Segundo Turno do Mensalão

 

            Existe um ditado “A justiça tarda, mas não falha”. Parece que isto começa acontecer em relação aqueles que roubaram de forma descaradamente os cofres públicos (mensaleiros). Nesta quarta-feira (22/07/2007) teve inicio o começo de um pesadelo para toda cúpula do PT e do governo. 
 

            Num país onde o regime é democrático e cada Poder da Republica tem sua autonomia, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar a denuncia contra os mensaleiros reacende toda uma história que se procurou deixar debaixo do tapete. 

            Não há duvida que exista mão do governo em tudo que houve, porém o Legislativo é um Poder que embora seja independente é dependente do Poder Executivo. Grande parte dos parlamentares tem suas mãos sujas, e suas atuações seguem os interesses do eleitorado. Infelizmente, o Legislativo com o Executivo caminham juntos. A maioria dos deputados e senadores depende de ações do Executivo para manter-se no poder.  Em suma, ainda que o Executivo seja corrupto descaradamente, se o eleitorado apoiá-lo o Legislativo se faz de mudo, cego e surdo.

            O eleitorado tem a concepção que deputado faz parte do Executivo, isto é, o deputado tem que fazer pontes, estradas... Enfim, o eleitorado quer do deputado fiscalização, criação de Leis, mas também execuções de obras. Assim, deixa o parlamentar preso nas mãos do Executivo. Esta concepção errada do eleitor torna o parlamentar subserviente, porém, existe a oposição ainda que pouco consiga fazer é criador de dor de cabeça para o governo, pois, muitos opositores são tratados com indiferença, então sem ter o que perder acabam fazendo barulhos produzindo inconvenientes ao Executivo. Este mensalão foi o grande abacaxi que a oposição criou e que agora o governo terá de descascar no STF.

            É preciso se atentar que o Judiciário  dos Poderes constituidos é o mais isento do Executivo, embora ainda alguns de seus ministros sejam escolhidos por ele. No entanto, é preciso dizer que o Judiciário é autônomo e não é escolhido pelo eleitor – aqui está a grande autonomia do judiciário, pois assim, tem toda isenção de julgamento. 

            Como iniciei o artigo a justiça tarda, mas não falha. Certamente quarta-feira iniciou-se o processo civil e criminal de todos estes que roubaram nosso país. Hoje grande parte dos envolvidos está sobre a proteção do governo, inclusive o próprio governo está protegido pelo seu mandato, porém, nós sabemos que o desenrolar do processo é lento e o governo não é eterno. Daqui algum tempo, todos estes que dirigem o país e que estão envolvidos nesta roubalheira não terão a proteção do Estado (inclusive os cabeças da quadrilha), desta forma, poderão ser julgados e responsabilizados pelos atos que cometeram. 

            Temos muitos exemplos ocorridos tanto no Brasil quanto pelo mundo afora que, após seus governantes saírem do Poder, tiveram  suas vidas devassadas e pagaram pelos seus atos. 

            A democracia é assim, um dia da caça outro do caçador. É por isso que governos corruptos procuram manter se no poder, criando regimes onde podem sempre se reeleger. Esta é a estratégia que encontram de manter-se imune da Lei. Não espantemos se ainda tivermos que votar o terceiro mandato de Lula. Não há duvidas que o processo iniciado nesta semana leve muitos para cadeia caso mude os grupo político que irá governar o país no futuro.   

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 25/08/2007
Reeditado em 25/08/2007
Código do texto: T622907