O regionalismo e a etnia.

O tema vem sendo usado sem critérios , por si já parece tenso e cheio de disputas territoriais, mas juro que não é essa a minha intenção, muito pelo contrário.

Um dia desses um velho amigo, tocou nesta ferida no Facebook, defendendo que São Paulo deveria se separar do país, ou liderar uma independência do Sudeste com os demais Estados da União, por aqui já deu para perceber que ele não gosta do pessoal do nordeste, que detesta Lula, PT, ama Bolsonaro, os militares e etc...e que participa ativamente das passeatas. Das suas preferências acaloradas, eu já sabia, e nem por isso o descarto , afinal vivemos numa democracia , onde a convivência requer aceitação.

O que me assustou é que ele comparou com o Leste Europeu, aí já achei que ele estava febril, pois o que aconteceu na antiga Iugoslávia , rompendo-se em Croácia, Monte Negro, Sérvia e Macedônia, foi outra coisa, lá haviam povos distintos, de culturas independentes, ou seja; tinham raízes distintas, o que chamamos etnias, e o rompimento era previsível e politicamente correto.

Eu tenho um respeito e um carinho enorme pelo povo nordestino, que vocês nem imaginam . Vejo os nossos irmãos como obstinados, trabalhadores, gente que nunca perde a esperança, que não tem medo de sair para defender a sua família, que convive com a terra árida do sertão e nem por isso amaldiçoa. O papel do nordestino na história de São Paulo é fundamental, junto com os imigrantes europeus fizeram deste Estado o mais rico do país, e não aceito que o vejam como um estorvo.

A etnia é outra coisa, andam confundindo as estações, os nordestino em nada diferem de nós, é simplesmente o mesmo povo, com seus costumes ,com a sua cultura própria imposta apenas pelo regionalismo, são brasileiros , a mistura do negro ,do branco e do índio.

Etnia está no País Basco ( 2/3 -Espanha e 1/3 -França),como exemplo, com idioma próprio, que não é latino, costumes e raízes milenares, um tanto do antigo povo celta, antigos idiomas da Córsega e Sardenha, e outras misturas que os gramáticos ainda tentam decifrar, e os historiadores entenderem a real origem desse povo.

Quero deixar para terminar, um ponto paradoxal, vejo com simpatia que no futuro ( não agora), o Brasil venha a ser " Estados Unidos do Brasil ", mas não só no papel, na prática. Quando estejamos maduro o suficiente para usar calças compridas.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 05/04/2017
Reeditado em 05/04/2017
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