Quem sou eu? Em todos esses anos que vivi, não sei o que sou, de onde venho e até mesmo para onde vou.
Para a sociedade, sou Déborah Dias, e em alguns casos mais específicos, sou um número (CPF, fila de banco, qualquer coisa assim). Sou filha de pessoas que também possuem seus nomes e números. Mas as vezes isso não é o suficiente.
Sou uma mistura de alegrias, tristezas, amarguras, amores e ódios que ficam guardados na memória. Sou o orgulho de ingressar numa faculdade aos 16 anos, mas sou a incerteza de estar trilhando o caminho certo.
Muitas vezes me torno o ódio e a tristeza das lembranças e oportunidades perdidas. Elas, muitas vezes, vem em forma de lágrimas que acompanhadas de papel e caneta podem se tornar poesia. Mas ainda assim possuo uma casca que esconde vaidade, egocentrismo, sadismo e até mesmo solidão, vazio e ódio.
Mas nem tudo é tragédia. Minha vida não é apenas desgraça. Agradeço todos os dias aos meus amigos e familiares, que mesmo com suas características peculiares, me amam. Gosto de me sentir amada.
Sou a frustração por não conseguir o que quero. Sou o medo de perder o que tenho. Sou minha cobrança excessiva. Sou a busca pela perfeição que anda de mãos dadas com minha personalidade forte e autêntica.
Para finalizar, talvez eu seja apenas mais um corpo que vaga pela Terra, que tem suas emoções, mas uma hora ou outra partirá deixando tudo para trás, onde ficará registrada nas memórias dos mais próximos e os números do meu RG, CPF e certidão de óbito.