O dia seguinte da derrubada da CPMF

 

            Com o fim da CPMF, o governo inicia uma nova estratégia, que é jogar a sociedade contra os senadores que votaram pela sua extinção. O pior, é que, uma mentira muitas vezes repetida torna-se verdade, e esta é a intenção do governo.

            Gostaria de levantar uma reflexão sobre a CPMF, não para os simpatizantes do governo, mas ao povo comum, aquele que não é oposição, nem é situação, mas que segue sua vida cotidianamente.

            Há onze anos foi instituída a Contribuição Provisória da Movimentação Financeira (CPMF), milhões e milhões de recursos foram arrecadados e as perguntas que ficam é: Como anda a Saúde? Encontram-se remédios nos postos de saúde? Como estão os hospitais? Há médicos? E como está o atendimento?

            O governo usa da estratégia de dizer que se estava ruim, vai ficar pior: Será que tem como ficar pior? Claro que não, na verdade, este imposto foi durante anos usados para engordar os cofres públicos. Foi usado para contratação de pessoal sem necessidade.  Serviu para a corrupção.  Enfim, a CPMF serviu para fazer politicagem, esta é a verdade.  

            Este dinheiro não vai sumir, irá circular na economia, vai servir para comprar o remédio que o cidadão não encontra nos postos de saúde; para comprar mais pães, etc Enfim, vai estar nas mãos dos brasileiros.

            O governo é muito astuto, quando viu que perderia a votação usou a estratégia de mandar duas propostas de ultima hora uma era que, todo imposto da CPMF destinaria à saúde, porém, não disse que esta totalidade ocorreria apenas em 2011, isto é, quando estaria vencendo o prazo da prorrogação. O pensamento dele era jogar o abacaxi para o próximo governo. A segunda que se aprovasse sua prorrogação por um ano, pois mandaria uma proposta de reforma tributaria dentro deste período. Se esta era sua intenção porque não mandou antes? Claro que foi apenas mais uma jogada, pois após aprovada não haveria o que fazer, ganharia mais um ano para manipular os senadores novamente. No entanto, quando viu a casa cair, usou o senador Pedro Simon para ganhar mais doze horas, neste intervalo, compraria os senadores que necessitava à sua aprovação. Tanto usou Simon que pela sua argumentação feita aos senadores não votaria sim, e nem não, mas seu voto seria de abstenção em protesto.

            Neste rolo compressor que o governo faz contra os senadores que votaram contra a CPMF, na tentativa de deixá-los mal perante a sociedade, o tiro pode sair pela culatra. Eles estão dispostos a negociar para que não falte dinheiro para a saúde, mas o governo está com o pensamento equivocado acreditando que vão recriar o imposto. Não faz sentido derrubar a CPMF em dezembro e recriá-la no mês seguinte.

            O governo ameaça a população com aumento de impostos para suprir o rombo dos 40 milhões que sairá do orçamento, porém, a criação de um imposto somente ocorre pela aprovação do legislativo, coisa que não vai ocorrer – o máximo que pode fazer alterar algumas alíquotas. O governo precisa é, fazer remanejamento no orçamento e reduzir seus gastos.

            Finalizando, o que vemos é que o governo não tem humildade apanha, apanha e não aprende, continua orgulhoso. Certamente, esta postura não cria clima para o dialogo, nem para negociações. Enfim, é preciso admitir a derrota, parar de falar neste assunto no sentido negativo procurando um entendimento e por fim, parar com as mentiras e demagógicas.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 17/12/2007
Reeditado em 17/12/2007
Código do texto: T782237