quando não dar, nos frustramos, nos decepcionamos.

A nossa vida será sempre expectante, porque a força natural das coisas faz com que ela seja renovada todos os dias, mediante os nossos contínuos pensamentos; e cada novo recomeço nos fortalece da esperança, da perseverança, da vontade de realização dos nossos objetivos de vida.

Como somos alunos aprendizes na escola da vida, ainda temos muitas dificuldades de decidirmos o que é melhor no sentido virtuoso, para nós e para o nosso próximo. E então as nossas ações se alternam entre boas e ruins, havendo desse modo um desequilíbrio, uma desarmonia, pela falta de uma sequência linear, motivada por sentimentos virtuosos nos atos desenvolvidos, que venham a beneficiar não só a si, mas também a outrem com quem estejamos envolvidos em laços afetivos fraternos, seja em família, na atividade profissional, nos momentos de lazer, ou nos instantes interativos de amizade.

Assim, o nosso estar no mundo, devido a nossa imperfeição momentânea, vai sendo construído movido pelo desejo individualista de fazermos o que for supostamente melhor para nós, sem nos importarmos se vamos prejudicar o nosso próximo ou não. E nessa ação orgulhosa e egoísta, a nossa expectativa pode até nos favorecer num primeiro momento, mas depois, num segundo momento, com a continuidade dos nossos atos individualistas, a nossa má ação egocêntrica, acabará por produzir um mau efeito em nós mesmos, resultante da expectativa ilusória de querer favorecer só a si, quando poderia estar compartilhando de ações cooperadas visando o bem comum.

Quando alguém se compraz com uma expectativa egoísta, induzido pelo desejo excessivo de satisfazer-se com alguma ação que presume lhe favorecer, precisa esforçar-se para diminuir as impurezas morais acumuladas na consciência aprendiz. E quando alguém se satisfaz com uma expectativa caridosa, o faz sempre sem esforço expectante, mas apenas movido pela vontade espontânea em servir a outrem, já que lhe prevalece na consciência aplicada, as qualidades virtuosas tão salutares ao seu bem-estar, e, ao bem-estar existencial do próximo.

Como seres pensantes, seremos sempre expectantes, porque os nossos pensamentos irão nos induzir à prática de variadas ações de aprendizado existencial, gerando condições para que nos renovemos todos os dias das nossas vidas. E quanto mais nos aplicamos no exercício diário da autorreflexão, do autoconhecimento, da introspecção do nosso interior pensante, vamos nos tornando mais sensíveis, mais conscientes, mais humanitários, possibilitando sermos geradores constantes de bons pensamentos e sentimentos, irradiando boas energias e vibrações, que irão refletir-se no estímulo às ações sociais fraternas de bem-estar coletivo, e não só individual, proporcionando continuamente expectativas recíprocas, mediante as ações solidárias amorosas e bondosas, não só a si, mas ao próximo também.

O lado mau da expectativa é quando ela é motivada por sentimentos inferiores, quando a consciência orgulhosa e egoísta, transmite às ações, energias negativas, que irão não só, continuar nutrindo a própria consciência dos males impuros, mas também propagá-los às consciências dos semelhantes que nos cercam, prejudicando a convivência social, tão necessária ao aprendizado de aprimoramento moral.

E o lado bom da expectativa, é quando ela é motivada por sentimentos superiores, quando a consciência humilde e caridosa, transmite às ações, energias positivas, que irão não só, continuar nutrindo a própria consciência dos bens puros, mas também irradiá-los e semeá-los às consciências dos semelhantes que nos cercam, beneficiando o convívio social com fluidos edificantes, visando a higienização, não só, do nosso interior pensante, mas também do ambiente exterior no qual vivemos, onde outras energias se concentram e precisam serem asseadas, para uma melhor absorção por todos nós, dos seus nutrientes fluídicos revigorantes.

Considerar ou não as expectativas alheias, depende de como as observamos e as entendemos no próximo; e se estas estão sintonizadas ou não com as nossas expectativas. Para quem age em suas ações visando o mal do próximo, a partir do mal que predomina em si, claro que vai considerar e atrair pessoas que vibrem na mesma faixa negativa ou malévola dos propósitos pretendidos. E para quem atua visando o bem do próximo, a partir do bem que prevalece em si, evidente que vai considerar e atrair pessoas que vibrem na mesma faixa positiva ou benévola dos intentos pleiteados. Para quem se afina com o mal, atrai a si, não só, pessoas maldosas, mas tenta também subjugar outras mais inclinadas ao bem. E para quem se afina com o bem, não precisa atrair as pessoas a si, visto que, as pessoas são que se achegam naturalmente, movidas pela boa vontade expectante em receber o precioso auxílio fraterno, repleto de energias vitalizantes, de quem auxilia com humilde abnegação, em caridade espontânea, visando combater o mal com o bem, no exercício diário construtivo do bem pelo bem.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 31/05/2014
Código do texto: T4826976
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