Sacramento da Eucaristia e Segunda União.

 

            Quando falamos de religião para grupos de pessoas de diversas espiritualidades, evidentemente há muita divergência na maneira de interpretação. Isto ocorre até mesmo quando este tema é comentado dentro de um grupo que possui única espiritualidade.

 

            Conversando com um amigo de infância dias atrás, entramos no tema religião. Comungamos da mesma religião – somos católicos. Ele questionava a intransigência sobre algumas normas da igreja quanto não aceitar padrinhos de batismos pessoas que de segunda união e também levantava a questão proibição da comunhão estes casais.  

 

            Pois bem, na atual realidade que vivemos em relação a instituição casamento, vemos grande número de casais que casam na igreja e depois acabam se separando e constituindo novas união ou as vezes varias uniões. Porem, digo que esta “triste realidade” não provoca nas pessoas a falta de fé levando-os afugentarem da igreja, pelo contrario, esta realidade leva muitos casais de segunda união há um profundo sentimento de dor, por sentirem em falta com Deus. Certamente, quando temos esta dor por sentir-se pecando é sinal que nosso temor a Deus é grande, pois só nos sentimos assim quando de certa maneira estamos ligados a Ele.  Hoje a igreja tem um olhar misericordioso e atento a esta realidade, porem, muitas vezes por atitudes de pequena parte do clero muitos acabam vendo certas restrições como uma atitude de preconceito e de discriminação. Enfim, acabam interpretando toda a igreja como um todo sem misericórdia.

 

            É preciso que compreendamos que quem julga o homem é Deus. Somente ele conhece o coração do homem. A Palavra já diz; “Deus não julga pela aparência, mas pelo coração do homem”. Está afirmação de Jesus por si só já acalma qualquer coração que se sinta discriminado ou triste. No entanto, é preciso entender que a igreja enquanto humana precisa ter alguns fundamentos que também são fundamentados nas palavras de Jesus. No caso do casamento Jesus é claro. Quando o casamento é feito pela livre escolha dos noivos; quando há todo o desejo manifestado pelos dois, sem nada que os obrigue a se unirem – nem questões de ordem externa ou psicológica – há uma fusão de corpos. Isto é, os dois se tornam uma só carne. Neste sentido, no caso de uma separação após este casamento selado por Deus, todo aquele que arruma uma outra pessoa está cometendo adultério contra aquele (a) que se casou. Em suma, está pessoa está sob condição de pecado, este é um fato. Como então está pessoa receber a Eucaristia em espécie nesta condição? Se a igreja permitir a comunhão nesta condição é ela que entra em pecado contra Deus. No entanto, é preciso entender que mesmo nesta condição a pessoa pode comungar espiritualmente. Isto é, a vontade de receber Jesus já está comungar espiritualmente.

 

            Ainda é preciso entender que a igreja é um espelho que reflete e é refletido. Qual seria a imagem da igreja que sabendo que casais de segunda ou outras uniões estão comungando deliberadamente diante a sociedade como um todo? Temos que também se ater que a igreja é exemplo e dá exemplo. Ela é reflexo, sendo assim, ela precisa tanto zelar para com os fundamentos evangélicos como com sua imagem diante a humanidade, mas principalmente com sua postura diante seu fundador, Jesus Cristo.   

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 14/06/2007
Reeditado em 14/06/2007
Código do texto: T526715