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Antes da apresentação, gostaria de ressaltar um fato cientificamente comprovado: escritor gosta de critica, vivemos disso, principalmente, os teatrólogos.

Portanto, peço para que deixem, ao menos, um humilde recadinho ao lerem meus textos.

saudações

Nina Barros- carinhosamente Ninethe, como é conhecida entre os amigos dramaturgos.

A autora é teatróloga, escritora e advogada. Possui alguns textos publicados. Escreveu e circulou 7 peças teatrais, entre elas estão: "casamento moderno", "castelo de areia" "sujeito bom é sujeito morto", "o sofá", "nós", "procon", "outubro" e "ah, que isso? elas estão descontroladas", memórias de um mentiroso, uma peça infantil "santa nana- a santa das crianças".
A autora segue uma linha literária livre, alheia a formas e parâmetros, contemporânea, popular, cômica e com um humor refinado.

A todos, estejam a vontade para ler, comentar e criticar.
Aos amigos, fica a dedicação dos textos.

Mas se quiserem uma definição em poesia, tenho a aqui:

Minha Mulher

Minha pele cálida e transparente;
Minha ausência de torpor,
Em dias de pouca luz e vazio intenso.
Meu tato ofegante e brilhante;
Revelam meu enlevo diante do cotidiano vermelho.
Meus olhos brilhantes de êxtase;
Meus olhos pálidos de solidão;
Meu corpo dançante e tamborilante,
A vaguear entre ruas e becos,
Bailando ao som urbano ou ao murmúrio da natureza;
Meus pés descalços,
Ou calçados com finos sapatos,
o sustento do meu corpo;
Meus cabelos de ouro,
A fortuna que me espera,
E tão pouco, quando perdem o brilho,
São os momentos de escassez que se seguem.
Meus lábios séquidos de desejo;
Meus lábios rachados de ausência;
Meu coração saltitante, ofegante, apaixonado;
Meu coração lânguido, calmo, solitário;
Meu sexo no cio, suplicante de gozo;
Meu sexo guardado e esquecido dentro de minhas roupas;
Meus seios que alimentam minha prole;
Meus seios que excitam e embriagam meus amantes;
Leite e álcool jorram da mesma fonte.
Meu sangue, que gera vida,
Escorrendo por minhas pernas abaixo:
A certeza de que pulso forte.
Meu sangue sofrido, machucado,
A convicção de que morro.
Minha raiva, meus desejos, minha loucura,
Meus pensamentos, minha ânsia, meus medos,
Minha criação, minha fúria, meu encantamento;
Minha menina, minha criança, minha Deusa,
Minha guardiã, Minha sábia, Minha anciã.
Minha fêmea que grita, berra, quer saltar,
Aquela que concede o sopro de vida,
Aos que se aproximam.
Aquela que encerra a vida,
E tira o ultimo fôlego,
Daqueles que dela se afastam;
Benção e maldição.
Essas são minhas mulheres,
As que gentilmente me foram entregues:
Ângela, Nina, Ibia,
E quantas outras houverem,
Estarei aqui para recebêlas,
Todas em mim!

Nina - ninethe
20/08/06