O enviado Que estranha sensação se m’apossouQuando, absorto em tantos pensamentos,Algo tangeu meu rosto, e por momentosUm perfume na sala se exalou E um arrepio meu corpo percorreu Enquanto um vulto vi perfeitamenteEra um arcanjo, ali, na minha frenteD’impressionante porte, e assim falou: Ouve poeta; deixa esse coraçãoQue bate no teu peito a dar-te alentoQue se franqueie, livre como o ventoE confesse de si, toda a razão Que dota a tua mão dessa tristezaQue a tua dor comove e chega aos céusE eleva esses teus versos até Deus. D’Ele foi este pedido que te trouxe: Reza poeta, faz da tua poesia Prece p’lo amor neste planetaPede p’los teus irmãos, ó triste ascetaVerás que a tua dor mais se esvazia. E eu, pobre de mim, erguendo os olhosAquele Arcanjo alado do SenhorJurei que assim faria, por amor E que levasse ao Pai esta certeza: - Enquanto eu for poeta, como souE a mão me obedecer, assim fareiE em versos veementes pedireiP’lo amor entre irmãos, como Ele mandou. E Gabriel, o Arcanjo, abrindo as asasPartiu com rumo aos céus donde vieraLevando essa promessa que eu fizera. E o poeta chorou de comoção. Sem querer acreditar que fora um sonho,Que bom foi acordar de um sonho assim.No ar pairavam cheiros de jasmim! C/AÚDIO http://artculturalbrasilreinodapoesia.blogspot.com/2009/01/eugenio-de-sa.html http://www.avspe.eti.br/poetas/eugenio.htm http://carmovasconcelos.spaces.live.com/?_c11_BlogPart_BlogPart=blogview&_c=BlogPart&partqs=cat%3DHomenagens